Renault pede rigidez e cita “muita tolerância” da FIA para mudanças no motor em 2022

O chefe de motores da Renault, Bruno Famin, disse que a FIA agiu com transparência na administração das questões relacionadas às unidades de potência, mas pediu mais rigor este ano para que equipes rivais não tenham ganhos de performance em nome da confiabilidade

As unidades de potência deram dor de cabeça para a maior parte das equipes do grid na temporada 2022 da Fórmula 1. Como o desenvolvimento dos motores será totalmente congelado até o final de 2025, caberá à FIA (Federação Internacional de Automobilismo) autorizar mudanças para resolver problemas de confiabilidade — uma medida que a Renault espera que seja posta em prática com mais rigidez.

A própria fabricante francesa foi uma das que sofreram bastante com falhas no motor. O chefe de motores da Renault, Bruno Famin, revelou que as causas das constantes quebras da Alpine no ano passado geralmente não estavam relacionadas ao motor em si, mas sim ao design de certas peças auxiliares, como a bomba d’água.

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Alpine sofreu com a confiabilidade do motor Renault em 2022 (Foto: Alpine)

O francês falou ainda sobre a forma como a FIA lidou com as questões de confiabilidade, porém ressaltou que o processo precisa ser mais rigoroso, uma vez que os times tiveram a temporada passada inteira para entender melhor o funcionamento de suas unidades de potência.

“Acho que o processo em 2022, com a FIA e os outros fabricantes, foi muito bom. Pelo menos foi transparente, então todos tinham conhecimento do pedido dos demais, e isso é muito bom. Acho que foi bem administrado pelo FIA”, avaliou Famin.

“Houve muita tolerância em 2022. Acho que foi bastante normal, pois todos foram afetados por problemas de confiabilidade: não apenas nós, claro, pois acho que tivemos uns 30, 40, 70 pedidos de diferentes fabricantes, então todos foram afetados por esse tipo de problema. Espero que a FIA seja um pouco mais rígida no futuro, mas não tenho informações”, acrescentou.

A grande preocupação da montadora é quanto aos elementos substituídos que podem melhorar não só a confiabilidade, como o desempenho das equipes rivais — o que não é permitido. A FIA já homologou, por exemplo, a parte eletrônica dos propulsores no início de setembro de 2022.

“O que é um problema de confiabilidade puro e genuíno?”, questionou o diretor. “É algo que não podemos responder porque, por trás desse problema, muitas vezes há um ganho potencial de desempenho, sem dúvida. O limite nem sempre é claro.”

“Se houver um problema com a bomba d’água, como tivemos em 2022, acho que está claro que é uma questão de confiabilidade pura: não há nada para se ganhar com uma bomba d’água diferente. Mas se você tiver de trocar o material dos anéis do pistão, poderá ser mais forte, ter mais desempenho, então qual é o limite? Não é óbvio”, concluiu Famin.

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