Ferrari confirma domínio, mas busca aliado para vencer Red Bull no GP da Hungria de F1

Como se previa, a Ferrari se deu muito bem no apertado Hungaroring. E não só isso: o desempenho em ritmo de classificação e corrida foi assombroso e é sintomático que Max Verstappen torça pela chuva para combater os italianos no GP da Hungria, o último antes da pausa do verão europeu para a Fórmula 1

Não era à toa a ansiedade de Mattia Binotto pela etapa da Hungria da F1 – especialmente depois do fiasco do GP da França. Acontece que o apertado Hungaroring possui todas as características que melhor se adaptam à F1-75. O circuito de Budapeste exige downforce, tração e cuidado com os pneus. Ou seja, os três pilares de sucesso do projeto 2022 dos italianos. Portanto, não foi uma surpresa a liderança da escuderia nas atividades que abriram os trabalhos para a 13ª etapa da temporada: Carlos Sainz surgiu na frente no TL1, enquanto Charles Leclerc comandou a sessão complementar. E mais do que isso, impressionou o forte desempenho em todas as condições. Então, dá para dizer que a Ferrari entra favoritaça – tanto que Max Verstappen já recorreu à chuva para tentar equilibrar a balança.

De fato, o #1 da Red Bull tem razão. Especialmente no treino 2, a performance ferrarista foi assombrosa. O ritmo de classificação segue como a grande arma de Maranello, muito embora a rival austríaca e até mesmo a intrusa McLaren tenham sido capazes de se aproximar em cima dos compostos macios (C4). Se a definição do grid fosse decidida com pista seca, não seria um espanto acompanhar uma disputa mais acirrada. Só que esse cenário muda em desempenho de corrida. Calçada com os pneus médios (C3) que devem ser os de prova, a Ferrari se mostrou imbatível. O monegasco chegou a impor um ritmo quase 0s7 melhor que seus adversários.

Há outros aspectos que ratificam a posição de favoritismo da Ferrari. O clima quente agrada o carro vermelho – e a sexta-feira escaldante na Hungria corrobora essa tese –, mas uma queda de temperatura também não é problema, como se viu na corrida na Áustria e mesmo na França, na semana passada. Um dos pontos mais fortes deste conjunto é o melhor gerenciamento de pneus, quase que independente do termômetro. O novo assoalho, usado já em Paul Ricard, é também um trunfo poderoso, porque atingiu o objetivo de gerar downforce e reduzir os saltos.

O BRIEFING ANALISOU A SEXTA-FEIRA DE TREINOS LIVRES DO GP DA HUNGRIA

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Dessa forma, Sainz e Leclerc têm pela frente uma enorme oportunidade de sair de férias com um resultado máximo e, talvez, ainda no páreo da F1 2022. “O foco foi no acerto do carro hoje”, contou o monegasco. “Fizemos algumas simulações de corrida, já que talvez não consigamos fazer isso no terceiro treino livre amanhã, por causa da previsão de chuva.”

A impressão de Charles foi compartilhada por Sainz. “Foi uma sexta-feira interessante. O carro estava muito bom assim que saímos da garagem no TL1 e deu para fazer voltas muito boas. No TL2, tentamos algumas mudanças no setup para avaliar qual direção era melhor tomarmos para amanhã e para a corrida”, relatou o espanhol.

“Estamos bem colocados em termos de equilíbrio do carro e ritmo. Parece que amanhã será em pista molhada, então teremos de nos adaptar às condições. Hoje foi um dia positivo para a equipe, e estou ansioso para o restante do fim de semana”, completou.

É verdade: há uma previsão de chuva forte para o sábado e que já surge como uma tábua de salvação para muita gente, mas não necessariamente para a Ferrari. Com um carro tão bem acertado para a pista seca, a intempérie não é exatamente a melhor notícia para os italianos, porque sempre acaba tendo um toque ingrato do destino em tudo. E outra, Red Bull, Mercedes, McLaren e até Alpine têm chance de entrar em uma briga pela pole – a classificação do Canadá está aí e não deixa mentir.

Portanto, os taurinos torcem muito pelo aguaceiro e por uma dose de caos. Ainda que a esquadra energética tenha levado para a Hungria uma asa traseira revisada e uma pequena mudança no assoalho, tudo em nome do downforce, a diferença em ritmo de corrida seguiu muito grande para a Ferrari. Daí explica-se o desejo pelo tumulto. “A Ferrari tem mais downforce do que nós. Em Budapeste, há apenas curvas e retas. Não o suficiente para jogar com nossos pontos fortes. E só a chuva pode nos ajudar”, afirmou o atual campeão do mundo.

“Vamos trabalhar duro durante a noite para tentar diminuir essa diferença o máximo possível. No seco, podemos nos esforçar bastante para competir, mas a história pode ser diferente na chuva”, reiterou o piloto, que lidera o Mundial de Pilotos com 233 pontos, contra 170 de Leclerc.

E ainda que a água sirva como um elemento de imprevisibilidade, não é uma garantia de que a Red Bull possa tirar todo o proveito. A chuva que desabou sobre o circuito de Spielberg, antes do GP da Áustria, ajudou a baixar a temperatura, e isso afetou o rendimento do RB18 que parece não gostar de frio – esse é um cenário possível também em Budapeste. Por isso, a cautela dos taurinos.

Mas se a chuva é um ponto que pesa para ambos os lados, há outros ingredientes que podem apimentar a disputa. O caso é que a Ferrari precisa de um resultado expressivo para seguir sonhando e o ideal seria também contar com alguns aliados – um deles certamente é a chance de uma derrocada dos rivais em função das condições do clima. Mas há outros ainda. Na Hungria, a McLaren pode se tornar essa peça-chave.

Max Verstappen torce por chuva em Budapeste (Foto: Red Bull Content Pool)

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Lando Norris e Daniel Ricciardo viveram a melhor sexta-feira da temporada. A equipe inglesa promoveu um interessante pacote de atualizações em Paul Ricard, que agora começa a ter mais efeito. Asas e assoalho ajudaram a aprimorar a performance, além de uma alta carga aerodinâmica. Norris se colocou entre Leclerc e Sainz e à frente de Verstappen na segunda posição no TL2, enquanto o australiano foi o quinto colocado, tendo um Fernando Alonso no encalço.

“As coisas parecem estar andando bem. O carro vem bem, parece ter casado com as características da pista um pouco mais também. Mas nós também sempre somos mais rápidos no TL2 do que na classificação”, pontuou acertadamente o inglês.

“Nós sabemos que todo mundo, especialmente Ferrari, Red Bull e Mercedes geralmente crescem para o sábado. Acho que estamos bem, o carro está em uma condição razoável no fim de semana. Acho que um pouco melhores do que estávamos em Paul Ricard. Não espero brigar por pole, mas estar em posição melhor que na França”, acrescentou.

Dentro desse roteiro, a Mercedes também não deve ser descartada, apesar da sexta-feira complicada que viveu e nem mesmo a Alpine. Ou seja, o fim de semana húngaro, apesar da expectativa de chuva, começa promissor para a Ferrari de novo – resta saber se a equipe vai aproveitar a nova chance.

GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e EM TEMPO REAL todas as atividades do fim de semana do GP da Hungria. No sábado, o TL3 está marcado para as 8h (de Brasília, GMT-3), enquanto a classificação começa às 11h.

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