Mercedes encerra novela e confirma Hamilton e Russell até 2025 na Fórmula 1

Acabou o mistério: Lewis Hamilton estendeu o vínculo com a Mercedes ao menos até a chegada da próxima geração de motores, a partir da temporada 2026. Até lá, terá George Russell como companheiro de equipe

Depois de muito mistério e inúmeros rumores, Lewis Hamilton enfim assinou renovação de contrato com a Mercedes na Fórmula 1. A Mercedes confirmou nesta quinta-feira (31), na Itália, que o heptacampeão permanecerá com o time pelo menos até a mudança de regulamento na categoria, que entrará em vigor a partir da temporada 2026. De quebra, a equipe alemã ainda anunciou a renovação de George Russell também até o final de 2025.

Esse é o sexto acordo entre Hamilton e Mercedes, mas ao contrário dos demais anos, a situação atual é completamente diferente da vivida por ambos desde a primeira assinatura, em 2013. Se antes era a equipe dominante, conquistando oito títulos em sequência e com Hamilton chegando aos sete, igualando Michael Schumacher, a base em Brackley se vê desde o ano passado, com a volta do efeito-solo, numa briga pelo posto de segunda força com no mínimo outras três equipes, enquanto a Red Bull sobra na ponta.

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Lewis Hamilton fica na Mercedes (Foto: AFP)

O principal impasse, portanto, seria quanto ao tempo de duração, uma vez que a Mercedes ainda luta para se acertar no desenvolvimento do projeto atual, oriundo do desastroso W13 e seu ‘zeropod’. Mas tanto Toto Wolff, o chefão da equipe, quanto Hamilton pareciam despreocupados nas entrevistas. Do lado da Mercedes, o dirigente garantia que Lewis era o plano A; já o #44 assegurava que o contrato estava “quase pronto”.

“Sonhamos todos os dias em sermos os melhores e dedicamos a última década juntos a atingir esse objetivo”, começou Hamilton. “Estar no topo não acontece do dia para a noite ou ao longo de um pequeno período de tempo. Exige compromisso, trabalho duro e dedicação, e tem sido uma honra conquistar nosso caminho nos livros de história com esta equipe incrível”, afirmou.

Sem saber o que é vencer desde 2021, na Arábia Saudita, Hamilton frisou que “nunca esteve mais faminto para vencer”, acrescentando: “Aprendemos com cada sucesso, mas também com cada problema. Continuamos seguindo nossos sonhos e lutando, não importa o desafio. E venceremos novamente. Estou grato à equipe, que me apoiou dentro e fora da pista. Nossa história não terminou, estamos determinados a alcançar mais juntos e não pararemos até conseguimos isso”, finalizou.

Russell destacou o quão em casa se sente com a Mercedes, equipe da qual faz parte desde 2017, quando ainda era parte do programa de desenvolvimento.

“Cresci com a equipe desde que cheguei, como parte do programa de desenvolvimento, em 2017. É minha casa, e me sinto fantástico de estender nossa relação especial até 2025. Depois de entrar no cockpit da Mercedes, no ano passado, queria recompensar a confiança e fé que Toto [Wolff, chefe de equipe] e o restante do time colocaram em mim”, salientou, dizendo na sequência que “conquistar minha primeira pole-position e a primeira vitória no ano passado foram sensações inesquecíveis”.

“Mais importante ainda, tem sido ótimo trabalhar com todo mundo em Brackley (cidade em que fica a fábrica-base) e Brixorth (onde fica a fábrica dos motores) para ajudar no progresso do nosso carro e empurrar o desenvolvimento. A lealdade, visão e trabalho duro são inspiradores”, elogiou.

“Demos passos significativos nos últimos 18 meses e estamos apenas ficando mais fortes enquanto equipe. Estou animado para ajudar a continuar nessa tendência conforme avançamos para 2024 e 2025 e continuamos a nos concentrar no retorno à frente do pelotão”, encerrou.

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George Russell será companheiro de Hamilton até 2025 (Foto: AFP)

Sobre os pupilos, Wolff declarou que manter o atual line-up “foi uma decisão simples”, pois a Mercedes tem “o par mais forte do grid, e os dois pilotos estão desempenhando um papel crucial na equipe para nos levar adiante”. Depois, lembrou que a parceria com Lewis é “uma das mais bem-sucedidas na história do esporte”, salientando que a continuidade da união sempre foi “questão de formalidade”.

“É revigorante para nós confirmar isso publicamente”, vibrou o dirigente. “As qualidades dele como puro piloto de corrida são ilustradas pelo histórico notável dele, mas, ao longo dos nossos anos juntos, ele cresceu para se tornar um pilar e um líder da nossa equipe. Essas qualidades de liderança são cruciais conforme ficamos em lutar pelo campeonato mundial outra vez. Como maior estrela global da F1, ele também desempenhou um papel em formatar nosso comprometimento com diversidade, inclusão e sustentabilidade, que serão as fundações do nosso sucesso nos próximos anos”, frisou.

Russell, por sua vez, “é uma luz guia na geração dele”, nas palavras do austríaco. “Ele recompensou a confiança que mostramos quando o promovemos para titular em 2022. A primeira pole-position dele na Hungria e a primeira vitória em São Paulo foram momentos de destaque da última temporada. Como piloto, ele combina velocidade aguçada com a tenacidade de um legítimo lutador. Mas ele traz, também, inteligência e atenção aos detalhes, o que vai ajudá-lo a continuar crescendo, se desenvolvendo e melhorando ainda mais. Ele se encaixa naturalmente à equipe, e estamos encantados por termos estendido essa relação pelos próximos anos”, concluiu.

Por mais que Hamilton garantisse que a assinatura do novo contrato era questão de tempo, isso não foi o bastante para impedir que a imprensa estrangeira começasse a especular o porquê da demora, e a mais forte veio das mídias italiana e inglesa: Hamilton, na verdade, estaria na mira da Ferrari.

O britânico Daily Mail chegou a noticiar que a intenção da escuderia do cavalinho rampante era ter Lewis já em 2024, numa proposta de quase R$ 250 milhões. Ambos negaram, porém o conceituado jornalista italiano Leo Turrini revelou que o próprio presidente da Ferrari, John Elkann, entrou em contato pessoalmente com Hamilton e fez a oferta, “educadamente recusada”.

O futuro de Russell, no entanto, já estava assegurado. A primeira notícia a respeito da renovação veio da imprensa espanhola, garantindo que a Mercedes colocaria em prática a opção de estender o contrato com o jovem de 25 anos por mais duas temporadas. O #63 foi anunciado pelo time alemão em setembro de 2021 em um acordo “a longo prazo”, sem que o tempo específico do contrato fosse revelado na época.

A Fórmula 1 retorna neste final de semana, em Monza, entre os dias 1 e 3 de setembro. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades da temporada 2023 AO VIVO e em TEMPO REAL.

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