Sai De Vries, entra Ricciardo: Red Bull tem histórico de trocas com temporada em curso

O caráter imediato da demissão de Nyck de Vries pode até surpreendido um pouco, mas não é nenhuma novidade ver a Red Bull trocando pilotos tanto na equipe principal quanto na AlphaTauri com campeonatos em andamento. E exemplo é o que não falta

A demissão de Nyck de Vries da AlphaTauri após dez corridas da temporada 2023 da Fórmula 1 pode até ter pegado de surpresa pelo caráter imediato, uma vez que a notícia inicial era de que o holandês teria o GP da Holanda de prazo para justificar a permanência em Faenza até o final do ano. Só que a troca do estreante pelo veterano Daniel Ricciardo com mais 12 GPs pela frente corrobora um histórico de substituições com campeonatos em andamento que ocorrem tanto na Red Bull quanto em suas equipes B desde os primeiros anos na F1.

A equipe dos energéticos estreou na categoria em 2005 com experiente David Coulthard e o jovem Christian Klien, com 21 na época. No ano seguinte, o piloto austríaco foi sacado do time antes do final da temporada. Mark Webber já estava confirmado para 2007, porém Klien foi substituído pelo reserva Robert Doornbos nos três últimos GPs daquela temporada.

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Pierre Gasly foi um dos que sentiram a pressão do ‘moedor de carne’ da Red Bull (Foto: Alpine)

A Toro Rosso nasceu em seguida, em 2006, e o primeiro line-up de Faenza foi formado por Vitantonio Liuzzi e Scott Speed. E foi justamente o americano a vítima seguinte da rotatividade taurina: em 2007, Speed foi dispensado para dar lugar ao promissor Sebastian Vettel, que em sua primeira chance ao volante de um carro de F1, a BMW, marcou pontos ao terminar o GP dos Estados Unidos daquele ano em oitavo. Scott foi tirado após a etapa da Europa e nunca mais retornou ao grid.

Em 2009, a Toro Rosso começou a temporada com dois xarás, Sébastien Buemi e Sébastien Bourdais, e a dupla foi mantida até a Alemanha, nona etapa do Mundial. Foi quando Bourdais teve o contrato rescindido também com efeito imediato e deu lugar ao jovem Jaime Alguersuari da Hungria em diante.

Tanto Red Bull quanto Toro Rosso viveram períodos de duplas estáveis nos anos seguintes — ou ao menos sem trocas com campeonatos em andamento. A calmaria terminou em 2016, ano em que a base em Milton Keynes voltou não apenas com as substituições, como aproveitou a equipe B para começar a rebaixar pilotos que, a seu ver, não correspondiam ao esperado. E o primeiro troca-troca envolveu justamente a sua hoje estrela-mor, Max Verstappen.

Na referida temporada, o jovem holandês já acumulava uma temporada de Fórmula 1 nas costas após estrear com apenas 17 anos. E detalhe: marcando pontos com certa consistência, mesmo tendo em mãos um carro muito mais inferior. A Red Bull, então, não pensou duas vezes: depois de apenas quatro GPs, promoveu Verstappen ao time principal e rebaixou Daniil Kvyat para o posto que o atual bicampeão da F1 ocupava na equipe B.

Kvyat não aceitou bem o rebaixamento de 2016 até hoje (Foto: Alpine)

No ano seguinte, Kvyat se viu envolvido em outro troca-troca na Toro Rosso: primeiro, deu lugar a Pierre Gasly por duas corridas, Malásia e Japão; depois, voltou a assumir o cockpit da equipe italiana nos Estados Unidos até ser substituído de vez pelo francês de Abu Dhabi em diante.

Em 2018, Gasly cumpriu toda a temporada tendo Brendon Hartley como parceiro. Na temporada subsequente, veio a sonhada promoção para a Red Bull, enquanto Alexander Albon fez sua estreia na elite do automobilismo mundial na equipe B dos energéticos. Mas a passagem de Pierre por Milton Keynes durou apenas 12 corridas: não acompanhando o ritmo de Verstappen, foi rebaixado sem dó novamente para a Toro Rosso, enquanto Albon subiu para a equipe principal.

Em 2020, o time de Faenza passou a se chamar AlphaTauri, tendo Gasly e Kvyat como pilotos. Yuki Tsunoda veio na temporada seguinte e formou dupla com Pierre até o final do ano passado, quando enfim o francês foi liberado para assinar com a Alpine. De Vries, então, foi a escolha após impressionar no GP da Itália de 2022 ao marcar pontos com a Williams, mas o campeão da Fórmula 2 em 2019 não conseguiu sustentar o mesmo nível de performance, entrando agora para a lista dos descartados pela Red Bull.

Fórmula 1 retorna em duas semanas, entre os dias 21 e 23 de julho, com o GP da Hungria, em Hungaroring, 11ª etapa da temporada 2023. E o GRANDE PRÊMIO acompanha tudo.

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