McLaren ironiza protestos e alerta FIA sobre irregularidades “menos visíveis” nas rivais
Andrea Stella afirmou que o fato de as outras equipes estarem gastando tempo e energia para descobrir as supostas irregularidades no MCL38 é "boa notícia" para a McLaren
A polêmica envolvendo as principais equipes do grid e as reclamações com a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) sobre o ‘mini-DRS’ da McLaren foi um dos assuntos mais quentes do fim de semana da Fórmula 1 no GP de Singapura. Chefe da equipe de Woking, Andrea Stella ironizou os protestos e deixou claro que também já alertou a entidade máxima do esporte a motor sobre supostas irregularidades nos carros das rivais.
Tudo começou há algumas semanas, antes mesmo do GP da Bélgica, quando Red Bull e Ferrari solicitaram ao órgão dirigente que fiscalizasse as asas dianteiras do time papaia e também da Mercedes, sob suspeita de que as mesmas estavam flexionando de maneira excessiva. A federação, por sua vez, não demorou muito e rapidamente garantiu a legalidade dos componentes do MCL38 e do W15.
Porém, Baku trouxe uma nova polêmica. Através das câmeras que ficam posicionadas nos carros, foi possível perceber que a asa traseira da McLaren sofria uma distorção quando recebia uma certa quantidade de carga, principalmente durante as retas, e, assim, criava um ‘mini-DRS’, causando uma redução do arrasto e, consequentemente, aumentando a velocidade. Christian Horner, Max Verstappen, Sergio Pérez e Frédéric Vasseur foram os mais vocais nas reclamações durante a etapa em Marina Bay.
Stella, por sua vez, tirou sarro da situação e disse que a preocupação excessiva dos concorrentes com o bólido laranja acabou se tornando uma “boa notícia” para a equipe. “Acho que o fato de ter tanta atenção em nossa asa traseira é uma boa notícia, pois significa que os oponentes não estão se concentrando em si mesmos”, disse em entrevista ao MotorsportWeek.
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“A Fórmula 1 é um jogo de pequenas margens. É muito complicado. Fico repetindo para minha equipe: ‘concentre-se em si mesmo’. Então, para mim, quando vejo tanta atenção vindo de outras equipes, significa que elas estão trabalhando, fazendo análises e conversando com a FIA. Estão usando esse tempo e energia perseguindo algo que acho que é apenas distração. Então, para mim, como [representante da] McLaren, é uma boa notícia”, continuou.
“Tentamos manter o foco em nós mesmos. Queremos vir com soluções técnicas que podem ser desafiadoras, mas totalmente sólidas do ponto de vista da legalidade. Se os outros querem ser destrutivos, continuem fazendo isso. Porque, para nós, são boas notícias”, declarou Stella.
No fim, a FIA não deixou os protestos passarem despercebidos e decidiu proibir a asa traseira utilizada pela escuderia de Lando Norris e Oscar Piastri no GP do Azerbaijão. A McLaren, sem contestar, acatou a decisão, mas também cobrou o órgão que converse com outras equipes sobre a legalidade e conformidade de suas respectivas asas traseiras.
“Para nós, fazer mudanças é algo bastante transparente, então é melhor cumprir, pois não sofreremos uma grande consequência do ponto de vista do desempenho. Isso também nos deu a oportunidade de [lembrar] à FIA de que tomamos cuidado na hora de estudar os rivais. Não queremos gastar tanta energia e tempo com jornalistas e tentar criar grandes histórias. Apenas contamos à FIA o que achamos que está acontecendo. Confiamos, e estamos confiantes, que eles conversarão com as outras equipes e garantirão que elas resolvam seus próprios problemas, que podem ser menos visíveis, mas definitivamente existem”, afirmou Andrea.
O dirigente então foi questionado sobre quais seriam essas supostas irregularidades, mas preferiu não abrir o jogo. Além disso, Stella voltou a elogiar o trabalho dos técnicos da FIA e pediu mais reconhecimento por parte daqueles que estão envolvidos no esporte.
“Não vou dizer exatamente quais são [as irregularidades], porque estaria divulgando informações que acho que se enquadram na faixa de confidencialidade. Por algumas razões, essas brechas parecem ter se tornado algo que domina a F1. Há muitas maneiras pelas quais outros carros estão explorando a pressão aerodinâmica — na verdade, com base em nossa análise, algumas delas são muito mais eficazes. Mas confiamos na FIA. Do ponto de vista técnico, são pessoas muito competentes”, declarou.
“Para ser honesto, quando conversamos, dá para perceber que não é só dos mecanismos que eles entendem, mas também sabem o que está acontecendo com nossos concorrentes. A FIA sempre parece estar bem equipada em termos de entender se alguns dos testes são adequados — para limitar alguns mecanismos ou formas de pressão aerodinâmica”, elogiou.
“Do ponto de vista político, acho que estamos em boas mãos. Acredito que deveríamos ter todas as partes — equipes, jornalistas, todos — [dando] um pouco mais de respeito à FIA e seu departamento técnico, porque eles fazem um trabalho muito bom. Não é um trabalho simples. Às vezes, deveríamos elogiar o que eles fazem. E não vejo isso sendo feito com muita frequência”, finalizou o chefe da McLaren.
A Fórmula 1 agora só volta entre os dias 18 e 20 de outubro para o GP dos Estados Unidos, em Austin.
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