F1 pede a Massa para não ir a Monza em meio a tentativa de ficar com título de 2008

Diante da pressão que impõe à Fórmula 1 e à FIA por respostas sobre o caso do GP de Singapura de 2008, Felipe Massa revelou que a categoria pediu que não fosse a Monza neste fim de semana, durante o GP da Itália

Felipe Massa recebeu da Fórmula 1 uma primeira resposta. Só que não a que queria. Em entrevista à AP, o brasileiro revelou nesta quinta-feira (31) que a maior categoria do esporte a motor lhe mandou não as justificativas que buscava sobre a tentativa de ficar com o título da temporada 2008, mas uma solicitação para não comparecer ao GP da Itália deste fim de semana.

Massa busca medidas legais para ser reconhecido como campeão mundial da temporada 2008, na qual foi vice na pista, após o antigo chefão do Mundial, Bernie Ecclestone, afirmar que sabia da manipulação de resultado da Renault no GP de Singapura daquela temporada ainda durante 2008. Na ocasião, a equipe francesa arquitetou um acidente de Nelsinho Piquet, piloto do time, para facilitar vitória de Fernando Alonso. E prejudicou Massa.

Oficialmente, o escândalo fora conhecido apenas em 2009, o que impedia qualquer possível ação sobre o resultado esportivo da temporada.

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Fernando Alonso venceu GP de Singapura em 2008 (Foto: Fórmula 1)

Também nessa semana, Massa mostrou irritação com a demora de FIA e FOM para responder questionamentos e ameaçou entrar com ação também junto à Suprema Corte do Reino Unido.
O brasileiro insiste que “nada é contra” Lewis Hamilton, campeão daquela temporada, e que foi atrás daquele que considera seu título depois da entrevista de Ecclestone admitindo que já sabia do episódio. Felipe ainda afirmou que se sente “vítima de uma conspiração”.

“A Fórmula 1 de hoje é diferente da Fórmula 1 daquela época, a FIA de hoje é diferente da FIA do passado”, disse o brasileiro. “Eu realmente espero que eles entendam que o que aconteceu no passado não foi justo para o esporte e torço muito para que eles resolvam o caso”, completou.

“Eu sou o campeão e sinto isso. Sinto que tenho o título. O 16º campeão da Fórmula 1 pela Ferrari. Provamos naquela temporada que merecemos”, acrescentou. “Aquele foi um campeonato incrível. Foi uma grande luta do início ao fim. Foi um grande campeonato da minha parte. Fui o piloto que mais venceu corridas naquele ano e que largou na pole position mais vezes também.”

Enquanto isso, Monza já recebe os tifosi, e os fanáticos torcedores da Ferrari estenderam uma faixa com os dizeres ‘Felipe Massa, campeão do mundo de 2008’ bem na frente dos boxes da Ferrari na reta dos boxes. Os autores pertencem ao Ferrari Club Caprino Bergamasco.

Massa era piloto da Ferrari em 2008 e perdeu o título para Hamilton, então na McLaren, por apenas um ponto.

A Fórmula 1, assim, pediu a Massa que não fosse a Monza. “Decidi não ir. Não muda nada em nossa briga”, revelou o piloto.

A faixa colocada bem em frente aos boxes da Ferrari em Monza (Foto: Reprodução/Twitter)

No início de março, o ex-chefão da F1, Bernie Ecclestone, deu entrevista ao site alemão F1 Insider e revelou que já sabia do escândalo Crashgate, em Singapura, ainda em 2008, mas que decidiu não expor a informação, e que considera o brasileiro como o legítimo campeão mundial.

Na ocasião, a F1 viveu um escândalo de manipulação de resultado no GP de Singapura. O brasileiro Nelsinho Piquet bateu propositalmente com a Renault a fim de beneficiar o companheiro de equipe Fernando Alonsoque venceu a corrida e não tinha relação com a disputa de título. Massa foi um dos grandes prejudicados, já que partiu da pole-position e liderava até o acidente de Nelsinho.

O escândalo do Crashgate foi revelado em 2009, pouco tempo depois de Piquet ser demitido na Renault. Tanto Flavio Briatore, chefe de equipe, quanto Pat Symonds, diretor de engenharia, foram banidos da Fórmula 1, mas acabaram revertendo a decisão na corte francesa e concordaram em se afastar do Mundial. Nelsinho nunca mais correu na categoria.

Na época, Felipe chegou a vocalizar pedidos para que o resultado do GP de Singapura fosse anulado, mas o estatuto da FIA tornou a opção impossível, já que segundo o Código Internacional Esportivo, a decisão do campeonato não poderia ser alterada após a cerimônia de premiação do órgão.

A investigação da FIA também não apontou evidências de que Alonso e a maior parte da equipe Renault sabiam do plano de batida proposital ou que ajudaram na execução. O órgão entendeu que seria injusto mudar o resultado.

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