Alonso vive situação inédita na carreira, e sucesso na volta à F1 depende de paciência

Fernando Alonso ainda não se encontrou na Alpine e parece precisar de mais tempo para se adaptar a essa Fórmula 1. E ainda tem de enfrentar um companheiro de equipe mais rápido e ávido por voos maiores

O retorno dos campeões à Fórmula 1 é muitas vezes uma interrogação. Pode ser uma segunda etapa de sucesso, como a empreendida por Niki Lauda em 1982, após três anos fora e que lhe rendeu o terceiro título em 1984, ou algo semelhante ao que aconteceu com o sete vezes campeão Michael Schumacher, que voltou para defender a Mercedes entre 2010 e 2012, tendo um papel mais focado no desenvolvimento de uma equipe jovem que tentou se estabelecer como uma nova força na categoria. Neste ano, o Mundial acompanha a jornada de Fernando Alonso neste mesmo cenário. Mas ainda não dá para dizer em qual situação o espanhol se encaixa.

O bicampeão decidiu retomar sua trajetória na principal categoria do automobilismo mundial depois de três anos de aventura na Indy, no Mundial de Endurance e até no Rali Dakar. O asturiano de 39 anos assinou para esta temporada com a Alpine, descendente da equipe Renault, o que significa um retorno ao time que lhe deu os campeonatos mundiais em 2005 e 2006. Para enfrentar este novo contexto em sua carreira, o veterano explicou no início do ano que está guiando “melhor do que nunca”, embora tenha insistido que um processo de adaptação “era necessário” e que levaria tempo.

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FERNANDO ALONSO; ALPINE; GP DE MÔNACO; FÓRMULA 1;
A volta à F1 está mais complicada que o esperado para Fernando Alonso (Foto: Alpine F1 Team)

Com o relógio correndo, e disputadas as cinco primeiras rodadas da Fórmula 1 em 2021, o espanhol ainda está em processo de adaptação. No entanto, algo praticamente sem precedentes em sua carreira está acontecendo: Fernando ainda pena para imprimir um ritmo semelhante ao do companheiro de equipe, Esteban Ocon. É importante dizer que, em 2020, o francês foi superado pelo então colega, Daniel Ricciardo. Com a nova formação, em que Alonso parecia ser a ponta de lança dos carros azuis, a Alpine mostrou até agora estar no pelotão do meio, com Ocon trazendo 12 dos 17 pontos para a fábrica gaulesa.

Parte da difícil adaptação, Alonso credita ao diferente calendário da Fórmula 1 neste ano, com pistas como Ímola, onde ele não corria há muitos anos, e circuitos como Portimão, que eram desconhecidos para o espanhol. O duas vezes campeão mundo ainda completou a justificativa falando que Mônaco e Azerbaijão também não ajudam neste momento. De fato, o traçado urbano de Baku é novo para o piloto. Dessa forma, Fernando estende para a França a expectativa de uma melhor apresentação. Entretanto, levando em conta o argumento, o ritmo de Alonso deveria ter sido diferente no Principado, onde venceu em 2006 e 2007, primeiro com a Renault, depois com a McLaren. Na corrida do último domingo, o dono do carro #14 alcançou apenas o 13º posto e, mais uma vez, chegou atrás do companheiro.

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Esteban Ocon lidera a Alpine neste momento (Foto: Alpine)

Olhando para trás, especialmente em seus anos de Ferrari e McLaren, Fernando mostrou que a falta de competitividade afeta sua motivação. Ainda é bem lembrado suas queixas durante o GP do Japão de 2015 tratando de “motor de GP2” o novíssimo motor Honda que equipava o time Woking, ou suas permanentes reclamações de evolução aos engenheiros da Ferrari para lutar contra o domínio que possuía por aqueles anos Red Bull com Sebastian Vettel no início da última década.

A motivação, então, parece um fator, assim como a tolerância. A Alpine também está em um processo de adaptação, após uma reestruturação técnica, e permanece longe do topo do pelotão intermediário. Mas talvez aquilo que mais chame a atenção é o espaço que há para Ocon. Ou seja, são elementos demais para lidar e que vão além do conforto do cockpit. São pontos de interrogação importantes e que vão definir que tipo de retorno Alonso terá na Fórmula 1. Por enquanto, apenas o tempo é seu aliado. E a paciência também.

*Escrito por Esteban Nieto

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