Honda começa com pé direito em primeiro dia molhado da MotoGP em Portimão

Separados por só 0s041, Marc Márquez e Pol Espargaró colocaram a Honda no topo da folha de tempos nesta sexta-feira (22) de treinos para o GP de Portugal. As condições de pista, porém, ficaram longe de ser agradáveis

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Com frio, vento e chuva. Foi assim que a Europa recebeu a MotoGP pela primeira vez na temporada 2022. A Honda, porém, não se deixou abalar pela nada calorosa acolhida de Portimão e tratou de formar uma dobradinha na ponta da folha de tempos desta sexta-feira (22), com Marc Márquez liderando Pol Espargaró por uma diferença de 0s041.

O hexacampeão da MotoGP cravou 1min50s666 ainda na sessão matinal, quando a maioria dos pilotos cravou os melhores tempos do dia. Pol, por outro lado, conseguiu o registro mais rápido na parte da tarde, quando chegou a 1min50s707. Apenas o catalão, Andrea Dovizioso e Franco Morbidelli conseguiram melhorar o tempo na atividade vespertina.

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Marc Márquez colocou a Honda na ponta Portimão (Foto: Gold & Goose/Red Bull Content Pool)

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No topo da tabela, Marc fez um balanço positivo do início dos trabalhos para esta quinta etapa de 2022, mas contou que optou por evitar o risco de uma pista encharcada na segunda sessão do dia.

“No geral, estou feliz, pois foi um dia sólido”, resumiu. “Desde o início, a sensação foi boa no molhado, o que é importante, pois às vezes você sai, não se sente bem e aí começa a ter mais e mais dificuldade. Mas eu saí, me senti bem, mesmo com os pneus usados de manhã, saí para checar a pista e para me sentir ok mais uma vez, e o tempo chegou bem. Aí começou uma chuva forte, tinha muita água na pista, então preferi ficar nos boxes para evitar o risco, pois parece que domingo será [com pista] seca. Vamos ver”, seguiu.

“Amanhã teremos de manter o mesmo nível. É verdade que não dá para coletar muitas informações no molhado, mas é melhor estar nas posições da ponta do que atrás”, ponderou.

Questionado sobre o quão difícil se torna uma corrida no seco depois de treinos com pista molhada, Marc ressaltou que será difícil acertar a moto e escolher os pneus, inclusive por não ter participado do GP do Algarve do ano passado, prova que perdeu por causa de um episódio de diplopia resultante de uma queda em um treino de enduro.

“É difícil porque aí você não sabe… Vamos ver amanhã, mas parece que será com chuva de novo, então se domingo for no seco, vai ser difícil escolher os pneus certos, escolher o acerto certo”, apontou. “Os outros pilotos correram aqui há quatro, cinco meses, mas eu não estava lá, então não temos muitas referências, mas precisamos começar com o nosso acerto base e ver. Mas, primeiro, temos de passar pelo sábado. Estou ansioso para seguir deste jeito”, completou.

Pol Espargaró formou a dobradinha da Honda em Portimão (Foto: Gold & Goose/Red Bull Content Pool)

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Pertinho do companheiro de equipe, Pol ressaltou a dificuldade das condições, mas destacou que, depois de uma manhã mais problemática, conseguiu se sentir bastante melhor com a RC213V na parte da tarde.

“Não foram as melhores condições. O vento, o frio, a chuva, um clima que não é muito normal aqui em Portimão. Normalmente, nós enfrentamos um clima muito mais quente aqui, mas, de qualquer forma, é a mesma coisa para todo mundo”, começou o piloto da Honda. “A tarde foi complicada, a manhã também. Também tivemos alguns problemas de manhã que conseguimos melhorar durante a tarde, quando me senti muito confortável, rápido e tudo estava saindo muito facilmente, então, sim, não sei o que será amanhã, pois está mudando muito por causa do vento, mas me sinto pronto para tudo”, garantiu.

Pol apontou que as condições da tarde foram um pouco piores, mas, mesmo assim, o balanço geral é positivo.

“No início da sessão tinha um pouco mais de água do que pela manhã, mas não estava muito, muito diferente, então pude forçar, então estava bom. Depois de alguns minutos, as condições começaram a piorar mais e mais, e encaramos uma situação muito complicada no final da sessão”, recordou. “Saí para fazer um treino de largada e fiquei completamente ensopado, então as condições estavam difíceis, mas ficar em segundo no combinado, atrás do meu companheiro de equipe, é bonito de ver as Repsol Honda na ponta”, encerrou.

