GUIA 2025: Ducati dribla dúvidas sobre motor para comprovar favoritismo e retomar #1
Mais uma vez, a Ducati entra na temporada 2025 da MotoGP como a grande nome para o título, mas agora com uma dupla de peso: Francesco Bagnaia e Marc Márquez. Para retomar o topo da classe rainha, porém, a montadora precisa deixar de lado as questões com o motor e comprovar o favoritismo criado
A DUCATI COMEÇA 2025 COMO FAVORITA AO TÍTULO E NINGUÉM OUSA DISCORDAR. Com a melhor moto nos últimos anos, a montadora italiana criou uma aura de invencível na MotoGP, mas a formação do ‘Dream Team‘ com 11 mundiais, sendo oito de Marc Márquez e três de Francesco Bagnaia, deixa o time vermelho ainda mais visado no grid.
A Ducati venceu quase tudo em 2024: o Mundial de Construtores, o Mundial de Equipes e até o Mundial de Pilotos, ainda que com um piloto fora da esquadra de fábrica. Foi Jorge Martín quem ficou com o título na satélite Pramac. Mesmo assim, o importante para a casa de Borgo Panigale foi demonstrar novamente que possui a melhor moto do grid, algo que já foi reforçado nos testes de pré-temporada.
Para 2025, a aposta foi óbvia e certeira. Manteve Francesco Bagnaia, bicampeão com a equipe, e ainda trouxe Marc Márquez, dono de seis títulos da MotoGP. Todos os olhares estão voltados para a dupla que pretende recolocar o #1 na moto vermelha — atualmente, o número está na Aprilia, que contratou Martín para os próximos anos.
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Francesco Bagnaia já mostrou-se capaz de garantir o campeonato. Mesmo sem o mesmo ímpeto e holofotes de alguns rivais, venceu duas temporadas seguidas em 2022 e 2023. No ano passado, apesar das 11 vitórias obtidas, ficou com o vice por conta de erros individuais. A favor do italiano, entra o conhecimento da fábrica e a certeza de que pode performar em alto nível contra um rival que ataca a parte mental a cada corrida.
O outro lado da garagem será garantido pelo mais velho dos irmãos Márquez. O espanhol possui seis títulos na classe rainha e dispensa apresentações, mesmo assim mostrou credenciais e liderou atividades de pré-temporada na Tailândia. Depois de diversas lesões e um certo calvário na Honda, mudou-se para a modesta Gresini no ano passado e correu bem com uma moto defasada da Ducati, inclusive com três vitórias (Aragão, San Marino e Austrália). Os bons resultados e a certeza de que voltou a ser competitivo fizeram a montadora apostar numa promoção ousada, deixando Martín de lado — pela terceira vez.
Mas nem tudo são flores na garagem vermelha. Depois de muito protelar, a Ducati definiu apenas no último dia de testes na Tailândia que vai homologar o motor de 2024 mais uma vez. Assim, o propulsor que faturou a tríplice coroa no ano passado vai seguir na ativa até o final de 2026, já que a MotoGP tem um congelamento mais longo por conta da mudança de regulamento prevista para 2027.
Além do motor de 2024, o pacote da Desmosedici para este ano vai contar, também, com o chassi e a aerodinâmica do ano passado. O quadro, contudo, pode ser alterado ao longo do ano, enquanto a carenagem pode ser trocada uma vez na temporada.

Desde o início dos testes, a Ducati se mostrou em dúvida em relação ao motor. Ainda que Francesco Bagnaia e Marc Márquez tenham notado melhora, especialmente no quesito entrega de potência, os dois concordaram que o propulsor anterior era melhor. Mesmo assim, a fabricante assumiu que a decisão de ficar com a unidade do ano passado já estava encaminhada desde testes os testes finais de 2024, em Barcelona.
“Já estava claro em Barcelona que, embora vantajoso em termos de performance e facilidade de pilotagem, se revelou um motor mais complicado na gestão do freio”, escreveu o chefe Gigi Dall’Igna no LinkedIn. “Já estávamos, portanto, parcialmente preparados para confirmar a versão de 2024 e estava tudo pronto para fazer essa escolha”, apontou.
A decisão coloca as seis motos da Ducati com o mesmo motor de 2024, ainda que apenas metade tenha parte das atualizações restantes nas respectivas Desmosedici. Uma escolha que pode equilibrar a disputa, mas que pouco interfere nas escolhas dos favoritos para o ano, tendo em vista que Bagnaia e Marc Márquez seguem com mais prestígio que os demais.
A MotoGP volta às pistas neste fim de semana, com o GP da Tailândia, em Buriram, abertura da temporada 2025 O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.
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