Quatro dias depois, F1 se reúne em Sochi para GP da Rússia ainda traumatizada pelo acidente de Bianchi

Da última vez que um piloto de F1 sofreu um acidente que colocou sua vida em risco, a categoria tinha férias de quase um mês nessa sequência. Dessa vez, precisa entrar na pista novamente já na semana seguinte

A F1 ainda está assustada por causa do acidente sofrido por Jules Bianchi no GP do Japão, há apenas quatro dias. Mas, já neste domingo, entrará na pista outra vez com o GP da Rússia, 16ª etapa do campeonato, no melhor estilo “o show deve continuar”.

Bianchi continua internado em estado crítico, mas estável, no Hospital Geral de Mie. O último boletim médico, divulgado na terça-feira (8), revelou que o francês da Marussia sofreu uma lesão axonal difusa no acidente da 43ª volta do GP do Japão, quando saiu da pista e se chocou contra um guindaste que fazia o resgate do carro de Adrian Sutil, acidentado uma volta antes.

A última vez que um acidente tão grave assim havia acontecido em um fim de semana de GP foi em 2009, no GP da Hungria, com o brasileiro Felipe Massa. Atingido na cabeça por uma mola que se soltou do carro de Rubens Barrichello, o então piloto da Ferrari teve de ser submetido a uma cirurgia no mesmo dia e permaneceu induzido por mais de 48 horas, mas não demorou para que se soubesse que, apesar do susto, ele ficaria bem.

Além disso, após o acidente de Massa, que ocorreu em 25 de julho, a próxima prova só seria disputada no dia 23 de agosto, em Valência. O susto já fora digerido e superado. Não é o caso agora.

Situação relativamente semelhante envolveu o acidente de María de Villota, em 2 de julho, em um teste particular seis dias antes do GP da Inglaterra. Até o dia da corrida, ela já havia passado por duas cirurgias na cabeça e seguia em estado grave, mas com os médicos indicando que o tratamento ia surtindo efeitos positivos. E outra: a batida da espanhola não aconteceu em uma corrida assistida por milhões ao redor do mundo, tampouco registrada em vídeo.

Até a manhã desta quinta-feira (9), a Marussia não confirmou se vai ou não substituir Bianchi no GP da Rússia. Contudo, a placa com o nome do francês foi mantida na porta da garagem do time no circuito de Sochi.

Nome de Jules Bianchi está na porta da garagem da Marussia em Sochi (Foto: Getty Images)
A SITUAÇÃO DE JULES BIANCHI
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Enquanto isso, manifestações de apoio e pedidos por orações e pensamentos positivos vêm de todos os lados.

Lewis Hamilton, que venceu uma prova que sonhava vencer, o GP do Japão em Suzuka, chegou a Sochi dizendo que sequer comemorou da forma que imaginava. “É difícil saber o que dizer depois de um fim de semana como esse no Japão. Quando cruzei a linha de chegada, eu estava satisfeito por finalmente ter vencido em Suzuka, mas assim que voltei para os boxes e ouvi o que tinha acontecido com Jules, de repente, não parecia relevante”, afirmou o britânico, que completou: “Meus pensamentos e orações estão com ele e sua família”. O inglês vibrou discretamente no pódio, já avisado de que um acidente grave ocorrera, e sequer houve o tradicional banho de champagne: ele, Nico Rosberg e Sebastian Vettel apenas brindaram e deram um gole cada de forma tímida.

Membros da rival Caterham, o dirigente Manfredi Ravetto e o piloto Kamui Kobayashi também expressaram seu apoio a Bianchi. “Os pensamentos e as orações de todos na Caterham continuam com Jules e a Marussia, esperamos que ele se recupere logo”, disse Ravetto. “Nossos pensamentos também estão com Jules e sua família neste tempo difícil”, acrescentou Kobayashi.

Em momento algum se cogitou cancelar ou adiar o GP da Rússia. Tal decisão implicaria em um enorme empecilho jurídico e logístico. Além disso, adiar a prova, no fundo, não teria efeitos práticos.

De todo modo, é natural que o assunto Bianchi continue dominando o noticiário nos próximos dias, com novos boletins médicos e a repercussão do acidente. A coletiva de imprensa oficial da FIA já é um bom exemplo disso. Os convocados foram Fernando Alonso (piloto da Ferrari, equipe que possui ligação com Jules), Jenson Button e Sebastian Vettel (diretores da associação dos pilotos), Adrian Sutil (testemunha ocular) e Felipe Massa (sobrevivente de uma lesão na cabeça e também empresariado por Nicolas Todt), além de Daniil Kvyat (piloto da casa).

A programação de pista tem início às 3h (de Brasília) da sexta-feira, com o primeiro treino livre. A segunda sessão acontecerá a partir das 7h. O GRANDE PRÊMIO acompanha tudo AO VIVO e em TEMPO REAL.

As imagens do acidente de Jules Bianchi
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Torcedor registra momento do acidente com BianchiF1 2014: o acidente de Jules Bianchi com um guindaste no GP do Japão

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