Audi e Porsche estudam ter equipes próprias em entrada na Fórmula 1 a partir de 2026

O interesse do Grupo Volkswagen em adentrar na Fórmula 1 com suas marcas vai além do fornecimento das unidades de potência, com o interesse crescente em adquirir a McLaren e se unir à Red Bull

AUDI E PORSCHE NA FÓRMULA 1 E AS POSSIBILIDADES PARA 2026

O Grupo Volkswagen tem nas próximas semanas o momento-chave da decisão sobre entrar na Fórmula 1 a partir de 2026, quando a categoria viverá uma nova mudança no regulamento, com a introdução de motores de engenharia mais simples e mais sustentáveis. Segundo reporta o jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, o conglomerado quer entrar na categoria com suas marcas Audi e Porsche, mas não somente como meras fornecedora de motores. A publicação reforça notícia mencionada meses atrás pela revista, também alemã, Auto Motor und Sport, sobre o desejo de as montadoras entrarem no Mundial tendo sua própria operação.

O interesse, que chegou a ser noticiado em cima de quatro equipes, no momento se restringe a duas escuderias, reporta o FAZ. Há o interesse, por parte da Audi, em realizar a compra da McLaren, enquanto a Porsche almeja se unir à Red Bull. De acordo com a publicação, as negociações do Grupo Volkswagen com McLaren e os taurinos estão “num estágio complicado”.

Em novembro do ano passado, a McLaren veio a público para negar reportagem veiculada pela revista britânica Autocar, que deu conta da venda da sua estrutura para a Audi, embora tivesse reforçado que “a estratégia de tecnologia sempre envolveu conversas e colaboração com fornecedores relevantes, incluindo outras montadoras”.

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AUDI; PORSCHE; FÓRMULA 1;
Audi e Porsche na F1? Decisão do Grupo Volkswagen é iminente (Foto: Reprodução)

Já a Autocar disse à época que uma fonte de dentro da McLaren confirmou a transação. Segundo tal fonte, a Audi apresentou uma oferta ao presidente-executivo do Grupo McLaren, Paul Walsh. Tal proposta foi primeiramente rejeitada pela Mumtalakat Holding Company, do Bahrein, acionista majoritária do Grupo McLaren. A proposta, então, foi devolvida à Audi com uma observação, de que a oferta fosse dobrada. Não se sabe se o valor requisitado pela empresa foi alcançado, mas a fonte diz que a venda foi sacramentada.

Segundo o jornal de Frankfurt, uma das principais motivações do Grupo Volkswagen em fazer parte da nova era da Fórmula 1 é comercial. Trata-se do desejo de concorrer com a Mercedes, por exemplo, nos mercados chinês e norte-americano na indústria automobilística. Com o interesse cada vez mais crescente da F1 na China e nos Estados Unidos, uma decisão em torno de fazer parte da principal categoria do esporte a motor faria todo o sentido.

De acordo com reportagem publicada ainda em 2021 pela Auto Motor und Sport, o prazo dado por Audi e Porsche para a definição sobre a entrada na Fórmula 1 era dezembro. Embora nenhuma decisão a respeito tenha sido tomada desde então, o interesse das marcas pelo topo do esporte a motor segue ainda mais forte.

Markos Duesmann, CEO da Audi, Oliver Blume, diretor-executivo da Porsche e Herbert Diess, presidente do conselho de gestão do Grupo Volkswagen, tratam a questão Fórmula 1 como ponto de honra para que as marcas possam lutar no mercado contra as concorrentes. O novo prazo, segundo o Frankfurter Allgemeine Zeitung, é o fim de fevereiro.

Com interesse crescente na F1, a Audi se destaca com protótipo elétrico no Dakar (Foto: Dakar)

Os CEOs de Audi, Porsche e do Grupo Volkswagen defendem a entrada das duas marcas no grid, em cenário muito semelhante ao que vai ser adotado para o desenvolvimento dos hipercarros para o Mundial de Endurance: a Audi já anunciou o retorno à categoria, enquanto a Porsche vai se unir à Penske em projeto com início previsto para 2023, embora a equipe norte-americana entre no calendário do WEC já em 2022 — com Felipe Nasr —, como preparação para a entrada na era dos hipercarros.

Atualmente, enquanto as duas marcas trabalham no desenvolvimento dos respectivos hipercarros para a entrada no WEC em 2023, a Audi está perto de completar o Dakar 2022 com o protótipo elétrico RS Q e-tron, como parte da mudança de foco da montadora, que decidiu deixar a Fórmula E e trilhar novos caminhos no esporte a motor.

Stefano Domenicali, atual CEO e presidente da Fórmula 1 e antigo funcionário do Grupo Volkswagen como CEO da Lamborghini, entende que janeiro será um mês crucial para a decisão de Audi e Porsche entrarem no esporte em 2026.

MAX VERSTAPPEN; STEFANO DOMENICALI;
Stefano Domenicali diz que a bola está com o Grupo Volkswagen (Foto: Mark Thompson/Getty Images/Red Bull Content Pool)

“Acho que temos um mês importante pela frente em termos de decisão do Grupo Volkswagen. Seria ótimo se eles aderissem, mas não posso falar em nome da Volkswagen. Fiz parte deste grupo incrível por alguns anos e sei o quão duro eles estão trabalhando de olho no futuro”, declarou o executivo em entrevista ao site alemão Sport1.

“Nosso combustível sustentável, que planejamos usar junto com os novos motores híbridos com maior conteúdo elétrico, pode dar a eles uma segunda rota ao lado da eletromobilidade”, salientou. “E isso se aplica não somente ao Grupo Volkswagen, mas a todas às montadoras”, acrescentou.

O chefão da Fórmula 1 lembrou que a decisão agora está com os alemães. “Com relação à Volkswagen, contudo, espero que eles tomem uma decisão em breve. Depende deles agora dar o passo final”.

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