Honda sofre para cicatrizar feridas sem Marc Márquez em ano de fracasso total

É compreensível a Honda ter todas suas fichas em Marc Márquez. É um piloto fora de série. Mas, em momentos sem ele, a marca da asa dourada precisa lembrar quem é e do que é capaz. Só assim vai conseguir superar as frustrações e cicatrizar de vez a ferida causada pela ausência do espanhol

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Talvez, seja até compreensível a alta confiança da Honda numa estrela como Marc Márquez. Ele se comunica com a moto como ninguém, afinal, é quem a desenvolve por anos. No entanto, no patamar em que a marca da asa dourada se encontra nos últimos anos, é quase impossível colocar nas costas de um único piloto suas esperança e frustrações. É também preciso olhar para si.

O piloto de Cervera sempre será o ponto de destaque, de qualquer forma. São 10 anos com a equipe de Alberto Puig, seis títulos conquistados na classe rainha. Ao todo, 59 vitórias, 99 pódios e 62 poles-positions. Tudo isso com apenas 29 anos.

Mas é fato: o time sabia que a alta dependência um dia poderia ser arrancada pela raiz. E foi. Num retrospecto mais recente, em 2020, Márquez se machucou logo na primeira corrida da temporada e perdeu o resto das etapas.

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O forte tombo levado por Marc Márquez (Foto: Reprodução)

A temporada 2021 parecia mais promissora. O espanhol voltou a partir do GP de Portugal, a terceira corrida do ano, e conquistou três vitórias contundentes — Alemanha, Austin e Emília-Romanha. Apesar disso, o multicampeão mostrou erros que não estava acostumado. Para piorar, perdeu as duas últimas corridas por uma nova lesão, desta vez no olho.

Em 2022, Marc ainda tinha os sintomas de dupla visão, mas teve permissão para competir. Só que as fortíssimas quedas o fizeram voltar a uma lesão do passado, no braço direito. Márquez ficou fora do GP da Argentina, após ter se machucado na Indonésia. E, depois de mais um tombo grave no fim de semana em Mugello, decidiu parar e fazer uma quarta cirurgia para tentar se recuperar. Talvez neste ano ainda, talvez não.

“Voltarei com certeza, para fazer feliz quem está me apoiando, quem está sofrendo comigo, para sorrirmos juntos novamente”, disse ele. “O objetivo é andar como antes, não sei se serei tão rápido, mas quero voltar a gostar de pilotar a moto, algo que não fiz nestes dois anos”, confessou.

O peso caiu sobre Pol Espargaró, o reserva Stefan Bradl, e os pilotos da LCR, a equipe satélite, Takaaki Nakagami e Álex Márquez. Mas pouco sucesso tiveram. O melhor resultado é um pódio de Pol na primeira corrida do ano. Até aqui, a Honda é a lanterna do campeonato.

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Mesmo perdendo muitas provas, Marc Márquez ainda é o melhor colocado entre os pilotos da Honda (Foto: Divulgação/MotoGP)

Então, sem Marc Márquez, qual solução? A RC213V. Em 2022, a FIM liberou as fábricas da MotoGP para desenvolverem as motos, diferente do que aconteceu no ano passado, quando a evolução foi congelada como medida para conter os custos e limitar o impacto econômico da pandemia de Covid-19.

É certo que não há a ajuda do #93 no desenvolvimento, mas há pilotos experientes: Espargaró, que quer mais destaque no time, pode ser um deles. Afinal, melhorar a moto é um trabalho árduo desde o início da temporada. Com nove etapas restantes, a Honda tem equipe para encontrar soluções, nem que sejam a curto prazo.

Marc Márquez certamente fará falta enquanto estiver fora. Só que a equipe também precisa caminhar sozinha para lhe dar o tempo necessário de recuperação. É o mais justo para ele, e o necessário para a Honda cicatrizar a ferida de vez.

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