GUIA 2024: Alpine precisa de ano sólido para seguir trabalho com Ocon e Gasly em 2025

Alpine vive problemas de gestão há anos e precisa organizar a casa para manter a dupla formada por Pierre Gasly e Esteban Ocon. Afinal, é preciso um projeto de continuidade para ser grande no esporte

A temporada 2024 da Fórmula 1 ainda nem começou, e a Alpine já tem uma série de problemas para serem resolvidos, sobretudo sobre o quadro de pilotos para a próxima temporada. Isso porque o time de Enstone vive uma verdadeira bagunça e sem muitas projeções de crescimento no esporte. O acordo de Pierre Gasly e de Esteban Ocon com a equipe só vai até o fim do ano, e a dupla pode se valer disso para procurar um novo destino na categoria. Ainda mais se considerarmos que inúmeras vagas serão abertas em 2025, com inúmeros contratos de pilotos se encerrando em 2024.

Por mais que seja uma equipe de fábrica, que produz o próprio motor e que, em tese, tem muito dinheiro para investir no esporte, a Alpine não consegue se encontrar na Fórmula 1. Há algum tempo o time francês tem se mostrado incapaz de seguir com um projeto de longo prazo e constantemente sofre alterações em cargos relevantes.

A falta de estrutura dos franceses começou a ficar clara no fim de 2020, quando, com apenas dois anos de projeto, Daniel Ricciardo — que foi contratado a peso de ouro — decidiu deixar a então Renault para se juntar à McLaren. Cyril Abiteboul, que na época comandava a equipe, também perdeu o posto.

Em 2021, trouxe Fernando Alonso de volta e tentou inovar no posto de dirigente, fazendo uma chefia tripla, com um colegiado de três membros tomando decisões. As autoridades na época eram Davide Brivio, diretor de corridas, Marcin Budkowski, como diretor-esportivo, e Laurent Rossi, como CEO. Em 2022, no entanto, o formato foi desfeito e Otmar Szafnauer foi chamado para ser o chefe da equipe.

Otmar Szafnauer ficou pouco mais de um ano no comando da Alpine (Foto: F1)

A gestão de Szafnauer até pareceu mais organizada em 2022, quando o time foi quarto no Mundial de Construtores, mas o caos voltou a reinar em 2023 e o dirigente acabou perdendo o cargo no meio da temporada. Na verdade, a Alpine promoveu um verdadeiro bota-abaixo e demitiu também o diretor-esportivo Alan Pérmane e o executivo-técnico Pat Fry. Desde então, a chefia é ocupada por Bruno Famin.

Não existe nenhuma garantia de que a gestão de Famin será mais efetiva. Na verdade, já está dando indícios de que será um fiasco ainda maior. Durante o lançamento da A524, a Alpine apresentou um carro completamente novo, com linhas mais agressivas e com mais partes de carbono — com o intuito de deixar o carro mais leve e, com isso, ganhar algum desempenho. Bruno chegou a afirmar que, da asa dianteira à asa traseira, o carro era completamente novo. Portanto, as expectativas por mais desempenho estavam lá em cima.

Mas os testes de pré-temporada, que aconteceram entre os últimos dias 21 e 23, no Bahrein, foram um banho de água fria para a Alpine. O time francês, inclusive, saiu dos testes com pouco otimismo por não ter mostrado grandes pontos de força ao longo da semana. O próprio Famin afirmou que espera um começo “desafiador”.

“Nossa confiabilidade foi boa e permitiu a que completássemos o planejamento de testes conforme esperado. Agora, é hora de trabalhar em cima dos dados que coletamos e concentrar em otimizar nosso pacote para o GP do próximo fim de semana. Sabemos onde estamos. Esperamos um começo desafiador para o ano, enquanto continuamos a aprender mais e mais sobre a A524, além de desenvolvê-la ao longo da temporada”, finalizou.

Esteban Ocon e Pierre Gasly seguem na Alpine para 2024, mas sem muita confiança em 2025 (Foto: Alpine)

Pierre Gasly, que foi apenas o 15º colocado no último dia de atividades no Bahrein e não escondeu a decepção com a Alpine, afirmando que a equipe ainda precisa extrair muito o potencial do carro.

“Estamos começando com um novo conceito no carro, e ainda temos muito a entender sobre ele. Os próximos dias serão extremamente importantes para entender todos esses testes que fizemos e para tentar extrair mais performance. Temos muito a aprender. O bom é que identificamos o que precisamos melhorar e o que precisa ser prioridade”, comentou o francês.

Assim como foi com Alonso e Ricciardo, Gasly e Ocon já parecem estar fartos de tanta bagunça dentro da equipe. E, com tantas mudanças em cargos importantes, está claro que o problema vai muito além de quem está no comando da equipe. Recentemente, a mídia espanhola noticiou que tanto Pierre quanto Esteban não estavam confiantes no trabalho dos franceses e já buscavam novas alternativas para 2025. A Mercedes é uma fortíssima, por exemplo. Embora tenha afirmado que está focado no trabalho na Alpine, o #10 fez questão de reforçar que está em seu último ano de contrato com a equipe.

Para 2025, inúmeras portas devem se abrir em diferentes equipes na Fórmula 1, isso porque nada menos que 11 pilotos têm contrato expirando no fim do ano. Portanto, a Alpine precisa mostrar evolução e seriedade em seu projeto. Do contrário, corre sério risco de perder os dois pilotos para 2025.

GRANDE PRÊMIO publica nesta semana um guia completo de tudo que é preciso saber sobre a temporada 2024 da Fórmula 1, que começa no próximo fim de semana, entre os dias 29 de fevereiro e 2 de março, com o GP do Bahrein. O GRANDE PRÊMIO transmite classificação e corrida em segunda tela, em parceria com a Voz do Esporte, na GPTV, o canal do GP no Youtube. Além disso, debate tudo que aconteceu na pista com o Briefing após cada dia de atividade.

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