GUIA 2025: Marc Márquez e Bagnaia travam confronto sob holofotes da MotoGP

Com 11 títulos mundiais dentro da garagem, a Ducati estará sob os holofotes em 2025. Com uma moto dominante, a casa de Bolonha é favorita absoluta ao título, mas, enquanto alguns esperam um baile de Marc Márquez, outros torcem para Francesco Bagnaia mostrar resistência e barrar o heptacampeonato do espanhol. Ainda que por razões diferente

A GARAGEM DA DUCATI ESTARÁ SOB OS HOLOFOTES NA MOTOGP 2025. Soberana na classe rainha na atualidade, a casa de Borgo Panigale reuniu 11 títulos mundiais na garagem, mas a expectativa pela coexistência da dupla formada por Francesco Bagnaia e Marc Márquez vai além do campo esportivo.

Há quem diga que a Ducati vai precisar de um grupamento dos bombeiros de plantão em tempo integral para conter incêndio da equipe. Davide Tardozzi terá a missão de controlar os ânimos, mas, por enquanto, o chefe se limita a exaltar a convivência pacífica entre os pilotos.

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Bagnaia, como ficou mais do que provado no ano passado, tem um comportamento cavalheiresco, mas também é dono de uma frieza impressionante. Apesar do conhecido — e famoso — sangue quente italiano. Além disso, a Ducati é a casa dele. E com méritos.

A marca de Bolonha foi quem primeiro apostou em Pecco, dando a ele a chance de saltar para a MotoGP. E o #63 retribuiu a altura. Foi ele quem tirou a Ducati de uma fila de 15 anos. Foi ele, também, o primeiro piloto a faturar o bi montado na Desmosedici. E hoje é ele quem detém a maioria dos recordes da montadora, superando Casey Stoner.

Francesco Bagnaia e Marc Márquez serão rivais em 2025 (Foto: Ducati)

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Marc, por outro lado, é uma cria da Honda. Foi pela marca japonesa que ele estreou na divisão de elite e foi com ela que ele construiu a reputação que o cerca. Mas a Ducati surge em um momento vital na carreira do #93. Quando tudo parecia perdido, foi a moto italiana que devolveu ao espanhol a competitividade e a convicção nas próprias habilidades.

Márquez chega com o peso de um currículo impressionante. Bagnaia, ainda que menos vitorioso do que o companheiro — que já tem 83 GPs a mais na MotoGP —, também tem um histórico de respeito. Mas é o italiano que sabe de cor e salteado como lidar não só com a Desmosedici, mas com a própria Ducati.

Tem quem diga, porém, que Márquez é um piloto desagregador e que logo vai tratar de destruir Pecco. Concordando ou não com essa suposta toxicidade de Marc, fato é que o italiano também sabe com quem terá de ligar. E, evidentemente, se preparou para lidar com eventuais pancadas.

Mas o pano de fundo dessa nova composição da equipe envolve até Valentino Rossi. Bagnaia é uma das crias do #46. Um integrante da Academia de Pilotos VR46. Por isso, muita gente espera que ele dê sequência a rivalidade entre o mentor e o novo companheiro. Pecco, porém, não pode fazer isso. O desafio será grande e essa é uma batalha que ele terá de lutar por si só. Pode até ser que ele venha a criar uma inimizade com Marc, mas, se acontecer, tem de ser por motivos próprios e não porque Rossi pegou ódio há dez anos. A própria Ducati não espera Bagnaia como herdeiro do bafafá.

Com um companheiro tão forte, Bagnaia precisará saber se impor. Dentro e fora da pista. Do lado de fora, a meta é impedir que o cativante filho de Cervera tome o posto de queridinho da Ducati.

Na pista, contudo, o histórico é mais favorável a Márquez. O espanhol acumula 62 vitórias, com um aproveitamento de 32,8%. Pecco, por sua vez, tem 29 triunfos na MotoGP, o que representa 27,3% das corridas disputadas por ele.

Além disso, existe o evidente desequilíbrio no número de títulos. Márquez soma oito canecos — seis na MotoGP, um na Moto2 e um nas 125cc —, enquanto Bagnaia tem três — dois na MotoGP e um na Moto2.

Marc é, inegavelmente, um dos maiores pilotos da história do Mundial de Motovelocidade. O status, aliás, foi um ponto de desequilíbrio para dar a ele o lugar na equipe. A performance, ainda que impressionante, não pesou sozinha, já que o impacto do espanhol no campo do marketing também foi um diferencial para render a Jorge Martín a terceira rejeição em Borgo Panigale.

E o confronto é também geracional — Márquez estreou em 2013 e é o único remanescente daquele elenco ainda na ativa. Pecco chegou à MotoGP em 2019 e tem outros nove colegas daquela época ainda compondo a grelha.

Mas, mais do que qualquer outra coisa, o confronto de 2025 vai colocar frente a frente dois pilotos em fases diferentes. Pecco foi derrotado por Martín no ano passado, mas apenas na última corrida. Ele foi o protagonista dos últimos anos. Márquez, por sua vez, reencontrou na Gresini a competitividade perdida com a lesão de 2020 e a crise de performance da Honda e agora sonha em voltar as boas com a Torre dos Campeões.

Qualquer que seja o desfecho de 2025, o resultado será histórico. Marc pode se colocar lado a lado com Rossi, com sete títulos na elite. Pecco pode ratificar a qualidade como piloto derrotando um dos maiores da história.

Independente do resultado, o público é que parece ser o maior presenteado com as escolhas e o momento da Ducati.

MotoGP volta às pistas neste fim de semana para o GP da Tailândia, em Buriram, abertura da temporada. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.

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