‘Anti-treino’ traz pimenta vermelha inesperada a GP da Itália. Mercedes agradece

O anticlímax da classificação deste sábado (7) em Monza não só tirou a chance de embate direto entre Ferrari e Mercedes, como expos que algo não vai nada bem dentro das garagens italianas. A atitude de Charles Leclerc tirou de Sebastian Vettel críticas severas, que devem se refletir em seu comportamento no domingo. A Mercedes, que colocou os dois carros entre os vermelhos, apenas acena e sorri

Uma análise superficial do resultado da classificação em Monza confirma o que se esperava deste sábado (7): a pole de uma Ferrari. A mesma avaliação por cima indicaria um mau resultado por o outro carro vermelho apenas fechar a segunda fila. Mas é justamente o fim furreca e xexelento deste treino – sem gerar punição alguma a nenhum dos nove “idiotas” antagonistas – que vai colocar a certeza de um tempero num cenário com grande chance de ter a presença da chuva no GP da Itália.
 
Porque as coisas claramente não estão muito legais ali entre Charles Leclerc e Sebastian Vettel. E o que houve naqueles instantes finais do Q3 pode mudar para sempre a relação dentro das garagens italianas. 
Charles Leclerc larga de novo na pole (Foto: Ferrari)
Aquela que deveria ter sido a volta final de todo mundo não aconteceu porque ninguém ali, faltando menos de 2 minutos para a bandeirada, queria ser o primeiro da fila e não oferecer o importante vácuo – calcula-se que a ajuda do ‘puxão’ provocado pela ausência de matéria seja de 0s4. A Ferrari já havia determinado que Leclerc ficaria à frente para ajudar Vettel, de modo que o monegasco deveria se manter à frente, e sempre à frente, durante toda a volta de saída dos boxes e na tentativa derradeira. Mas aí Nico Hülkenberg, Carlos Sainz e Lance Stroll fizeram uma barreira intransponível e lenta. Leclerc ficou ali cozinhando o galo e Vettel acabou o passando. O vídeo abaixo termina de contar a história e de como, repetidas vezes, Charles foi avisado de que era para acelerar por estar na “margem zero”.

Não se pode cravar com certeza de que tenha sido proposital, mas também não tem como carimbar que Leclerc tenha sido (ou seja) santo. O pole da corrida atrapalhou seu companheiro – aquele que, no fim das contas, ajudou-lhe a conquistar a vitória na semana passada na Bélgica ao segurar Lewis Hamilton por algumas voltas. Vettel soltou dois “obrigado” via rádio e claramente se mostrou incomodado. O chefe Mattia Binotto admitiu, ainda no fervor daquele momento histórico desagradável, que a situação seria tratada intramuros.

 
Também colabora para o azedume do momento a mensagem que Leclerc postou nas redes sociais em que fala que “tínhamos potencial para ter o segundo carro melhor”. A postagem foi apagada.
Charles Leclerc  @Charles_Leclerc
19m
Pole position here in Spa. What a mess Q3 was, we definitly had the potential to have the 2nd car higher up. But tomorrow is the day we score points
 
Das duplas dos times de ponta, definitivamente esta é a mais forte. Vettel é o tetracampeão que tem sido questionado; Leclerc é a joia que tem ajudado a levantar estas dúvidas – porque, naquela mesma análise rasa, não se coloca que o estilo de pilotagem de Sebastian não casa com o da SF90. Sabe-se que o sangue vermelho-Ferrari de Vettel não é de barata. Mordido, é capaz de mergulhar de vez numa rivalidade com seu companheiro. Mesmo que seja no GP da casa da Ferrari.
 
O insolente Leclerc que larga em primeiro não vai ter, assim, um escudo na corrida; vai ter, na real, uma flecha, a de prata, de Hamilton. É surpreendente ver que a Mercedes andou no ritmo da Ferrari. Aliás, não fosse a batida de Kimi Räikkönen na Parabolica, possivelmente Valtteri Bottas tivesse sido o pole-position. A Mercedes vê que o finlandês, que estava logo depois de Räikkönen na pista, perdeu 0s2 cruciais no contorno do curvão.
Valtteri Bottas e Lewis Hamilton saem logo atrás do carro vermelho (Foto: Mercedes)

Aí, então, vem a previsão do tempo. 55% de chance de tempestade durante a corrida; termômetros em torno de 20ºC. Se não chover, a temperatura é ótima para a Mercedes, de modo que o conjunto lhe aponta um ligeiro favoritismo; se chover, aí é Hamilton, e não tem jeito.

 
O fim da classificação em Monza não vai ficar para a história apenas como um treino em que os pilotos se esforçaram em não fazer a volta rápida final. O rescaldo é a ebulição de uma rivalidade na Ferrari que, no fim das contas, vai ajudar ainda mais a Mercedes na corrida deste domingo.

A largada do GP da Itália de Fórmula 1 está marcada para 10h10 (horário de Brasília) deste domingo. O GRANDE PRÊMIO acompanha tudo AO VIVO e em TEMPO REAL.

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