Lola assina registro e se aproxima de entrada na Fórmula E em 2025. E com Yamaha

O nome Lola não é estranho àqueles que acompanham o esporte a motor a mais tempo. Fundada no fim dos anos 1950, a companhia esteve em diversas categorias pelo mundo, com diferentes parceiras, ao longo das décadas seguintes. Com vitórias nas 500 Milhas de Indianápolis e enorme história na F1, inclusive, entre 1962 e 1997, ainda que entre entradas e saídas. Agora, após longo período parada, a Lola planeja um retorno às pistas por meio da Fórmula E.

Criada por Eric Broadley em 1958, a Lola se consolidou como tradicional marca de corridas até os problemas financeiros gravíssimos do fim dos anos 1990, quando Broadley vendeu a marca para o empresário Martin Birrane. Mas os anos seguintes foram, em geral, também de dificuldades. A Lola declarou falência em 2012 e Birrane morreu anos depois, em 2018. Em 2022, após dez anos de inatividade, o empresário estadunidense Till Bechtolsheimer adquiriu a marca e a propriedade intelectual ligada à Lola dos herdeiros de Birrane. Aí, começou a busca para revitalizar e levar a companhia de volta às pistas.

O primeiro passo no retorno foi dado quase que de imediato: a contratação de Mark Preston como diretor de esportes. Preston é um veterano da Fórmula E e foi chefe da Aguri na primeira temporada da categoria dos carros elétricos. Em seguida, a Aguri foi vendida para o grupo midiático chinês SECA e se tornou a Techeetah, da qual Preston passou a ser CEO além de chefe de equipe. À frente da Techeetah, conquistou dois campeonatos de Equipes e três de Pilotos. A Techeetah entrou em crise financeira e desapareceu após a temporada 2022. Com Preston no comando, explorar a possibilidade de entrar na Fórmula E fazia todo o sentido.

De acordo com informação do jornal italiano Il Messaggero, a Lola já assinou o registro junto à FIA para se tornar fornecedora de motor na Fórmula E a partir de 2025 e o início da segunda parte da era Gen3, com os carros da terceira geração sendo atualizados para os dois anos seguintes. O site alemão e-FormulaNews também afirmou que a decisão está tomada. Inclusive, a expectativa é de que o anúncio seja iminente, provavelmente na semana que vem, durante o eP de Tóquio.

Há, ainda, um porém. O veículo italiano afirma ainda que a Yamaha, gigante do mercado automotivo sobretudo em veículos como motos e quadriciclos, também está na linha e será parceira técnica da Lola.

Segundo outro site, o Electric Motor News, é possível que a Toyota trabalhe junto à Yamaha no desenvolvimento de tecnologia que será usada nos motores da Lola. A princípio pode parecer estranho, mas Toyota e Yamaha têm longa história de cooperação que data dos anos 1960. Em 2001, enquanto se preparava para entrar na F1, a Toyota chegou a comprar 5% da Yamaha. Em 2023, as duas, em conjunto, anunciaram o desenvolvimento de um projeto de motor V8 movido a hidrogênio.

De qualquer maneira, a intenção de Lola e Yamaha não é, ao menos inicialmente, ingressar na categoria como equipe de fábrica. No papel de fabricante de motor, precisariam, obviamente, de uma cliente. A possibilidade é que a Lola sirva de bote de salvação para a Abt Cupra, equipe de Lucas Di Grassi, que já anunciou o fim da acordo para usar motores da Mahindra a partir do encerramento da temporada 2024. A Abt chegou a discutir um acordo para receber motores Porsche, mas a fábrica alemã bateu o martelo e fechou as portas para trabalhar junto a uma terceira equipe — além do time de fábrica e da Andretti 1 por enquanto.

É importante destacar que a Cupra é um braço de carros esportivos da Seat, montadora espanhola que é parte do Grupo Volkswagen. Entretanto, a Seat é, ao menos por enquanto, somente uma patrocinadora da Abt e não se envolve em questões técnicas. Desta feita, é improvável que impeça um acordo com a Lola.

A próxima etapa da Fórmula E acontece no dia 30 de março, com a tão aguardada estreia da categoria em Tóquio. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades de pista da temporada AO VIVO e COM IMAGENS no YouTube.

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