Martín se agiganta, aproveita revés de Bagnaia e põe fogo na temporada 2023 da MotoGP

Francesco Bagnaia fechou o GP da Áustria com 62 pontos de vantagem para Jorge Martín na classificação do Mundial de Pilotos, mas viu a diferença cair para 36 após o assustador tombo de Barcelona. Em grande fase, o espanhol agora tenta manter a boa sequência para manter vivo o sonho de título

Jorge Martín não deixou passar a oportunidade de incendiar a temporada 2023 da MotoGP neste domingo (10) de GP de San Marino e da Riviera de Rimini. Aproveitando o momento difícil de Francesco Bagnaia — que ainda sofre as consequências do forte acidente que sofreu em Barcelona —, o espanhol da Pramac deu uma boa bocada na vantagem do italiano na classificação do Mundial de Pilotos, que caiu para 36 pontos.

Titular de uma equipe satélite e lutando contra um piloto que vive o auge, Martín fez o dever de casa: tirou proveito máximo da dificuldade do adversário. Antes da queda do titular da Ducati ainda nos primeiros metros do GP da Catalunha, Pecco ia nadando de braçada, construindo uma vantagem que chegou a 62 pontos na Áustria.

Jorge Martín somou 37 pontos em Misano (Foto: Gold & Goose/ Red Bull Content Pool)

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Não que Martín viva um momento ruim. Pelo contrário, aliás. Mas as probabilidades pareciam jogar contra ele. Defendendo o título, o #1 fica mais forte a cada etapa e não vinha exibindo brechas na fortaleza que construiu para 2023. A bem da verdade, tampouco parece que o susto catalão enfraqueceu Pecco, apenas a questão física que não está no lugar. Mas vai estar. E logo.

Por isso, cabia a Martín aproveitar a chance. Em Barcelona, com o abandono de Pecco, Martín descontou 12 pontos. Agora, com vitórias na sprint e no GP, o espanhol de Madri tirou outros 14, cortando 26 pontos no intervalo de uma semana.

Como bem disse após a corrida, Martín não tem a obrigação de conquistar o título pela Ducati uma vez que representa uma equipe satélite, mas isso não significa que ele não sonha com o que seria um feito inédito. E, para isso, aproveitar os momentos de fraqueza dos rivais é vital. E foi isso que ele fez.

“Esperava desde ontem que tanto Pecco quanto Marco Bezzecchi tivessem algo mais, então não me rendi. Houve um momento em que pensei que chegaríamos juntos ao final, mas consegui pegar o embalo e baixei para 0s9 e decidi dar três ou quatro voltas em ritmo de classificação para escapar”, explicou Martín. “No final, Marco se aproximou e eu tive de lançar mão da margem de segurança que guardei na sprint de ontem”, seguiu.

“Foi uma corrida muito física, muito dura, do início ao fim”, frisou.

Com o triunfo deste domingo, Martín sai de Misano com um hat-trick, uma diferença considerável em relação à baixa expectativa com que chegou em San Marino.

“No ano passado, foi a pior pista mim, [então] é um circuito em que aspirava sobreviver. Mas era outra situação, outra moto, outro entorno. Agora eu tenho uma baita equipe e sou mentalmente muito mais forte”, avaliou. “Você precisa sempre se preparar para o pior, assim o que vier é sempre bom. E, se nesta pista fomos assim, coisas boas virão”, concluiu.

Batido por 1s350, Bezzecchi saiu chateado por não dar à vitória ao público italiano, mas ciente de que, nas condições físicas em que está, fez o melhor que podia.

“Larguei bem, mas Pecco conseguiu me passar. Fui um pouco generoso no início, porque tinha pouco espaço e tive que frear um pouco mais tentando ultrapassar Jorge, e Pecco me passou pelo exterior. Perdi alguns metros, como ontem. Depois me aproximei, mas a pressão do pneu subiu comigo atrás e comecei a ter problemas”, explicou. “Quando passei Pecco, a dianteira começou a travar, e freei forte, pois estávamos na Tramonto e sabia que ele ia devolver. Tinha que frear muito tarde, mas freei tarde demais e ele devolveu. Depois, por sorte, consegui me aproximar quando ele começou a ter dificuldades”, seguiu.

“Depois de ultrapassar, com ar fresco, a moto começou a se comportar melhor. A dor na mão era muito intensa, mas, com a moto, estava indo bem. Consegui forçar e recuperar um pouco, mas, especialmente, me distanciar de Pecco. Jorge foi melhor, fico feliz por ele, mas triste por mim. Ele, sem dúvida, merece essa vitória. Agora vamos tratar de nos recompor”, avisou.

Por fim, Bez comentou da pressão extra de correr em casa, mas assegurou que fez tudo que podia.

“Não se trata de pensar nos fãs, em ir bem aqui, porque isso cria mais pressão, mas, no fim, você está em Misano. Quando você sai do box, todo mundo quer te ver, isso cria pressão, mas também te enche de motivação”, apontou. “Isso me serviu para superar o problema na mão. Queria, de todo coração, brindar à equipe e aos fãs com um bom resultado, mesmo que, honestamente, quisesse a vitória. Estava certo de que poderia resistir à dor, mas não deu [para ganhar]. Mas eu dei tudo de mim”, encerrou.

Apenas sete dias depois de ser atropelado por Brad Binder em um forte acidente na Catalunha, Bagnaia fechou o domingo no terceiro lugar. Mesmo sofrendo com dores, o que o fez encerrar a corrida esgotado, Pecc se recusou a jogar a toalha.

“Nunca vou me render. O mais importante e o que me ajuda a ir adiante é não jogar a toalha”, disse Pecco. “Não foi um final de semana fácil. Em todos os dias, desde domingo, trabalhamos muito a cada dia para que eu pudesse estar aqui”, comentou.

No pódio na sprint e no GP, o #1 entendeu que fez o melhor possível dadas as condições com que chegou ao GP de San Marino e da Riviera de Rimini.

“De 36 pontos que poderiam tirar no final de semana, só tiraram 14, então fazer mais do que isso era impossível”, encerrou.

MotoGP retoma as atividades no fim de semana do dia 24 de setembro, com o GP da Índia, a ser disputado em Buddh. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das classes menores Moto2 e Moto3.

Catalunha reúne pior e melhor da MotoGP em um único GP
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