Mercedes revela discussão com FIA para revezamento de estafe na Fórmula 1 2024

Se nenhum imprevisto acontecer pelo meio do caminho, a temporada 2024 da Fórmula 1 será a maior da história em termos de corridas realizadas: 24 no total, mas o calendário cada vez mais extenso tem sido um constante alvo de reclamações por conta do volume excessivo de trabalho. Por essa razão, já existem conversas com a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) para que seja feito um revezamento entre todas as pessoas ligadas à competição durante o ano, com exceção apenas dos pilotos, conforme revelou o diretor-técnico da Mercedes, James Allison.

Em entrevista ao podcast Performance People, Allison explicou que a ideia inicial é que haja um limite de corridas a serem realizadas por cada membro do estafe das equipes. Pilotos como Esteban Ocon, da Alpine, e George Russell, também da Mercedes, atribuíram recentes mal-estares ao ritmo frenético de viagens em 2023. Para se ter uma ideia, as últimas cinco corridas da temporada foram divididas em uma rodada tripla e uma dupla.

O dirigente começou dizendo que “quando se leva em conta que também há testes de inverno a serem feitos, se você é um daqueles que viajam, isso significa passar mais da metade do ano na estrada, e em um modo de trabalho bastante cansativo e exigente”. Em seguida, lembrou que quem está nas sedes também não pode ser excluído.

“Todas as pessoas na fábrica que também dão suporte real a isso estão tendo de carregar esse fardo sobre os ombros. Portanto, o esporte começou a abordar esse assunto, pois o teto de gastos significa que você não pode simplesmente pensar em dizer ‘Bom, agora que é um número suficientemente grande de corridas, precisamos duplicar funções que são feitas nas viagens para que possam revezar corridas ou algo do tipo'”, continuou.

“A realidade financeira torna isso proibitivo dentro do limite de custos, então, na tentativa de impor algum alívio a uma temporada que de outra forma seria muito difícil de administrar, o esporte começou a debater internamente se deveríamos ter regras. Digamos que numa temporada de 24 corridas, significaria nenhuma pessoa — além dos pilotos — ter permissão para fazer todas as 24. Impor um limite, talvez de 20 corridas, digamos, apenas jogando um número” explicou.

Pilotos à parte, até mesmo os chefes dos times entrariam num possível revezamento, de acordo com a proposta de Allison. O engenheiro britânico acrescentou que, nesse caso, as equipes teriam de encontrar métodos alternativos para lidar com a ausência de cada membro em determinada viagem assim que o limite fosse atingido, independentemente do cargo ocupado por ela. Ou seja: em algum momento da temporada, Toto Wolff não estaria no comando da Mercedes por uma obrigação do regulamento.

“Será uma ginástica interessante para se enfrentar. Mas quem consegue superar isso de forma eficaz pode transformá-la em vantagem, gerenciando de forma organizacional e inteligente. O resultado positivo seria que, ao menos durante um pequeno número de fins de semana, poderíamos descansar e recarregar as energias para voltar a viajar”, seguiu.

“Isso significa que pessoas como Toto, chefe da equipe, também teriam de respeitar isso. Os engenheiros de corrida, aqueles que têm o relacionamento mais próximo com os pilotos, Bono [Peter Bonnington, engenheiro de Lewis Hamilton] e Shov [Andrew Shovlin, diretor de engenharia de pista], um relacionamento que muitas pessoas conhecem porque ouvem no rádio… os pilotos teriam de ouvir uma voz diferente quatro vezes por ano. Teríamos de descobrir como administrar isso de uma boa maneira”, concluiu.

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2
▶️ Conheça o canal do GRANDE PRÊMIO na Twitch clicando aqui!

🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.