GUIA 2025: Russell sobe na hierarquia e assume desafio de liderar Mercedes
Com a saída de Lewis Hamilton oficialmente concretizada, agora cabe a George Russell liderar o projeto da Mercedes e ajudá-la a voltar aos tempos de glórias. Embora tenha lidado com carros complicados nos últimos anos, o britânico mostrou que tem talento e velocidade, e agora precisa passar por um amadurecimento natural para provar que pode dar conta do serviço
George Russell finalmente começou a jornada como o mais novo líder da Mercedes na Fórmula 1. A responsabilidade de assumir o posto deixado por ninguém menos que Lewis Hamilton, que decidiu se mudar para a Ferrari, é das maiores, mas desde que chegou ao time de Brackley, após passar três anos amadurecendo na Williams, o #63 não se intimidou nem mesmo na disputa contra o heptacampeão e provou que ainda tem muito a entregar na classe rainha.
Escolhido para ocupar o lugar de Valtteri Bottas em 2022, quando o atual regulamento entrou em vigor na categoria, o britânico apresentou resultados consistentes, conseguiu chegar ao top-5 em 19 das 22 corridas disputadas naquele ano e ainda venceu o GP de São Paulo, mesmo com o time comandado por Toto Wolff atravessando um momento complicado com o problemático W13. Em 2023, no entanto, o piloto de 27 anos teve mais dificuldades para lidar com a instabilidade das Flechas de Prata e enfrentou algumas críticas em relação aos altos e baixos no desempenho, embora a própria equipe tenha mostrado confiança no trabalho e decidido renovar o contrato por mais duas temporadas, garantindo-o até o fim de 2025.
Ainda que esperasse contar com Hamilton ao seu lado para os próximos dois anos, a notícia sobre a saída do compatriota possivelmente trouxe um sorriso ao rosto de Russell. Acostumado a ser diretamente comparado ao heptacampeão, o inglês agora será exposto a um novo desafio e terá de liderar a Mercedes no caminho de recuperação pelo qual a mesma está trilhando, de olho na mudança das regras que acontece em 2026. Mas será que George tem cacife o suficiente para tomar as rédeas de uma octacampeã mundial?
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Sofrendo com o ritmo do W15, o #63 começou a temporada passada em baixa, não conseguindo acompanhar o ritmo das Red Bull, Ferrari e McLaren. Durante os momentos mais difíceis da escuderia da estrela de três pontas, porém, decepcionou ao não se posicionar de maneira mais vocal contra as falhas da equipe e a incapacidade da mesma em conseguir evoluir o bólido prateado — foi sempre Hamilton quem apontou o dedo, mostrando ser realmente o líder, mesmo estando com as malas prontas para uma rival.
A partir da introdução de novas atualizações no carro no GP de Mônaco e da pole-position conquistada no Canadá, Russell colecionou uma sequência de bons resultados, apesar de ter enfrentado alguns infortúnios no meio do caminho — como nos GPs da Inglaterra, Hungria e Bélgica. O que vale destacar é que, mesmo que a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) tenha anunciado a desclassificação após a vitória em Spa-Francorchamps, o piloto mostrou todas as qualidades de alguém extremamente talentoso ao questionar a opção estratégica da Mercedes, lidar com pneus muito mais desgastados do que os dos rivais e segurar o ímpeto de Hamilton nas voltas finais. Inteligência e ousadia de quem sabe pensar fora da caixa e tomar decisões cruciais no decorrer de uma corrida — ainda que contrarie a equipe.
É interessante perceber como a postura de George foi outra em meio aos diferentes cenários vivenciados pelas Flechas de Prata em 2024: passou de um piloto apático, sem muitas cobranças, apenas sendo levado pelo momento difícil da equipe no início da temporada para alguém de destaque, que toma decisões importantes e não abre a porta para os rivais nas disputas de pista — isso, na verdade, foi algo que nunca fez. Com um carro competitivo em mãos, Russell é, sim, uma pedra no sapato dos adversários.
E Hamilton sabe muito bem disso. Levar a melhor contra um dos maiores pilotos da história em duas das três oportunidades que teve é um atestado tremendo das qualidades do #63 — e se ainda não entregou mais foi porque a Mercedes não teve a capacidade de fornecer um carro equilibrado e regular em nenhum momento do atual regulamento. Tecnicamente, está claro que tem total competência para subir um degrau na hierarquia, embora seja esperado que um amadurecimento natural ainda aconteça nos próximos meses.

Mas, no fim das contas, o que vale são os resultados na pista. Ainda que tenha apenas 18 anos de idade e esteja prestes a começar a primeira temporada na F1, Andrea Kimi Antonelli, novo companheiro de time, não é bobo e promete perturbar a vida do britânico em determinados momentos. O garoto italiano chega sem qualquer responsabilidade imediata, já que o próprio Wolff deixou claro que o primeiro ano será de adaptação — ou seja, a única obrigação é não cometer erros medonhos como aconteceu no primeiro treino livre do GP da Itália em 2024.
E há uma ameaça fantasma por trás de tudo: Max Verstappen. Mesmo que tenha contrato com a Red Bull até o fim de 2028, os rumores sobre uma possível saída precoce aumentaram após a crise interna causada especialmente pela investigação interna sobre Christian Horner, chefe dos taurinos. Com as estruturas da base em Milton Keynes abaladas, a escuderia da estrela de três pontas foi uma que declarou publicamente o interesse em contar com o tetracampeão no futuro — e, neste caso, teria de sacrificar alguém da dupla atual. O relacionamento ruim entre Russell e o dono do RB21 #1 pesaria nessa decisão? Fica a dúvida.
De qualquer forma, neste momento, longe de quaisquer especulações futuras, George só depende de si. Ainda que a Mercedes já esteja de olho em 2026 para tentar ingressar na nova era da categoria com o pé direito e, desta forma, voltar aos tempos de glórias, a equipe espera fazer do W16 um carro mais previsível, dando aos pilotos as condições de disputar mais de perto com as rivais. Em todo caso, Russell tem, sim, atributos para ser altamente competitivo e se colocar como peça fundamental na engrenagem dos prateados, servindo de importante ajuda para os próximos anos.
A Fórmula 1 abre a temporada 2025 entre os dias 13 e 16 de março, no GP da Austrália, em Melbourne. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades AO VIVO E EM TEMPO REAL. O TL1 está marcado para a noite ainda da quinta-feira (13), a partir das 22h30. O TL2 começa já depois da 0h e, portanto, na madrugada da sexta-feira (14), às 2h. Depois, a situação se repete com o TL3 realizado às 22h30 da sexta-feira, enquanto a classificação define o grid de largada começando às 2h do sábado (15). Por fim, a largada está marcada para a 1h do domingo (16). Tanto classificação quanto corrida terão transmissão do GP em SEGUNDA TELA no YouTube, em parceria com a Voz do Esporte. O Briefing chega para comentar na GPTV após o fim de cada dia de atividades.
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