Marc Márquez vence fora da zona de conforto e ganha fôlego em recuperação na MotoGP
Marc Márquez finalmente venceu em um circuito horário após o retorno da lesão que o afastou das pistas por nove meses. E o resultado é o combustível que faltava para o espanhol voltar a andar em alto nível na MotoGP
A temporada 2021 de Marc Márquez pode ser destacada em vários capítulos. Entre recuperação e glórias esporádicas, o hexacampeão da MotoGP passou por momentos difíceis, quase desistiu da carreira, mas se reencontrou na reta final do campeonato, quando mais ninguém acreditava em uma reação.
Desde o início da carreira, Marc Márquez foi dominante no Mundial de Motovelocidade. Mas o desempenho em circuitos no sentido anti-horário sempre foi destacado. Nestas pistas, porém, Marc venceu 69,04% das corridas que disputou, o que significa 29 de 42 GPs. Após a lesão sofrida em 2020, no braço direito, essa situação se agravou. Por isso, os melhores desempenhos do espanhol em 2021 foram em pistas canhotas, como Sachsenring, Aragão e Austin — quando venceu duas e chegou no pódio em outra.
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Por isso é preciso destacar a vitória do piloto da Honda em Misano, um circuito no sentido horário. Depois de evitar uma queda na classificação, admitiu que sentiu dores no ombro e que a falta de confiança o derrubou minutos depois. Largando apenas em sétimo, pulou para o top-3 ainda na primeira volta e passou a pressionar a dupla da Ducati, até que ambos, aos poucos, cometessem erros e oferecessem a vitória no colo do #93.
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“Estou muito feliz, obviamente. Estou feliz por mim, pela equipe Repsol Honda, pois terminamos em primeiro e segundo”, disse Márquez. “Isso é importante para todos na HRC, mas, especialmente, por termos vencido em um circuito horário”, pontuou.
“Esta era uma das minhas metas. Eu disse ainda na quinta-feira, na coletiva de imprensa, que eu gostaria de terminar no pódio aqui ou em Portimão. E nós vencemos uma corrida muito rápida”, completou.
Vencer em um circuito horário e exigente, como Misano, fez Márquez sair da zona de conforto e exigiu mais do que o espanhol esperava ou fez transparecer ao longo da corrida. Na atual temporada, foi comum vermos um piloto claramente sentindo a parte física após 9 meses parado, ainda mais em pistas que não o favoreciam. Por muitas vezes, foi apenas um fantasma daquele dominador que arrasou a MotoGP na última década.
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Ao longo da temporada, Marc admitiu que segue sem saber quando estará bem e contou que precisou de infiltração pouco antes do GP da Áustria. Em Aragão, disse que não sabe voltará a ser o piloto de antes e que se conformava com isso. Afirmou até que não está mais curtindo a MotoGP por causa da recuperação da grave lesão sofrida.
A vitória em Misano, porém, ameniza todo o sofrimento passado por Márquez durante toda a temporada. Mais do que isso, dá combustível para levá-lo a voos mais altos em 2022, quando a Honda vai trazer modificações importantes na moto e pode, enfim, voltar a brigar com mais frequência pelas primeiras posições após dois anos sem conquistas, vendo Suzuki e Yamaha conquistando taças.
Ainda é cedo para cravar que “o Marc Márquez das antigas” voltou, mas é importante não desmerecer um multicampeão, mesmo após um acidente que quase encerrou sua carreira. Se era preciso um motivo para acreditar no espanhol no próximo ano, o GP da Emília-Romanha foi ótimo para isso.
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