GUIA 2019: Otimista, Red Bull busca renascimento na F1 com aposta na Honda e na liderança de Verstappen

A Red Bull traz duas grandes novidades para 2019. O carro passa a ter motor Honda, motivo de esperança para uma equipe que sonha com novos títulos mundiais. Max Verstappen, agora com o recém-contratado companheiro Pierre Gasly, assume a condição de primeiro piloto. A expectativa é alta, mas os taurinos ainda devem ser a terceira força do grid

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A RED BULL NUNCA deixou de vencer corridas e ir ao pódio, mas seria mentira dizer que os últimos anos não foram difíceis em Milton Keynes. A passagem do tetracampeonato com Sebastian Vettel para a era híbrida aconteceu com diversos solavancos, significando que ainda hoje os taurinos não conseguem brigar realmente de igual para igual com Mercedes e Ferrari. Pois é para isso que serve a temporada 2019 – a busca por uma ruptura com o passado. Pela primeira vez na década sem um motor Renault na traseira do carro e contando com a inédita liderança absoluta de Max Verstappen, o objetivo é contar uma história com enredo diferente da vista nos últimos anos.
 
Acontece que a história do motor Honda é, até aqui, uma de muita expectativa e poucos resultados. A marca retornou à F1 em 2015 como parceira da McLaren, em um projeto que só serviu para colocar as duas no fundo do grid. O divórcio, inevitável, veio ao fim de 2017. Era a chance de ouro para alguém em busca de uma montadora fazer suas apostas, e ninguém queria mais uma montadora do que a Red Bull, nos últimos anos insatisfeita com a Renault. 2018 serviu de ‘estágio’ na Toro Rosso e, com impressão positiva, 2019 trouxe o casamento Red Bull-Honda.
 
E, como em qualquer casamento, o momento é de Lua de Mel. Não há qualquer pinta de pessimismo, seja da parte da Red Bull, seja da parte da Honda. Pergunte ao chefe Christian Horner, ao projetista Adrian Newey ou mesmo a Max Verstappen e as respostas virão todas em tom semelhante. Único asterisco na pré-temporada é que a companhia japonesa julgou a unidade de potência um pouco agressiva demais. Mesmo assim, nada que tenha impedido duas semanas de testes com boa confiabilidade e tempos de volta competitivos.
A Honda enche a Red Bull de esperança (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)
Mesmo assim, a empolgação tem lá seu limite. Ainda que a Honda tenha mostrado competitividade, é difícil cobrar um motor já ao nível dos de Mercedes e Ferrari. O bom momento quase nos fazer esquecer que, ao que os testes indicam, a Red Bull ainda é uma equipe que vai brigar por vitórias esporádicas ao longo do ano. Não que seja ruim – pelo contrário, considerando que a Honda era piada pronta dois anos atrás –, mas é um bom lembrete de que evolução costuma tomar tempo.
 
A chegada da Honda ofusca outra mudança importante na Red Bull em 2019. A temporada é a primeira com Max Verstappen, ainda com 21 anos, como primeiro piloto absoluto. Foram dois anos e meio de brigas acirradas com Daniel Ricciardo, que sempre teve potencial para ser pedra no sapato, apesar da vitória maiúscula de Verstappen na briga interna em 2018. Pois o ano agora começa com a tal pedra no sapato defendendo a Renault, enquanto o ainda não muito experiente Pierre Gasly sobe da Toro Rosso.
 
Por melhor que Gasly seja – e é, apesar das batidas em Barcelona –, não é difícil deduzir quem manda em Milton Keynes em 2019. Helmut Marko, consultor da equipe, já disse que o foco do francês no primeiro é apenas somar pontos durante o processo de adaptação, e não necessariamente superar Verstappen sempre que possível. O panorama pode mudar no futuro, mas existe um piloto favorecido na dupla.
Max Verstappen tem a responsabilidade de trazer resultados (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)
A situação é evidentemente boa para Verstappen, que pode se portar como dono da bola na Red Bull. Mesmo assim, é preciso ressaltar que existe um novo desafio: Max nunca foi líder de equipe alguma. A disputa com Ricciardo sucedeu uma relação pouco amistosa com Carlos Sainz Jr. na Toro Rosso. Mesmo que ainda muito jovem, o holandês vai precisar se portar como alguém de mais experiência, lidando com responsabilidades sempre crescentes.
 
Isso não significa que o preterido da dupla não tenha que lidar com pressão. Gasly não vai ter a adaptação como desculpa por muito tempo e, cedo ou tarde, vai começar a ser examinado de forma mais minuciosa. Os incidentes de Barcelona já receberam reações com um misto de compreensão e cobrança. Dado o histórico da Red Bull, novos dias desastrados têm boas chances de causar uma reação apenas de cobrança e cobrança.

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