Newgarden mira aumento salarial e reavalia permanência na Penske para 2025

Vencimentos na Indy saltaram consideravelmente nos últimos anos e Josef Newgarden sonda equipes para receber mais na categoria

Bicampeão da Indy e vencedor das 500 Milhas de Indianápolis de 2023, Josef Newgarden pode deixar equipe pela qual atingiu esses feitos ao final dessa temporada. Desde 2017 na Penske, o estadunidense viu os salários dos concorrentes saltarem consideravelmente enquanto seus vencimentos pouco mudaram nos últimos anos, consequência de um acordo plurianual firmado com o time no início desta década.

A uma vitória de entrar na lista dos dez maiores vencedores da categoria e só atrás dos números de Scott Dixon e Will Power no grid atual, Newgarden viu pilotos como Colton Herta, Pato O’Ward e Álex Palou renovarem contratos com valores muitos superiores ao seu — estimado entre US$ 2 milhões e US$ 2,5 milhões (aproximadamente R$ 10 milhões e R$ 12 milhões, pela cotação atual) por ano. A Andretti paga a Herta o maior salário da Indy, com cifras na casa dos US$ 7 milhões (R$ 35 milhões) por temporada e validade até 2027.

Recentemente, O’Ward estendeu seu vínculo com a McLaren também até 2027 e passou a receber cerca de US$ 5 milhões (R$ 25 milhões) ao ano. Enquanto Palou renovou com a Ganassi até 2026 por US$ 4 milhões (R$ 20 milhões) por temporada, além do aumento automático a cada época. Até Marcus Ericsson recebe salário maior ao de Newgarden, tendo deixado de ser piloto pagante na equipe de Chip Ganassi para receber US$ 3 milhões (R$ 15 milhões) anualmente pela Andretti.

Até 2022, com a premiação de US$ 850 mil (R$ 4,2 milhões) ao campeão, a Indy via salários muito inferior as esses. Do meio para frente do grid, os ordenados ficavam na casa de US$ 1,25 mi e US$ 2,5 mi por temporada, com apenas Dixon furando essa bolha. A base salarial de Newgarden foi negociada em meio a essa realidade.

Josef Newgarden pode deixar a Penske e migrar de equipe (Foto: IndyCar)

Pode-se afirmar que a Andretti e McLaren tem possibilidades distintas das demais equipes. Os liderados por Michael Andretti receberam um investimento estimado em US$ 250 milhões das empresas gerenciadas por Dan Towriss, parceiro de negócios do time, com boa parte deles visando o ingresso da companhia à Fórmula 1. Já a estrutura que tem Zak Brown como CEO, agora confirmado até 2030 no cargo, tem um orçamento mais robusto se aproveitando do volume financeiro e da repercussão que a F1 gera ao negócio como um todo, que também atrai patrocinadores para a operação na Indy.

Com o contrato perto do fim, Newgarden quer viver, de fato, a nova realidade salarial da categoria. Ficar na Penske seria o mundo ideal para o piloto, mas tem Roger Penske que considera o aspecto financeiro antes de qualquer decisão. Por essas e outras, o estadunidense já avalia o mercado para 2025 e teria conversando com outras equipes, de acordo com a revista Racer.

Caso queira continuar com possibilidades de vencer corridas e brigar pelo campeonato, Newgarden teria só mais três opções além da Penske: Andretti, McLaren e Ganassi. Esta última tem patrocinadores bem definidos para manter as operações com cinco carros, mas se seguir com o volume financeiro atual, dificilmente comportaria as bases salariais de Newgarden ao lado de Palou e Dixon.

A Andretti tem dinheiro, mas não tem vaga. Herta, Ericsson e Kyle Kirkwood, que também fatura mais que o vencedor da Indy 500 de 2023, possuem contratos para múltiplos anos e se a multa for correspondente aos bons salários que recebem, não parece provável que a chefia estaria disposta a romper alguns desses acordos para trazer Newgarden — e nem de voltar a ter um quarto carro.

Piloto quer salário compatível com nova realidade da categoria (Foto: IndyCar)

A McLaren se tornaria a opção que melhor se encaixa para que o bicampeão receba os vencimentos que deseja. Além de orçamento robusto e querer ter um quarto carro no futuro, os contratos de Alexander Rossi e David Malukas também expiram ao final do ano. A equipe ainda não apresentou na Indy consistência para brigar pelo título, mas o atual piloto da Penske estaria disposto a encarar a liderança desse projeto ao lado de Pato O’Ward.

Iniciar a temporada com pole-position e uma vitória dominante em São Petersburgo são bons argumentos para mostrar que é imprescindível ao projeto no momento — bem como fazer Roger Penske abrir a carteira. Mas a equipe também sabe que o contrato de Newgarden está acabando e que um acerto pode não ocorrer, por isso os dirigentes olham para o grid da Indy, bem como seus pilotos em outras categorias.

Christian Lundgaard e Callum Ilott são dois nomes sem contratos para 2025 e vale destacar que David Malukas já testou pela Penske no final da temporada de 2021. Fora da Indy, mas dentro da equipe, nomes como de Felipe Nasr e Dane Cameron, que fazem parte do programa de endurance, já foram avaliados pelo time. O brasileiro é considerado um bom prospecto por sua experiência com motores híbridos, componentes que farão parte da categoria a partir do meio dessa temporada, com estreia planejada para o GP de Detroit, marcado para o dia 2 de junho.

Outra opção para Newgarden dentro da Penske seria renovar seu contrato para mais uma temporada, abrindo mão do salário desejado, mas permanecendo na equipe com mais vitórias na Indy. Entretanto, teria muito mais opções para negociar pensando em 2026, quando mais vagas estariam disponíveis — inclusive, o time de teria de lidar também com o fim do acordo com o veterano Will Power.

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