Ducati domina e faz trinca na sprint em Misano, mas Pedrosa rouba holofotes

Como já virou uma espécie de rotina na MotoGP, a Ducati desfilou força na corrida sprint do GP de San Marino e da Riviera de Rimini deste sábado (9). Mas, ainda que a casa de Bolonha tenha dominado o pódio com um impecável Jorge Martín e valentes Marco Bezzecchi e Francesco Bagnaia, Dani Pedrosa iluminou um pouco o dia da KTM e roubou os holofotes ao brigar pelo pódio em Misano

Já nem surpreende mais. Mas a Ducati foi dominante na corrida sprint do GP de San Marino e da Riviera de Rimini deste sábado (9). Só que ainda que a casa de Bolonha tenha visto um 1-2-3 com Jorge Martín, Marco Bezzecchi e Francesco Bagnaia no quintal de casa, os holofotes tiveram de ser compartilhados. Afinal, Dani Pedrosa, que está aposentado desde o fim de 2018, também se vestiu de protagonista.

No trio de ferro da Ducati, Martín é único sem lesões. Bezzecchi está com o dedão da mão esquerda machucado, consequência da queda na curva 1 do GP da Catalunha da semana passada. Bagnaia, por sua vez, está com o joelho ferido, também um rescaldo de Barcelona, quando sofreu uma queda assustadora e foi atropelado nas pernas por Brad Binder.

Jorge Martín dominou a sprint em Misano (Foto: Gold & Goose/ Red Bull Content Pool)

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Mas, além de estar pleno fisicamente, Martín se mostrou forte em cima da Desmosedici. Na manhã deste sábado, o piloto da Pramac cravou 1min30s390 — o novo recorde da pista — e, com uma boa largada, disparou na ponta para quase não ser incomodado. Bezzecchi ainda tentou, mas não teve nem chance de fazer frente ao espanhol.

“Não estava nada convencido em relação a esta pista, mas está claro que houve uma mudança tanto na moto quanto em mim, especialmente em mim, que aprendi a pilotar muito melhor a Ducati”, disse Martín. “Fiz uma pole incrível. Na corrida, não facilitaram para mim. Coloquei um ritmo rápido e logo vi que Bezzecchi se aproximava um pouco, o que me deu um pouco de medo. Áí vi que ele cometeu um erro e se afastou um pouco, então respirei”, seguiu.

Jorge explicou que segurou um pouco o ritmo para não destruir os pneus, mas, se tivesse de ser mais rápido, ficaria mais exposto.

“Me poupei um pouquinho nas freadas para conservar um pouco o pneu traseiro”, contou Martín. “Se tivesse precisado lançar mão de um par de décimos a mais, teria feito, mas com mais risco”, assumiu.

Marco Bezzecchi sofreu com a mão lesionada, mas conseguiu o segundo lugar (Foto: VR46)

Para o GP em Misano, Martín espera ver Bagnaia mais forte, mas se mostra confiante no próprio ritmo, já que considera que ninguém foi tão bem com o pneu médio quanto ele.

“Vamos se posso repetir a largada neste domingo. Obviamente, creio que Pecco vai se aproximar de sábado para domingo, mas ninguém rodou tão cômodo com o pneu médio quanto eu. Posso ser mais consistente com ela. Espero poder repetir isso amanhã, mas estou mentalizando para que seja uma corrida entre dois ou três pilotos”, completou.

Batido por 1s445, Bezzecchi destacou que teve uma corrida muito difícil em Misano, já que sofreu com dores, que acabaram resultando em erros.

“Foi muito difícil, mas estamos em Misano e eu tinha que manter a fortaleza para oferecer um grande espetáculo aos fãs”, disse Bezzecchi. “No início, a mão estava bem, na primeira metade da corrida. De fato, consegui me aproximar de Jorge e rodava forte. Mas, depois, quando começou a doer, cometi algum erro. Já não era tão preciso na primeira parcial, errava nas curvas 2 e 4, não conseguia fazer a força que precisava para mudar de direção. Isso foi o que me segurou”, explicou.

“Depois, quando estava bem, tratava de me recuperar em reação a Jorge, mas ao errava… Mas Martín foi rápido desde o início. Tentei fazer todo o possível, mas não dava para fazer mais do que isso”, justificou.

Por causa da dificuldade física deste sábado, Bezzecchi espera um domingo ainda mais difícil em Misano, mas aposta no pneu médio para adoçar o comportamento da moto.

