Olivier Anquier se impressiona com aura de camaradagem no Sertões: “Tem uma magia”

Aos 61 anos, o chef, apresentador e padeiro francês faz seu primeiro Sertões feliz por poder passar por trechos já conhecidos no Brasil, impressionado com o ambiente que cerca a prova e também com a oportunidade de ter de navegar ao mesmo tempo em que acelera: “Uma coisa muito louca”

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O Sertões, muito mais do que palco de campeões e competições que entraram para a história do off-road brasileiro e mundial, também é pano de fundo de grandes histórias. A maioria dos inscritos no maior rali das Américas o faz simplesmente tendo uma missão em mente: terminar a prova e desfrutar do espírito de aventura. Este é o caso, por exemplo, do famoso chef, apresentador e padeiro francês, mas há muitos anos radicado no Brasil, Olivier Anquier. Amante das motos e também do seu Fusca, Olivier já atravessou os rincões do país, mas pela primeira vez cruza o Brasil com a caravana do Sertões.

Anquier revelou estar impressionado. Não com as características de um Brasil que conhece tão bem, mas com a atmosfera do maior rali das Américas. Antes, Olivier já havia feito trilhas e enduros de curta duração, sem os instrumentos de navegação usados no Sertões e tampouco com a dimensão que é o rali que tem disputado desde a última sexta-feira com o prólogo no Velocitta, em Mogi Guaçu, interior de São Paulo. O francês de 61 anos está entusiasmado mesmo é com o Sertões como um todo e com a forma como a caravana o abraçou.

SERTÕES 2020; OLIVIER ANQUIER; VELOCITTA;
Olivier Anquier exaltou o ambiente do Sertões e a organização da competição (Foto: Cadu Rolim/Shez)

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“Rali, como o Sertões, nunca tinha feito. O que fiz, desde que ando de moto, desde a adolescência, é muito enduro, mas de forma privada, sem competir. Esse lance de competição que para mim é completamente novo. Agora, o Sertões, como o Dakar, são competições muito particulares, onde você tem um apelo da aventura muito grande, o desafio”, afirmou o chef em entrevista veiculada pela conta oficial do Sertões no Instagram.

O francês acelera no seu primeiro Sertões como piloto da equipe Power Husky Bianchini Rally Team a bordo de uma moto Husqvarna FE 350cc. Depois de seis dias e mais de 4.000 km pelo Brasil, o chef chegou à penúltima especial em 42º dentre mais de 60 competidores inscritos. Nada mau para uma estreia no mais desafiador rali do Brasil.

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“Quando você está no privado, andando, não vou dizer passear, porque aí você diminui a atividade, mas aí você não tem esse compromisso. Não o de ganhar, mas o de chegar. Então, toda essa realidade, toda essa vida, isso aqui, onde estamos agora, essa união, essa parceria, essas pessoas aqui, todo mundo junto… Todos com o mesmo sonho, o mesmo desejo, os mesmos objetivos, as mesmas realizações… Cria um ambiente único, e isso para mim é o diferente”, destacou.

SERTÕES; SERTÕES 2020; OLIVIER ANQUIER;
O chef e apresentador Olivier Anquier em ação no seu primeiro Sertões (Foto: Vinícius Branca)

Olivier, nas suas andanças pelo Brasil, mesmo de moto, costuma andar com poucas pessoas. Por isso, se impressiona por correr ao lado de tanta gente no Sertões.

“Nas minhas viagens, somos dois, somos três, mas não é essa realidade. Camaradagem, social, ainda mais hoje em dia, com a realidade em que estamos vivendo, onde o social desapareceu, com o confinamento. Essa carência que se acumulou faz com que o Sertões seja muito diferente do que participei. Acho que isso aqui tem uma magia, uma magia particular, e estou adorando”, destacou, ressaltando como se sentiu diante de tantos nomes ‘pesados’ do off-road nacional como Tunico Maciel, Ricardo Martins e Jean Azevedo, dentre tantos outros.

“Primeira especial, frio na barriga, os campeões sucessivos de anos anteriores, todo aquele profissionalismo dentro de uma organização, de uma competição de renome, e você está ali… você é um deles”, comentou, impressionado.

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Dentre os pontos que mais chamou a atenção de Olivier na prova, o maior deles foi a navegação. Os competidores de motos e quadriciclos, além da missão de acelerar, também levam a planilha de navegação, o chamado roadbook, elemento determinante para percorrer os percursos da especial.

Dentro do universo até então desconhecido do Sertões, acelerar e navegar ao mesmo tempo foi outra novidade grande para Anquier. “Coisas novas, isso eu nunca tinha feito: leitura de um roadbook. Como é que funciona esse GPS de papel? É uma coisa muito louca. Claro que treinei antes, um pouco, mas treinar um pouco antes e estar na linha de largada, pra valer, é muito impressionante”.

Para Anquier, o grande objetivo é chegar a Barreirinhas, na rampa da vitória neste sábado. Cruzar a zona de meta nos Lençóis Maranhenses será a grande conquista do francês que se propôs a atravessar novamente o Brasil, mas desta vez na caravana do maior rali das Américas.

“Com certeza, não estou aqui no Sertões, com faca na boca, para ser campeão. Passei da idade disso, estou com 61 anos. Vim aqui para andar no meu ritmo, fazer o que fiz a vida inteira. A diferença: flechinha azul para a esquerda e para a direita e, depois de sete dias, chegar ao destino. Essa é a proposta”, complementou.

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Por fim, Olivier tratou de render elogios à organização do Sertões. “Desde o prólogo, lá no Velocitta… Campeão, heim. Parabéns! Porque não é fácil. [Estrutura] Muito bem montada… A estrutura de chuveiro… Fiquei impressionado, é tudo muito ordenado. E vou te dizer uma coisa: dentro de uma disciplina que é muito difícil, porque é imprevisto a cada minuto. E o segredo é administrar, saber tomar cada atitude frente ao destino”, concluiu Olivier Anquier, com um sorriso no rosto por trás da máscara que o protegeu.

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