Hamilton exalta “coragem” de Susie Wolff e dispara: “Não há transparência dentro da FIA”

Lewis Hamilton não economizou nas palavras ao apoiar a atitude de Susie Wolff em registrar queixa-crime contra a Federação Internacional de Automobilismo (FIA). O heptacampeão exaltou a atitude “corajosa” da diretora da F1 Academy — alvo de investigações por suposto conflito de interesses por ser casada com o chefe da Mercedes, Toto Wolff — e disparou contra a falta de “transparência e responsabilidade” dentro da entidade.

Susie confirmou o processo via redes sociais na quarta-feira (20). A diretora cobrou mais transparência sobre a história e a situação constrangedora pela qual passou, em que teve o trabalho questionado por conta do casamento com Toto e um suposto vazamento de informações.

“Posso confirmar que, pessoalmente, registrei uma queixa-crime nos tribunais franceses em 4 de março, sobre as declarações da FIA ao meu respeito em dezembro do ano passado. Ainda não houve nenhuma transparência em relação à conduta da FIA e de seus funcionários naquela ocasião. Sinto que, mais do que nunca, é importante falar sobre comportamentos inapropriados e certificar que pessoas sejam responsabilizadas. Enquanto alguns acham que o silêncio absolve das responsabilidades, não absolve”, escreveu Susie.

Durante a coletiva de imprensa em Melbourne, Austrália, nesta quinta-feira, Hamilton se disse “extremamente orgulhoso” de Susie. “Ela é muito corajosa, representa valores tão grandes. Ela é uma líder.”

“Em um mundo onde as pessoas muitas vezes são silenciadas, o fato de ela se erguer envia uma mensagem muito boa. Adoro que ela esteja tirando isso deste mundo, pois há uma verdadeira falta de responsabilidade dentro deste esporte, dentro da FIA”, acusou.

“Coisas acontecem a portas fechadas, não há transparência, claramente não há prestação de contas. Como podemos confiar no esporte e no que está acontecendo aqui se não tivermos isso?”, indagou Lewis.

“Torcemos para que esta posição dela crie mudanças, tenha um impacto positivo, especialmente para as mulheres”, continuou, referindo-se, na sequência, ao caso envolvendo o chefe da Red Bull, Christian Horner, denunciado por uma funcionária por conduta inapropriada, porém inocentado pelo time austríaco — que, em contrapartida, decidiu afastar a mulher da empresa.

“Vivemos numa época em que a mensagem é ‘Se você fizer uma denúncia, será demitida'”, cutucou Hamilton. “Essa é uma narrativa terrível de se projetar para o mundo. Portanto, especialmente quando falamos de inclusão no esporte, precisamos ter certeza de que permaneceremos fiéis aos valores fundamentais”, concluiu.

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