“Não foi fácil. Sendo sincero, as últimas três ou quatro voltas foram duras, mas estou curioso para amanhã. Tenho certeza que vou sofrer, mas, com os pneus médios, a moto é um pouco mais amável, mais doce. Espero que isso me dê a possibilidade de estar menos tempo atrás”, torceu.

Terceiro na corrida, Bagnaia controlou os danos no campeonato, mas assumiu que teve um dia bastante difícil, por causa das dores resultantes do forte acidente da Catalunha.

“Hoje foi muito difícil, mas importante para ter uma base para trabalhar para o GP de domingo”, disse Pecco em entrevista à emissora italiana Sky Sport. “Senti muitas dores, principalmente nas curvas à direita, que são muitas. A fisioterapia está funcionando, mas é preciso fazer repouso para este tipo de lesão. Infelizmente, não dá tempo”, comentou.

“Estava esperando melhora, mas as dores permanecem constantes e, principalmente nas primeiras voltas, o joelho não estava tão bom. De qualquer forma, era fundamental voltar para a pista. Hoje, nós perdemos apenas cinco pontos ao invés de 12”, observou.

Ao fim da corrida, a dor de Pecco era evidente. O italiano permaneceu mais tempo que o normal montado na Desmosedici após o fim da corrida, apenas curvado para recuperar o fôlego.

Francesco Bagnaia sofreu na corrida sprint de Misano (Vídeo: MotoGP)

Mas a bravura dos lesionados em Barcelona não foi o único destaque da sprint. Aposentado desde o fim da temporada 2018, Dani Pedrosa voltou à RC16 neste fim de semana para um segundo wild-card com a KTM em 2023. Depois da performance exibida na participação do GP da Espanha, a expectativa era alta, mas Dani conseguiu ser ainda melhor.

Aos 37 anos, Pedrosa mostrou mais uma vez que segue em plena forma e ainda é capaz de pilotar como antigamente. Na sexta-feira, a performance do #26 até resultou em um carinho de Marc Márquez, que quis manifestar a admiração que sente pelo ex-companheiro com uma espécie de cafuné.

“Curti. Obviamente, quando você tem boas sensações com a moto, pode pilotar bem e está na frente, você curte muito”, comentou Dani. “Mas no geral, aproveitei todo o fim de semana, não só pelo resultado de hoje, mas de todos os dias. A equipe fez um grande trabalho e a moto está respondendo bem”, seguiu.

Pedrosa se lembrou da última vitória de Valentino Rossi na MotoGP — no GP da Holanda de 2017 —, aos 38 anos, e da vitória de Max Biaggi no campeonato do Mundial de Superbike, aos 40.

“Há seis ou sete anos, eu, que era mais jovem, não dei valor o suficiente ao fato de que eles foram capazes de vencer com essa idade. Agora que tenho essa idade e volto a disputar uma corrida, e estou na frente com os jovens, que tem 20 e poucos anos, valorizo realmente”, assumiu. “Agora digo que, correr com essa idade e com esse nível, é mais difícil do que quando era jovem. Sem dúvida”, frisou.

Perguntado se chegou a sonhar com o pódio em Misano, Dani respondeu: “Sim. Estava na moto e estava pensando: ‘Sim, é o pódio’. Ao mesmo tempo, Pecco se defendeu fenomenalmente nas curvas. Ele fazia um traçado bastante interno na freada e freava muito tarde. Me deixou com muito pouca margem de manobra”.

Dani Pedrosa foi ovacionado ao voltar para os boxes (Foto: KTM)

“Talvez Binder, com sua agressividade, tivesse metido a moto do mesmo jeito, mas eu não me vi tão solto naquele momento. Ali eu perdi um pouco de tempo e, por isso, Binder nos alcançou. No geral, estou muito contente com a corrida”, avaliou, acrescentando que “vai tentar” o top-3 de domingo.

Mas, mesmo animado com o resultado, Pedrosa ainda manteve os pés no chão em relação à corrida de domingo.

“Hoje Martín saiu como um foguete nas primeiras duas ou três voltas. Ele largou e nos enfiou 1 ou 2s em muito poucos metros”, comentou. “Não sei se poderei fazer igual amanhã com o [pneu] médio, que precisa de um pouco mais de aquecimento. Em todo caso, o ritmo dele foi brutal no início. Veremos como vamos lidar com esse pneu médio, especialmente na largada e nas primeiras voltas”, acrescentou.

A largada do GP de San Marino e Riviera de Rimini de MotoGP acontece às 9h (de Brasília) de domingoGRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2023.

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