Ferrari naufraga e facilita vida da Mercedes. Só Verstappen salva GP da Alemanha

De novo, a Ferrari facilitou a vida da Mercedes na F1. A equipe italiana enfrentou um duro revés com seus dois carros, enquanto Lewis Hamilton superou uma febre para se colocar na pole-position. Agora, a esperança de uma disputa mais acirrada pela vitória em Hockenheim repousa sobre os ombros de Max Verstappen, que cavou um lugar na primeira fila do GP da Alemanha

É espantosa, a forma como a Ferrari é capaz de jogar chances pela janela. Seja por estratégia, erros ou confiabilidade. O sábado (27) em Hockenheim foi testemunha de mais um revés da equipe italiana e do quanto o infortúnio apenas serve para facilitar a vida da maior adversária, que, convenhamos, nem precisa de ajuda, dada a perfeição que virou costumeira. Mas os italianos insistem. A escuderia vermelha surpreendentemente dominou os treinos livres no circuito alemão e indicava que a disputa pela pole-position seria acirradíssima com uma Mercedes que ainda escondia o jogo – sim, os alemães guardaram as armas para as fases finais da classificação. Mas logo veio o banho de água fria e aí ficou claro que o trabalho dos prateados seria um pouco menos tenso.
 
O sonho ferrarista de jogar água no chope da rival virou pesadelo nos primeiros instantes do Q1, quando Sebastian Vettel relatou a perda de potência do carro. Tão logo voltou aos boxes, os mecânicos, desesperados, já estavam ao redor da SF90 #5. Uma falha no turbo ocasionara o abandono da classificação. Vettel sai em 20º neste domingo, numa corrida em que procura não só recompensar os fãs, mas também se redimir do ciclo errático que entrou depois daquela saída de pista em 2018 na mesma Hockenheim. A favor de Seb está a própria pista, o bom ritmo de corrida que o carro vermelho apresentou na sexta-feira e a liberdade de estratégia – o alemão tem jogos novos de pneus macios (3), médios (2) e duros (1) e pode, em tese, escolher a tática que quiser. Além disso, há uma expectativa de chuva, e um safety-car não é raro pelas bandas da Floresta Negra. Basta apenas ter cabeça.
Charles Leclerc quase não acredita na falta de sorte da Ferrari (Foto: Ferrari)

Só que os problemas da Ferrari não pararam aí. Depois de Charles Leclerc ficar muito próximo de Lewis Hamilton no Q2, o início da fase decisiva acompanhou o segundo drama: uma falha no sistema de combustível impediu o monegasco de deixar os boxes. Resultado: o jovem parte da décima colocação do grid. Leclerc não tem a chance de alterar a estratégia e larga de pneus médios, o que pode comprometer a recuperação, uma vez que seus oponentes têm compostos mais velozes.

 
Portanto, todo o dramalhão vermelho apenas tornou o caminho da Mercedes mais tranquilo. Na real, a esquadra prateada nem precisava. Precisa e perfeita, a marca alemã poupou pneus e equipamento até o momento decisivo. Aí sem rivais, Hamilton foi absoluto, mesmo doente. Uma das poles mais fáceis da carreira. Quando alinhou de volta o carro, falou com surpresa sobre a conquista – a 87ª da trajetória na Fórmula 1 –, mas também com certa consternação, pois certamente esperava uma briga mais apertada com os carros de vermelhos.
 
De qualquer forma, Hamilton tem a chance de ter seu pedido por mais disputa atendido. Max Verstappen foi a grande notícia da parte final da classificação. Ainda que tenha errado na volta final, o holandês foi imenso ao se colocar entre os carros da Mercedes. Mais uma prova da evolução da Red Bull em 2019. Só tem um detalhe que pode comprometer: a diferente estratégia entre os carros prata e Max. Enquanto Hamilton e Valtteri Bottas – em um apagado e questionável terceiro lugar – partem com pneus amarelos/médios, Verstappen terá de sair com os compostos macios/vermelhos. O #33 até chegou a tentar a tática de pneus amarelos no Q2, mas a queda de potência do motor verificada na fase intermediária o obrigou a não arriscar. Daí a opção pelos vermelhos.
Lewis Hamilton, que mesmo doente não deu chances (Foto: Mercedes)

Em termos práticos, a Pirelli fala em um pit-stop para o GP da Alemanha. Quem sair com pneus médios – como é o caso da Mercedes e de Leclerc no top-10 -, o primeiro trecho da corrida poderá ser esticado até a volta 29. A fornecedora prevê a primeira parada entre o giro 24 e 29. Troca para os pneus duros e segue até o fim. O stint ficaria de 38 a 43 voltas.

Já quem optou pelos pneus vermelhos/macios no início da prova – como Verstappen e todo o resto do Q3 –, a estratégia vai funcionar assim: o primeiro pit-stop tem de acontecer entre as passagens 18 e 22. Daí será um trecho bem longe de 45 a 49 voltas com os pneus duros. Para usar os médios na segunda fase da corrida, a Pirelli recomenda uma segunda visita aos boxes. Dificilmente alguém deve se lançar nessa tática.

 
De fato, o ritmo de corrida da Mercedes é muito forte e assim se mostrou na sexta-feira. A Red Bull também foi consistente e pode surpreender. Neste cenário, a corrida tem a chance de mudar diante de algumas situações: um agressivo Verstappen pular à frente de Hamilton na largada, ou a entrada do safety-car ou ainda a chuva. Há uma chance de 60% de precipitação para o momento do início da corrida. 
Max Verstappen é o tempero do GP da Alemanha (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)
Se Max realmente tirar proveito na largada, o GP da Alemanha tende a ser dos mais interesses, independente da chuva, isso porque os dois – Hamilton e Verstappen – são os melhores pilotos do grid em pista molhada. Mas a corrida promete ser movimentada também pela recuperação ferrarista e pelo excêntrico pelotão intermediário do grid.
 
Kimi Räikkönen surgiu de uma maneira surpreendente na quinta colocação e é alguém que sempre oferece resistência. Atrás dele está o inconstante Romain Grosjean e sua Haas da Austrália (!). Carlos Sainz é quem traz uma sensação de normalidade ao grupo que tem ainda um bravo Sergio Pérez e um mordido Nico Hülkenberg.

O GP da Alemanha tem largada marcada para 10h10 (horário de Brasília) deste domingo. O GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e em TEMPO REALSiga tudo aqui.


 
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