Retrospectiva 2023: 10 coisas que aprendemos na temporada da Stock Car

A Stock Car encerrou no último domingo (17) a temporada 2023 da Stock Car. E o favorito Gabriel Casagrande nem precisou vencer em Interlagos para ficar com o bicampeonato. São três anos em sequência que o piloto está no topo, mas a disputa foi mais equilibrada do que pareceu.

A rodada dupla em São Paulo foi morna, diferentemente das outras onze etapas da temporada. Ainda assim, Gabriel domou os adversários ao longo do ano e agora tira um bom peso das costas com o segundo título, já começando a próxima temporada como o homem a ser batido. Mas há mais para se falar sobre a Stock Car 2023, que vai da disputa acirrada pela taça ao retorno de Felipe Massa ao degrau mais ato do pódio, além dos acidentes, decisões polêmicas e até cancelamentos.

Diante deste cenário, o GRANDE PRÊMIO faz uma análise do que deu certo e o que deu muito errado no campeonato. Confira tudo que aprendemos na temporada 2023 da Stock Car:

5 destaques positivos

1) Regularidade premia Casagrande com bicampeonato

Foram duas poles, três vitórias — Interlagos, Velopark e Buenos Aires — e sete pódios em 2023. Os números consistentes na temporada deram ao piloto da A. Mattheis Vogel um título importante, que já o coloca entre os grandes da história da Stock Car. Casagrande entendeu muito bem que, quando não dá para vencer, a regularidade é sempre bem-vinda. Pontuar com frequência é essencial e, mais uma vez, foi sua marca ao longo do ano.

2) Alternância de vencedores na temporada

A Stock Car em 2023 entregou um bom ano de competição. Foram doze vencedores diferentes: Casagrande, Daniel Serra, Ricardo Zonta e Matías Rossi obtiveram três triunfos. Na sequência, Thiago Camilo, Ricardo Maurício, Felipe Massa e Átila Abreu ganharam duas vezes. Por fim, Rubens Barrichello, César Ramos, Bruno Baptista e Dudu Barrichello subiram ao lugar mais alto do pódio uma vez no ano; Além deles, outros doze pilotos se alternaram no top-3 da temporada, algo raro na categoria.

3) Volta às corridas internacionais

2023 ficou marcado, ainda, como o ano em que a Stock voltou a disputar uma corrida fora do Brasil. O Autódromo Oscar y Juan Galvez, em Buenos Aires, viu duas provas bem interessantes com vitórias de Casagrande e do dono da casa Rossi e foi um baita acerto. Para 2024, a Argentina já está confirmada no calendário e há, ainda, a possibilidade do Uruguai fazer parte da rota. Embora a categoria ainda não confirme, o Autódromo Víctor Borrat Fabini, localizado em El Pinar, na Ciudad de la Costa, a cerca de 31 km de Montevidéu, é a praça favorita para receber a corrida.

4) Redenção de Felipe Massa

Depois de 15 anos, enfim, o piloto da Lubrax Podium TMG voltou a celebrar uma vitória. O primeiro triunfo em Cascavel tem um sabor especial para Massa, mas a conquista na última corrida do ano em Interlagos trouxe lembranças marcantes. Além disso, Felipe ficou no top-3 outras três vezes na temporada, que o colocou entre os dez melhores em 2023.

5) Muitos candidatos ao título

Na rodada dupla final em Interlagos, sete pilotos tinham chances matemáticas de erguer a taça da Stock Car, algo muito difícil de acontecer em qualquer categoria de esporte a motor no mundo. Serra, Zonta, Camilo, Felipe Fraga, Rafael Suzuki e Barrichello tinham chances de levar o campeonato. Claro que a combinação de resultados era muito complicada para quebrar a regularidade de Casagrande, mas este equilíbrio deu o tom durante todo ano e deve seguir para as próximas temporadas.

5 pontos negativos

1) Decisões confusas dos comissários

Mais uma vez, um desnecessário protagonismo da direção de prova chamou a atenção em algumas provas da Stock Car. Além da demora nas análises dos pedidos de revisão, que muitas vezes modificaram o resultado das corridas, decisões um tanto quanto polêmicas foram vistas ao longo do ano. A cereja do bolo foi em Interlagos, quando a prova acabou de forma precoce após o acidente de Sérgio Ramalho nos últimos minutos da corrida 2. Apesar da cena impressionante, com metade do veículo enterrado sob os pneus, a direção de prova demorou para acionar o safety-car.

2) Ano discreto de Barrichello após título

Se o ano de 2022 foi brilhante para Rubens Barrichello e que culminou com o bicampeonato da Stock Car, o mesmo não se pode dizer em 2023. Embora tenha chegado a Interlagos em condições de ser tri, a irregularidade andou lado a lado com o piloto da Mobil Ale, mesmo que ganhasse terreno nas corridas, as performances em classificação deixaram a desejar. Ao menos, um alento: dividiu os boxes com o filho Dudu e emocionou o público ao comemorar a vitória dele em Cascavel.

3) Zero fair-play entre os pilotos

Não foram poucas as vezes em que pilotos do grid reclamaram um dos outros de direção perigosa na temporada 2023. Cacá Bueno, Bruno Baptista e Casagrande foram os mais vocais neste aspecto, criticando bastante a direção de prova, muitas vezes considerada rigorosa, porém, por vezes, bastante permissiva. O acidente em Goiânia foi o que mais chamou a atenção e uma desgraça maior não aconteceu por sorte.

4) Falta de gás da Ipiranga Racing

A equipe de Camilo e Ramos empolgou bastante no começo da temporada, mostrando-se uma força importante e com condições de bater a sempre forte Eurofarma-RC. Mas faltou consistência nas corridas finais em 2023, e o título de equipes acabou nas mãos de Rosinei ‘Meinha’ Campos, que ganhou fôlego dominando a partir da segunda rodada dupla no Velocitta. Resultado: bicampeonato, com 38 pontos de diferença.

5) Cadê Brasília?

A rodada dupla prometida para o Autódromo Nelson Piquet, no Distrito Federal, foi bastante celebrada, anunciada como a grande notícia do esporte a motor por organização e por quem banca a reforma da pista, o Banco Regional de Brasília (BRB). No entanto, a etapa no planalto central terminou as obras a tempo, foi cancelada e alterada para Cascavel. Para 2024, novamente, Brasília está nos planos e com previsão de disputa em novembro. Será? A categoria volta em março de 2024, com a abertura da temporada no Autódromo de Goiânia.

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