GUIA 2021: Em alta, AlphaTauri mira colar na ‘F1 A’ com carro cheio de personalidade

A AlphaTauri foi a maior surpresa da pré-temporada da Fórmula 1. Muito consistente e com performance animadora, a equipe italiana teve desempenho de quem pode e deve sonhar com coisas grandes em 2021. Cada vez mais próxima da Red Bull e ao mesmo tempo com mais personalidade, a AlphaTauri mira encostar na chamada ‘F1 A’.

A tarefa não é das mais simples, afinal, tem todo um retrospecto jogando contra o time. Mesmo nos tempos de Toro Rosso, o time de Faenza nunca foi além da sexta colocação, em 2008 e 2019. Para atingir o desejo do consultor da Red Bull, Helmut Marko, que é de se aproximar de vez do pelotão da frente, precisaria de mais do que isso, teria de bater, por exemplo, Ferrari, Aston Martin, Alpine e McLaren. E Franz Tost, chefe do time, foi na mesma linha.

“A AlphaTauri era, em 2020, uma equipe de meio de grid, mas que conseguia lutar dignamente com times como McLaren, Renault e Racing Point, mas a meta para 2021 é estar constantemente na frente do pelotão do meio e evoluir no futuro”, disse no lançamento do carro.

Por mais que a meta seja ousada, há motivos para se acreditar. A evolução é nítida, a consolidação do trabalho é óbvia. A AlphaTauri venceu corrida em 2020, com Pierre Gasly, no GP da Itália, mas sabe que pode ser mais consistentemente competitiva do que foi no ano passado. Para isso, um motor Honda mais potente e um carro arrojado entram em cena.

O AT02 tem características peculiares. Ao mesmo tempo em que a AlphaTauri vai usar uma série de componentes da Red Bull na montagem do bólido, aerodinamicamente é um projeto todo dos italianos. Há diferenças nos sidepods, na asa dianteira, na asa traseira, na lateral do carro. Ou seja: é Red Bull B até a página 2, tem bastante personalidade.

Além do carro promissor, fichas todas em Gasly. Agora vencedor de corrida, o francês já merece ser tratado como um dos melhores pilotos do grid e, naturalmente, precisa liderar um time que tem também um piloto novato, Yuki Tsunoda. E é assim mesmo que Tost imagina ver Pierre.

“Teremos uma dupla interessante formada por um piloto experiente e um novato. Coloco Pierre [Gasly] como um dos melhores da atualidade. Ele tem boa técnica e isso faz com que tire tudo do carro. Ele também conhece o time bem, está familiarizado a todos os procedimentos e métodos de trabalho, vai ser um bom líder”, explicou Tost.

A jovem esperança japonesa

Se Gasly é o nome para comandar a evolução da equipe, Tsunoda é um excelente complemento. É verdade que as chances de erros e acidentes em uma primeira temporada são consideráveis, mas a velocidade está ali, o talento existe. O Japão volta ao grid com um ótimo jovem e a Honda deve deixar a F1, ao final de 2021, bem satisfeita.

“Nosso Yuki Tsunoda tem 20 anos, esteve no carro por apenas um dia e meio, mas entregou um desempenho sensacional”, se empolgou o sempre muito criterioso Marko, pouco após Tsunoda fechar a pré-temporada em um surpreendente segundo lugar.

A AlphaTauri parece ter nas mãos a receita do sucesso. Com um Gasly que pode ir ao topo, com um Tsunoda que promete fazer bem mais que Daniil Kvyat e carro e motores melhores que os já bons de 2020, os italianos têm tudo para, no mínimo, incomodar muito McLaren, Alpine, Aston Martin e Ferrari.

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