Retrospectiva 2020: Em ano sem Indy Lights, Barrichello e Porto brilham na USF2000

A pandemia afetou bastante o Road to Indy em 2020. A tradicional Indy Lights não aconteceu pela primeira vez desde 1985, mas Pro 2000 e USF2000, com brilho brasileiro, tiveram seus campeonatos realizados

O último capítulo da RETROSPECTIVA 2020 vai além da Indy nesta quarta-feira (16). Um dos programas mais eficientes de revelação de jovens pilotos no mundo, o Road to Indy foi mais um muito afetado pela pandemia de coronavírus em 2020. Capengando nos últimos anos, a Indy Lights não resistiu e entrou em um hiato que promete ser encerrado em 2021. De todo modo, foi a primeira vez desde 1985 que a categoria não realizou seu campeonato.

E é evidente que a não realização do campeonato teve efeitos importantes. Ainda que alguns pilotos estejam no grid de 2021, como Kyle Kirkwood, Danial Frost e David Malukas, bons nomes como Santi Urrutia e Rasmus Lindh têm o futuro na escada da Indy sob dúvidas, já que migraram para outras categorias em 2020.

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A salvação do Road to Indy 2020 veio através da Pro 2000 e da USF2000, que seguiram com seus cronogramas, na medida do possível. Em calendários levemente alterados, as duas categorias entregaram 17 provas cada, coroando, respectivamente, o americano Sting Ray Robb e o dinamarquês Christian Rasmussen como campeões.

Dudu Barrichello brigou pelo título da USF2000 (Foto: USF2000)

A Pro 2000, segundo degrau da escada até a Indy, teve um campeonato bastante equilibrado até a metade, quando Ray Robb começou a disparar. O americano encaixou três vitórias nas três corridas em Indianápolis e, com mais quatro triunfos no decorrer do ano, levou a parada com 437 pontos.

Ainda assim, houve espaço para que outros nomes se destacassem na categoria, como o canadense Devlin DeFrancesco, que saiu da Europa e ficou com o vice, Frost, que estaria na Lights e foi terceiro, além de Artem Petrov e Hunter McElrea, que fecharam o top-5 e também venceram corridas. Braden Eves, campeão da USF2000 em 2019, sofreu um acidente forte em Indianápolis e perdeu boa parte do campeonato.

A USF2000 também teve um campeão dominante em Rasmussen, que venceu nada menos que seis nas seis primeiras provas do ano, mas houve espaço para brilho intenso de pilotos brasileiros. Dudu Barrichello, em seu segundo ano de categoria, teve três vitórias e nove pódios com a Pabst, se sagrando vice-campeão, apenas 41 pontos atrás de Rasmussen e se colocando como um dos bons prospectos do programa

Kiko Porto brilhou na temporada de novato (Foto: USF2000)

Novato no Road to Indy, Kiko Porto também se destacou bastante. O jovem pernambucano venceu corrida em St. Pete e foi décimo no campeonato com a equipe DEForce, mas poderia ter ficado no top-5 tranquilamente não fosse a Covid-19. É que o brasileiro não conseguiu entrar nos EUA para a abertura da temporada em Road America e, mais tarde, testou positivo antes da etapa de Nova Jersey, perdendo, ao todo, cinco corridas.

Com a volta da Indy Lights, o Road to Indy tem tudo para voltar aos melhores momentos em 2021, mas o ano deixou claro que, ao menos por enquanto, os modelos de Pro 2000 e USF2000 estão mais eficientes e sustentáveis.

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