Com 1min51s031, Joan Mir colocou a Suzuki no terceiro posto no combinado das duas sessões livres, 0s365 mais lento do que Marc.

Joan Mir ficou com o terceiro tempo em Portimão, 0s365 atrás da melhor Honda (Foto: Suzuki)

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“Não foi um dia difícil, pois me senti muito bem com a moto logo de cara, mas foi meio que um dia ‘desperdiçado’. É uma pista que eu sempre curto e estou satisfeito de já estar me sentindo bem com a minha GSX-RR, foi só uma pena as condições, pois foi a única coisa ruim”, comentou. “Esta tarde, especialmente, não foi possível fazer um tempo de volta rápido, então não fiz tantas voltas, porque não podia forçar. Mas estou em terceiro no combinado dos tempos e no top-10 do momento, o que hoje em dia é mais importante do que nunca, então vamos olhar para amanhã”, acrescentou.

Novato na MotoGP, Marco Bezzecchi registrou 1min51s136 na sessão da manhã e, mesmo após uma forte queda na parte da tarde, ficou com o quarto tempo do dia, 0s470 atrás do ponteiro.

“Foi uma sexta-feira positiva: fizemos um bom trabalho com a equipe, me sinto muito bem com a moto e muito satisfeito, mesmo que a queda no TL2 não fosse necessária”, comentou Marco. “Tivemos mais algumas dificuldades na trade, cometi um pequeno erro, mas estou fisicamente bem apesar de uma grande queda”, continuou.

“Continuamos nesta direção, precisamos de um pequeno passo em termos de eletrônica para sermos ainda mais competitivos e esperamos por um clima favorável para a classificação de amanhã”, torceu.

Líder do Mundial, Enea Bastianini fechou a sexta-feira apenas em 16º. O italiano da Gresini completou um total de 18 voltas em Portimão, a melhor delas em 1min51s847, e ficou a 1s181 do ponteiro.

Fabio Quartararo ficou bem atrás, mas não completamente insatisfeito (Foto: Yamaha)

“Coletamos um pouco de dados e experiência no molhado e não fomos tão mal quanto parece olhando para a tabela de tempos”, defendeu Bastianini. “Fomos consistentes e nosso ritmo foi bom geral. Não estamos muito longe, mas ainda espero que o clima melhore amanhã. Hoje, especialmente no fim do TL2, tinha muita água na pista e foi meio que uma luta. Espero ter a honra de também pilotar no seco”, brincou.

Campeão vigente, Fabio Quartararo fechou o dia como a terceira melhor Yamaha, atrás de Andrea Dovizioso ― 14º ― e Franco Morbidelli ― 18º ―, apenas em 20º. O francês cravou 1min52s061 na melhor de 22 voltas em Portimão e ficou a 1s395 da Honda de Marc Márquez.

“Quando tem pouca aderência, nós sofremos muito, e hoje a minha posição é ruim, mas as minhas sensações não são tão ruins”, apontou Fabio. “Eu sou um piloto muito sensível na parte traseira. Sinto que ela desliza para longe de mim muito facilmente. Tenho que me adaptar um pouco melhor e comecei a entender isso hoje. Sinceramente, a posição é muito ruim, mas as minhas sensações não eram tão ruins. Sinto que temos muito a fazer, mas diria que o motociclismo não é fácil”, sublinhou.

‘El Diablo’ apontou o segundo setor da pista como o trecho de maior dificuldade, onde perdeu metade do tempo que lhe assegurou um atraso de 1s395.

“Vi que perdia sete décimos em três curvas, e são curvas que não são fáceis, mas estou mais ao limite e estou perdendo tempo”, pontuou. “Posso economizar tempo rodando com mais tranquilidade e pensando mais na saída, colocando mais potência. Sinto que estou mais ao limite no que faço do que deveria. Por isso acho que a posição é muito ruim, mas as minhas sensações não são tão ruins”, encerrou.

A classificação da MotoGP para o GP de Portugal, em Portimão, acontece no sábado, às 10h10 (de Brasília). O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades da quinta etapa do Mundial de Motovelocidade 2022.

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