Fórmula 1 oficializa renovação de contrato com São Paulo para GP em Interlagos até 2025

Depois do governo de São Paulo anunciar no mês passado o acordo para receber a Fórmula 1 nos próximos cinco anos, foi a vez agora da própria chefia da maior das categorias do esporte confirmar o novo contrato para disputar corridas em Interlagos

Depois de mais de um mês desde que o governo de São Paulo anunciou a renovação do contrato com a Fórmula 1 para receber as etapas em Interlagos, a quarta-feira (16) viu a confirmação do negócio por parte da chefia da maior das categorias do esporte a motor. O novo vínculo tem duração de cinco anos. Ainda de acordo com o documento publicado pelo Mundial, a etapa brasileira passa a se chamar GP de São Paulo, como o prefeito da capital, Bruno Covas, adiantou há mais de um mês também.

A Fórmula 1 chega a um acordo com São Paulo depois de um imbróglio que durou mais de um ano, por conta da tentativa da empresa Rio Motorsports em levar a corrida para o Rio de Janeiro, em um autódromo que não existe. O acordo começar a valer já em 2021, com corrida confirmada para 14 de novembro.

“Estamos felizes por anunciar que a cidade de São Paulo continuará a sediar o GP do Brasil até 2025, e estamos ansioso para trabalhar com os novos promotores nos próximos anos”, disse Chase Carey, chefão da F1, em comunicado à imprensa. “O Brasil é um mercado muito importante para a Fórmula 1, com fãs devotados e uma longa história no esporte. A corrida no Brasil sempre foi um dos pontos altos para nossos fãs, pilotos e parceiros, e queremos dar aos fãs da Fórmula 1 uma corrida divertida em Interlagos em 2021 e ao longo dos próximos cinco anos”, destacou.

Interlagos seguirá sendo o palco da F1 no Brasil ao menos até 2025 (Foto: Duda Bairros/Vicar)

“É um grande prazer poder anunciar que Interlagos continuará sediando um dos eventos mais importantes do mundo do esporte a motor”, destacou Bruno Covas, prefeito de São Paulo. “Fizemos um esforço tremendo de manter a corrida em nossa cidade. Temos infraestrutura robusta para turistas, segurança pública e outros serviços de ponta. Acreditamos que, sediando o GP, além de promover nossa cidade para o mundo, continuaremos trazendo contribuições importantes, como criação de emprego e geração de renda. Vimos estudos que mostram que para cada R$ 1 investido no GP de São Paulo, R$ 5,20 é gerado para a economia local”, seguiu.

“Estamos muito animados em trabalhar com a Fórmula 1. A corrida da F1 está em Interlagos desde os anos 1980 e é um dos circuitos mais respeitados do calendário”, falou Alan Adler, novo promotor da corrida. “Brasileiros são entusiastas  do esporte a motor e da velocidade, e o Brasil tem uma longa tradição de produzir grandes pilotos, o que rendeu uma legião de fãs de F1 em nosso país. Acredito que, por conta da nossa experiência, trabalhando com marcas internacionais, podemos fazer um grande trabalho unindo os esportes, as marcas e o entretenimento. Com isso, poderemos oferecer novas experiências para o público tanto dentro quanto fora da pista”, completou.

O anúncio finaliza de vez as discussões que chegaram a tratar Interlagos como carta fora do baralho do GP do Brasil em determinado momento. Parte de uma iniciativa que visava forçar o projeto de autódromo em Deodoro, inclusive com lobby direto do diretor-executivo Chase Carey, em carta endereçada ao governador em exercício do Rio de Janeiro, Cláudio Castro.

O projeto de autódromo em Deodoro, que nunca decolou, fica sem a F1 (Foto: Reprodução)

Na carta-lobby, Carey confirmou o que o consórcio Rio Motorsports dissera pouco antes: o grupo, que surgiu do zero para receber os direitos de construir um autódromo no lugar ocupado pela última floresta de Mata Atlântica do Rio de Janeiro, passara a ter os direitos para realizar uma corrida. Mas isso estava condicionado às liberações ambientais para o projeto. O que não aconteceu, após um parecer totalmente negativo do INEA – Instituto Estadual do Meio Ambiente.

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A Rio Motorsports, então, recebeu a possibilidade de adquirir os direitos televisivos da F1 no Brasil a partir de 2021, mas teria 45 dias para provar que tinha condições financeiras para tanto. Não fez, porque jamais teve condições financeiras para nada próximo a isso. E acabou culpando, de maneira risível, “incertezas relacionadas à Covid-19 na Europa”.

Outra mudança importante nas direções da etapa brasileira do Mundial de Fórmula 1 está no promotor da prova. A Interpub, de Tamas Rohonyi, que organizou o evento ao longo de décadas, sai de cena. Rohonyi é muito próximo de Bernie Ecclestone, o antigo-chefão e responsável pela assinatura do último contrato antes do atual. Entretanto, a relação com o Liberty Media é mais distante.

Com isso e o naufrágio das expectativas com a Rio Motorsports, quem assume a promoção é a Brasil Motorsport, braço do fundo de investimento Mubadala, de Abu Dhabi. No comando da empresa, está o ex-velejador Alan Adler, que disputou os Jogos Olímpicos de 1984, 1988 e 1992 pela delegação do Brasil.

Com fim da sequência nesta temporada 2020, quando o evento foi cancelado por conta da pandemia do novo coronavírus, o GP brasileiro foi disputado ininterruptamente em Interlagos desde 1990. Antes disso, esteve no circuito entre 1972-1977 e 1979-1980. Ao todo, são 38 edições do GP do Brasil em Interlagos, dos quais 37 foram válidos para a pontuação do campeonato.

O GRANDE PRÊMIO procurou Tamas Rohonyi e a Interpub para entender se ainda fariam parte da promoção da corrida da Fórmula 1, e a assessoria de imprensa respondeu que ainda não pode comentar o assunto por questões contratuais. O GP apurou, entretanto, que a Interpub ainda estará envolvida com a organização da corrida, mantendo a equipe.

Atualizada às 19h32.


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