Haas encerra patrocínio russo e saca Mazepin, mas mantém mistério sobre substituto

Sem o aporte financeiro russo, Nikita Mazepin foi mesmo trocado pela Haas na F1 2022. A equipe americana ainda não anunciou a definição do substituto do piloto russo

COMO CONFLITO ENTRE RÚSSIA E UCRÂNIA AFETA A FÓRMULA 1 E OUTROS ESPORTES A MOTOR

A situação dos conflitos no leste europeu, após a invasão da Rússia na Ucrânia, continua respingando na Fórmula 1. A Haas anunciou neste sábado (05) que Nikita Mazepin não faz mais parte da equipe americana e o fim, também, da parceria com a Uralkali, empresa de fertilizantes russa gerenciada por Dmitry Mazepin, pai do piloto.

“A Haas F1 Team decidiu terminar, com efeito imediato, a parceria com a Uralkali e o contrato do piloto do Nikita Mazepin. Assim como o resto da comunidade da Fórmula 1, o time está chocado e triste pela invasão da Ucrânia e deseja pôr um fim pacífico ao conflito”, disse o comunicado emitido pelo time.

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Nikita Mazepin teve fraco desempenho em 2021 (Foto: Haas F1 Team)

A Haas não anunciou, de momento, quem será o substituto do piloto russo no grid da Fórmula 1. A expectativa é que Pietro Fittipaldi assuma o posto, com Antonio Giovinazzi também postulando à vaga.

Mazepin deixa a Fórmula 1 antes mesmo de começar sua segunda temporada na categoria. O russo estreou em 2021, pela Haas, cercado de dúvidas e polêmicas por conta do dinheiro investido na equipe mesmo sem grandes resultados nas categorias inferiores. Além disso, antes mesmo de estrear, foi filmado em um caso de assédio sexual.

Nas pistas, o piloto também não deixa qualquer saudade, após acidentes, erros e reclamações dos colegas de grid. Com um fraco carro nas mãos, terminou o campeonato na última posição, sem marcar pontos. Apesar de ter tido apenas quatro abandonos, seu melhor resultado foi o 14º lugar no GP do Azerbaijão.

A mudança foi ocasionada pela delicada situação de Mazepin após diversas sanções aplicadas a atletas russos e, claro, o rompimento com o patrocínio principal do time. Apesar da Federação Internacional de Automobilismo [FIA] decidir que pilotos e equipes da Rússia poderão permanecer no esporte a motor com bandeira neutra, a Motorsport UK, entidade máxima do esporte no Reino Unido tomou outra atitude.

O órgão declarou que as licenças de pilotos da Federação Russa de Automobilismo [RAF] e da Federação Bielorrussa de Automobilismo [BAF] estão suspensas no território britânico. Com isso, Nikita perderia o GP da Inglaterra de Fórmula 1 em 2022, obrigando uma troca da equipe ao menos para a etapa de Silverstone. Outras entidades europeias foram aconselhadas a seguirem o mesmo caminho da Motorsport UK.

Nikita Mazepin está fora do grid da Fórmula 1 (Foto: Haas F1 Team)

O leste da Europa vive um momento de muita tensão. Desde o dia 24 de fevereiro, tropas da Rússia invadem o território da Ucrânia, avançando em direção à capital Kiev, que vem sendo diariamente bombardeada. A invasão em larga escala ao território ucraniano acontece por terra, mar e ar e, de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), já há centenas de vítimas civis em diversas cidades. Mais de 800 mil ucranianos já deixaram o país fugindo da guerra.

A situação atingiu em cheio a Haas, que tem uma gigante russa do ramo de fertilizantes como principal patrocinadora. O dinheiro russo, aliás, é também o que sustentava a vaga do piloto russo na equipe. A Uralkali, empresa de Dmitry Mazepin, possui laços muito próximos ao governo do presidente Vladimir Putin.

No último dia de testes em Barcelona, a equipe americana apareceu sem estampar a marca da Uralkali nos carros e também sem as cores da bandeira russa. À imprensa na época, Steiner assegurou que a equipe não será afetada pela situação, mas em momento algum garantiu o posto de Mazepin. “Nem tudo depende de nós”, limitou-se a dizer na semana passada.

Entenda o conflito entre Rússia e Ucrânia:

No último dia 21, o presidente russo Vladimir Putin reconheceu, em decreto, a independência das províncias separatistas ucranianas de Donetsk e Luhansk. O movimento gerou sanções da União Europeia e dos Estados Unidos ao governo e a empresas russas, aumentando também o medo de um confronto na região.

A tensão escalou de vez no leste europeu no último dia 24, quando a Rússia atacou a Ucrânia em um movimento classificado por Kiev como uma “invasão total”. Às 5h45 [23h45 de quarta-feira, no horário de Brasília], Putin anunciou em um pronunciamento uma “operação militar especial” para “proteger a população do Donbass”, uma área de maioria étnica russa no leste ucraniano, onde estão Donetsk e Luhansk.

O comando militar russo alega que “armas de precisão estão degradando a infraestrutura militar, bases aéreas e aviação das Forças Armadas da Ucrânia”. Putin afirmou que a Rússia não planejava uma ocupação da Ucrânia, mas ameaçou com uma resposta “imediata” qualquer um que tentasse interromper a operação. O mandatário russo recomendou que os soldados ucranianos se rendam e voltem para casa. “Do contrário, a própria Ucrânia seria culpada pelo derramamento de sangue”, avisou.

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky decretou lei marcial em todo o país, instaurando regime de guerra e convocando grande parte dos reservistas das forças armadas – inclusive impedindo que homens entre 18 e 60 anos de idade saiam do país nos próximos 30 dias.

Segundo o Acnur (Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas para Refugiados), mais de 800 mil pessoas já deixaram a Ucrânia. Somado a isso, cerca de 1 milhão de pessoas fugiram de suas casas, mas continuam no país.

Na última terça, um míssil atingiu o centro de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, afetado um prédio do governo local no centro da Praça da Liberdade. Pelo menos dez pessoas morreram e dezenas ficaram feridas. O presidente Zelensky classificou o ataque russo como “terrorismo de Estado”.

Segundo o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, quase 75% das forças russas deslocadas para as fronteiras ucranianas já estão dentro do país. Contudo, forte resistência dos combatentes da Ucrânia têm retardado o progresso das tropas russas, embora a expectativa seja de que o exército de Vladimir Putin esteja preparando um ataque ainda mais destrutivo para tomar a capital Kiev.

A crise militar é uma das maiores desde a Segunda Guerra Mundial e a mais grave da Europa envolvendo uma potência nuclear.

O QUE É ‘PORPOISING’ E POR QUE OS CARROS DA FÓRMULA 1 2022 ESTÃO QUICANDO?
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