GM anuncia registro junto à FIA para se tornar fabricante de motor na F1 em 2028

A GM reforçou o compromisso para ingressar na Fórmula 1 nos próximos anos ao lado da Andretti. Além de parceira técnica, quer fazer o próprio motor

A GM deu mais um passo importante na parceria desejada com a Andretti para o ingresso na Fórmula 1 nos próximos anos. A montadora anunciou, na manhã desta terça-feira (14), que ingressou com pedido de registro para ser fornecedora de motores da categoria a partir da temporada 2028.

O interesse da GM, por meio da Cadillac — que pertence ao conglomerado automotivo dos Estados Unidos —, tem em vista a entrada na categoria ao lado da Andretti. As duas já firmaram acordo há cerca de um ano para a entrada no grid em 2025 ou 2026. A Andretti, inclusive, já conseguiu a aprovação da FIA após meses de avaliação e espera, agora, a resposta do Liberty Media, detentor dos direitos comerciais da F1.

O presidente da GM, Mark Reuss, manifestou o movimento e a ligação entre essa decisão e a parceria com a Andretti. É importante destacar que a sequência da GM está diretamente ligada à aprovação da Andretti. “Estamos muito animados que nossa parceria Andretti Cadillac na F1 será empurrada por um motor GM”, afirmou.

“Com nossos conhecimentos profundos de engenharia e corridas, estamos confiantes que vamos desenvolver uma unidade de força bem-sucedida para a categoria e posicionar a Andretti Cadillac como uma verdadeira equipe de fábrica”, seguiu.

Mark Reuss é o presidente da GM, que quer ser fabricante de motor na F1 (Foto: Jeff Kowalsky/AFP)

“Vamos competir contra os melhores, nos maiores níveis, com paixão e integridade que ajudarão a elevar o esporte para apaixonados por corridas em todo o mundo”, finalizou.

De acordo com a GM, inclusive, o desenvolvimento e testes de protótipos da tecnologia que deseja trabalhar de olho na melhor compreensão do uso de hibridização, eletrificação, combustíveis sustentáveis e motor de combustão interna de alta eficiência, bem como toda a parte eletrônica. A Andretti já até construiu um modelo de carro de 2023 para testar no túnel de vento.

As datas é que chamam a atenção. Enquanto a parceria, liderada pela Andretti, quer entrar na categoria em 2025, se possível for, a GM terá o motor próprio somente em 2028. O que quer dizer que a Andretti e a GM terão de engolir motores comprados mesmo que por alguns anos. Meses atrás, sabia-se que a Renault tinha um acordo para fornecimento, mas que expirou. A Honda surge como favorita de momento, mas a própria Renault ainda é possibilidade.

Assim sendo, a GM/Cadillac será realmente a parceira técnica anunciada pela Andretti nos primeiros anos na F1, caso consigam entrar no grid. A partir de 2028, o casamento dá um salto adiante, com a Andretti recebendo status de equipe de fábrica.

Se um dos grandes empecilhos para a entrada da Andretti na F1 era a visão negativa das equipes, justificada pelas dúvidas do que a marca americana levaria ao grid da chamada “mais valia”, agora há um reforço importante na resposta: os motores da GM.

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Andretti firmou parceria com Cadillac para entrar na F1 (Foto: Divulgação)

Entenda a história

Fundada em 2003 após aquisição de boa parte da Team Green, a Andretti atualmente tem operação em oito categorias: Indy, Fórmula E, IMSA, Extreme E, Indy NXT e V8 Supercars, Super2 e Super Copa. O sonho de entrada na Fórmula 1 é antigo. Em 2021, o time se candidatou a comprar a Sauber — atual Alfa Romeo —, porém, o acordo acabou colapsando de última hora.

Por isso, em janeiro de 2023, ainda com a meta de ter um espaço na F1, o time americano decidiu fazer parceria com a General Motors, que entraria na categoria sob a marca Cadillac — e que, segundo Michael Andretti, a categoria seria incapaz de negar uma dupla forte para estar no grid.

No início, a equipe receberia motores de outra fabricante, mas tanto Andretti quanto Cadillac ofereceriam todo o suporte técnico. A equipe operaria na nova sede da Andretti Global, que está em construção na cidade de Fishers, Indiana, nos Estados Unidos, e deve começar a funcionar em 2025. Uma outra sede, na Europa, também serviria para as operações.

A FIA (Federação Internacional de Automobilimo) anunciou, em fevereiro, um novo processo seletivo para identificar equipes que desejam participar da Fórmula 1 a partir de 2025. Além da operação comandada pelo americano Michael Andretti, Hitech e Carlin, ambas da Fórmula 2, também submeteram seus nomes. A empresa asiática LKY SUNZ, que garantiu estar disposta a desembolsar US$ 600 milhões [cerca de R$ 2,96 bilhões na cotação atual] pela vaga, também foi descartada. Os americanos foram os únicos aprovados.

Desde então, a Andretti está em discussões com a FOM (Formula One Management) para acertos das questões comerciais. Boa parte das equipes atuais da Fórmula 1 adotaram discursos de rejeição sobre a chegada dos americanos. Eles alegam que um novo integrante diluiria de forma considerável a receita das equipes – embora a nova integrante tenha de pagar uma taxa de, pelo menos, US$ 100 milhões (R$ 496 milhões, na cotação atual).

Na última semana, a General Motors reiterou que, no momento, o seu compromisso é total com a Andretti. O presidente da gigante americana do setor automobilístico, Mark Reuss, ainda destacou que as duas marcas possuem “um longo histórico de sucesso”, rejeitando a possibilidade de se unir a outra equipe do grid atual.

Reuss foi questionado pela agência de notícias AP se havia a possibilidade da GM se unir a outro time caso a candidatura da Andretti fosse rejeitada pela FOM, a detentora da parte comercial, uma vez que a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) já aprovou a entrada do time comandado por Michael Andretti.

“A GM está comprometida em fazer parceria com a Andretti para correr na F1”, frisou o presidente da montadora. “A colaboração Andretti-Cadillac reúne duas entidades únicas construídas para as corridas, ambas com longo histórico de sucesso no automobilismo global”, concluiu.

A AP acrescentou ainda que a GM planeja enviar executivos seniores ao GP de Las Vegas, na próxima semana, para pressionar a FOM a aprovar a entrada da Andretti no grid da temporada 2025.

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