GUIA 2025: MotoGP rejuvenesce grid com três novatos. E Ogura desponta como destaque

O GRID DA MOTOGP EM 2025 TRAZ TRÊS NOVIDADES. Talvez em uma das silly-seasons mais movimentadas das últimas temporadas, a classe rainha mexeu bastante no line-up titular para esta edição. Mesmo assim, houve espaço para pilotos que se destacaram (ou não muito) para alcançarem o topo da montanha. Trackhouse, LCR Honda e Gresini são as equipes que apostaram as fichas em novatos.

O principal nome nesta trinca é, claramente, o campeão da Moto2: Ai Ogura. Enfim, depois de sete temporadas nas categorias de base, o japonês tirou o Japão de uma longa fila de títulos que durava desde 2009 e, assim, assegurou o salto para a elite. Aos 24 anos, chega a uma Trackhouse em condições de fazer um ano seguro. Em 2024, a consistência deu a ele o título, com duas poles, três vitórias – Catalunha, Assen e Misano -, oito pódios e tomou de assalto o campeonato.

Ogura engoliu Sergio García, Arón Canet e Manu González em uma segunda perna de campeonato dominante para levar o troféu pela MSi. Para 2025, terá uma temporada para mostrar o que tem de melhor em uma equipe satélite estruturada com condições de colocá-lo na zona de pontos com muita frequência.

FICHA TÉCNICA
Ai Ogura – 26/01/2001
#79 – Trackhouse RS-GP25
Moto3: De 2018 a 2020. Melhor resultado: terceiro lugar em 2020.
Moto2: De 2021 a 2024. Campeão na última temporada.

A segunda novidade do grid em 2025 é Fermín Aldeguer. Apostando no desempenho chamativo de 2023, a Ducati deu um voto de confiança para o espanhol antes mesmo do início do campeonato passado ao garantir um contrato de dois anos — com a possibilidade de ser renovado por mais dois. Originalmente, a Pramac era o destino mais provável para o espanhol no salto à MotoGP, mas a equipe de Paolo Campinoti não renovou com a casa de Bolonha e optou por assinar com a Yamaha. VR46 e Gresini, então, se tornaram as únicas possibilidades. No fim, o novato ficou com o time de Nadia Padovani, assumindo o posto que era de Marc Márquez.

Aos 19 anos, Aldeguer é considerado uma das joias do esporte em duas rodas, dando o que falar ao faturar o título do Europeu de Moto2 em 2021, pulando etapas ao chegar direto para a Moto2 sem passar pela Moto3. Após quatro temporadas pela Speed Up, o melhor campeonato foi em 2023, chegando na terceira posição no campeonato geral, dominado por Pedro Acosta.

Para o ano seguinte, o nome de Fermín claramente estava entre os favoritos, mas na pista, os resultados não se confirmaram. Terminou na quinta colocação com 182 pontos, três poles, três vitórias – Jerez, Sachsenring e Phillip Island – e cinco pódios, mas bem distante do campeão Ogura. Aldeguer terá na Gresini a chance de desabrochar talento com uma equipe que venceu em 2024 com Marc Márquez. Ou seja, a moto terá condições de chegar mais à frente no campeonato e, quem sabe, brigar por poles e pódios.

FICHA TÉCNICA
Fermín Aldeguer – 05/04/2005
Moto #54 – Gresini Desmosedici GP24
Moto2: De 2021 a 2024. Melhor resultado: 3º lugar em 2023.

A escolha mais estranha do grid é a chegada de Somkiat Chantra para a satélite da Honda. Com 26 anos de idade, ele será o primeiro tailandês da história da classe rainha e terá uma estreia, no mínimo, curiosa, afinal, fará o debute correndo em casa no fim de semana. A LCR decidiu pela saída de Takaaki Nakagami depois de sete anos de parceria e o japonês seguirá como piloto de desenvolvimento da HRC, podendo fazer wild-cards ao longo de 2025.

Ao menos, Somkiat mantém os pés no chão para o primeiro ano na categoria e deixou claro: espera pontuar. “A Honda tem sofrido nesses últimos dois anos, mas talvez eu posso fazer algo pela equipe e ajudar a evoluir. No meu primeiro ano, o objetivo inicial é somar pontos. Se conseguir, que seja um top-10, mas algum tipo de ponto. Vou dar o máximo”.

O cartel de resultados, porém, empolga muito pouco: começou bem com o título da Talent Cup da Ásia em 2016 e fez apenas uma corrida na Moto3 antes de passar seis temporadas correndo na Moto2 pelo Team Asia, sem grande pompa. O melhor ano foi em 2023, quando terminou em uma boa sexta colocação. Em 2024, somou 104 pontos e terminou o campeonato em 12ª.

Pela nova equipe, terá à disposição uma moto um pouco melhor que na temporada anterior, mas com apenas este ano para mostrar a que veio – afinal, o contrato vale apenas para 2025. Desta feita, Chantra vai correr contra o relógio se quiser não ser um ‘one hit wonder‘ (na tradução, astro de uma música só) na MotoGP.

FICHA TÉCNICA
Somkiat Chantra – 15/12/1998
Moto #35 – LCR Honda RC213V
Moto2: De 2018 a 2024 pela Idemitsu. Melhor resultado: 6º em 2023 com uma vitória e dois pódios.

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