AlphaTauri se opõe ao aumento de gastos com infraestrutura: “Falta planejamento”

Para Peter Bayer, CEO da AlphaTauri, faltou planejamento por parte da FIA e da Fórmula 1 no momento de reajustar os gastos para os times investirem em infraestrutura

A AlphaTauri se colocou contra a medida da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) de aumentar o teto de gastos para as equipes menores investirem em infraestrutura. De acordo com Peter Bayer, CEO da escuderia, a proposta não será tão boa na prática quanto é no papel, uma vez que os times já fizeram o planejamento para se adequarem ao limite orçamentário e podem enfrentar problemas ao pedirem mais dinheiro aos acionistas.

A proposta de uma flexibilização nos custos ganhou força depois que James Vowles, chefe da Williams, afirmou que a estrutura da equipe era inadequada e estava cerca de 20 anos atrasada em relação às rivais. Assim, a FIA  reajustou os limites para o investimento de capital para despesas, aumentando em mais de US$ 20 milhões (R$ 100 milhões, na cotação atual) a verba das equipes menores até o final do próximo ano.

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O time de Faenza teme não conseguir com os acionistas a verba necessária (Foto: Red Bull Content Pool)

Antes da mudança, as escuderias eram obrigadas a usar o dinheiro do teto orçamentário, atualmente fixado em US$ 135 milhões (R$ 680 milhões), para investimentos nas fábricas. Contudo, o regulamento ainda liberava uma sobretaxa de US$ 36 milhões (R$ 181 milhões) que podia ser usada ao longo de quatro anos — prazo este que se encerra ao final do ano que vem — para o chamado capex, sigla em inglês para despesa de capital, que é o dinheiro que uma empresa dispõe para ser aplicado em infraestrutura.

Até dezembro de 2023, a taxa fixa aumentará para US$ 45 milhões (R$ 226 milhoes), sendo que, a partir de 2024, novos limites serão aplicados aos investimentos de capital de acordo com as posições alcançadas pelos times nas últimas temporadas. 

A AlphaTauri, embora esteja na lanterna do Mundial de Construtores e, em tese, teria mais verba para investir em suas instalações, acredita que a medida é um grande problema. Afinal, como a mudança ocorreu meses depois de o orçamento da temporada estar definido, existe a possibilidade de não conseguir dos acionistas o montante necessário para aplicar na fábrica.

“Tendo estado envolvido no desenvolvimento do limite de custos, a ideia era realmente garantir que todas as equipes atingiriam um determinado número ou teriam a chance de realmente atingir esse número. Agora, no OpEx estamos tendo indexação à inflação, no CapEx temos outro aumento e embora em princípio seja bom, atualmente não temos dinheiro, então preciso tentar encontrar o dinheiro, o patrocínio”, afirmou o CEO da AlphaTauri.

“É um desafio, porque você está fazendo um plano e decidindo sobre seu investimento e, de repente, em seis meses, os regulamentos mudam e você tem de voltar aos seus acionistas, como foi no meu caso, e isso não foi tão agradável quanto pode parecer. Mas vamos lidar com isso. Acho que a primeira pergunta a ser feita é: temos dinheiro? Porque não previmos nada desse dinheiro quando fomos nos encontrar com os acionistas para o planejamento orçamentário”, finalizou.

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