Proprietário da F1, Liberty Media confirma aquisição da MotoGP. Dorna mantém operação
Dono da Fórmula 1, o Liberty Media confirmou nesta segunda-feira (1) a compra de uma fatia de 86% da MotoGP. Dorna segue com gestão independente, com Carmelo Ezpeleta à frente da operação
Grupo que detém os direitos comerciais da Fórmula 1, o Liberty Media concretizou um meganegócio no campo do esporte a motor. A empresa norte-americana fechou a compra de uma gorda fatia de 86% da MotoGP, por meio da Dorna. O acordo une os dois principais campeonatos de carros e motos do mundo. O anúncio da aquisição aconteceu nesta segunda-feira (1).
O Liberty Media venceu uma oferta rival da TKO, empresa proprietária do UFC e da WWE. O Qatar Sports Investments, dono do Paris-Saint Germain, também manteve conversas com a Bridgepoint, empresa de investimentos acionista da Dorna, organização que administra o Mundial de Motovelocidade.
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“O Liberty Media Corporation anunciou um acordo para adquirir a MotoGP”, começa o anúncio. “A MotoGP é o pináculo das duas rodas, com 22 dos pilotos mais rápidos competindo com motos protótipo em algumas das melhores pistas do planeta, chegando a velocidades superiores a 360 km/h. Desde a primeira temporada, em 1949, que teve seis etapas pela Europa, o esporte cresceu para abranger mais de 20 GPs em cinco continentes, com a transmissão de TV chegando a centenas de milhões de pessoas ao redor do mundo”, segue.
“Este novo acordo verá a Dorna Sports S.L., detentora exclusiva dos direitos comerciais e de televisão da MotoGP, seguir como uma empresa gerida independentemente, atribuída ao estoque de rastreamento da Grupo de Fórmula 1 do Liberty Media. Carmelo Ezpeleta, que é o CEO desde 1994, seguirá na posição e vai continuar comandando o negócio com sua equipe de gestão. O negócio seguirá baseado em Madri”, explica. “A Dorna também detém o direito exclusivo de outras séries do motociclismo, incluindo as categorias de base Moto2 e Moto3, o Mundial de MotoE, o Mundial de Superbike e o novo Mundial Feminino de Motovelocidade”, lista.
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“O Liberty Media vai adquirir aproximadamente 86% da Dorna, com a gestão da Dorna retendo aproximadamente 14% de seu capital no negócio. Essa transação reflete um valor empresarial para a Dorna/MotoGP de € 4,2 bilhões (aproximadamente R$ 22,7 bilhões) e um valor patrimonial de € 3,5 bilhões (cerca de R$ 18,9 bilhões), esperando que o saldo da dívida existente da MotoGP permaneça em vigor após o fechamento”, detalha.
Criada em 1988, a Dorna é detentora comercial do Mundial de Motovelocidade desde 1992 e do Mundial de Superbike (WSBK) desde 2013. Sob a batuta da empresa espanhola, comandada por Carmelo Ezpeleta, a MotoGP passou por diversas transformações esportivas e como produto para ser vendido a emissoras de televisão e espectadores.
Em 1998, dez anos após a criação, a Dorna foi vendida para a CVC Capital Partners, que já teve também os direitos da F1. Atualmente, porém, a companhia era dividida entre três acionistas principais: Bridgepoint Capital, CPP Investments e cerca de 22% são da Dorna.
O negócio entre o Liberty Media e a Dorna, porém, deve enfrentar uma avalição regulatória. Em 2006, a CVC Capital Partners foi forçada a vender a categoria das motos quando comprou a F1 devido às regras da União Europeia para casos de concorrência.
Greg Maffei, presidente e diretor-executivo do Liberty Media, celebrou o negócio e avaliou que a MotoGP pode ser expandida para um “público global mais vasto”.
“Estamos extremamente felizes por expandir nosso portfólio de empresas líderes em esporte e entretenimento ao vivo com a aquisição do MotoGP”, disse Maffei. “A MotoGP é uma liga global com uma base de fãs leais e entusiasmados, corridas cativantes e um perfil financeiro altamente rentável. Carmelo e a sua equipe de gestão construíram um grande espetáculo esportivo que pode ser ampliado para um público global mais vasto. O negócio tem um impacto significativo, e pretendemos fazer o esporte crescer para os fãs da MotoGP, equipes, parceiros comerciais e os nossos acionistas”, completou.
Ezpeleta, por sua vez, avaliou que o negócio representa o “passo seguinte” para a evolução da categoria.
“Este é o passo seguinte perfeito na evolução da MotoGP, e estamos entusiasmados com o que este marco traz à Dorna, ao paddock da MotoGP e aos fãs”, comentou Ezpeleta. “Estamos orgulhosos pelo esporte global que desenvolvemos, e esta transação é prova do valor atual do esporte e do seu potencial de crescimento. O Liberty tem um histórico incrível no desenvolvimento de ativos esportivos e não poderíamos desejar um parceiro melhor para expandir o número de fãs da MotoGP em todo o mundo”, completou.
No comunicado divulgado pelo Liberty Media, o grupo confirma que o negócio ainda depende de aprovações governamentais.
“Espera-se que a aquisição seja concluída até o final do ano de 2024 e está sujeita ao recebimento de autorizações e aprovações pelas autoridades de concorrência e de investimento estrangeiro em várias jurisdições”, apontou o Liberty Media.
A Corporação Liberty Media opera ou participa de uma ampla gama de negócios de mídia, comunicações e entretenimento, com os negócios distribuídos em três grupos: Liberty SiriusXM; Fórmula 1; e Liberty Live.
Os negócios e ativos atribuídos ao Liberty SiriusXM incluem a participação na SiriusXM, uma empresa norte-americana de radiodifusão via satélite. No caso do grupo Fórmula 1, os ativos incluem as subsidiárias da Fórmula 1; a Quint, adquirida em janeiro deste ano e especializada em experiências premium e eventos de entretenimento; e outros investimentos minoritários. Os negócios do Live Group incluem a participação na Live Nation, uma produtora de eventos ao vivo que tem no catálogo artistas como Madonna, Foo Fighters, U2, Beyoncé, Taylor Swift e Lady Gaga.
Sob o guarda-chuva da Dorna estão não apenas MotoGP e Mundial de Superbike, mas também MotoE, Mundial Júnior, as Talent Cup Ásia, Britânica e do Norte, o World Series de MiniGP, a Red Bull Rookies Cup e o Mundial Feminino de Motociclismo.
A MotoGP volta à pista entre os dias 12 e 14 de abril, para o GP das Américas, em Austin, terceira etapa do campeonato de 2024. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.
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