Retrospectiva 2024: KTM passa em branco em ano apagado e sofre com crise financeira
Uma grave crise financeira assola a KTM, abrindo margem para uma possível saída da MotoGP. Dívidas acumuladas e desenvolvimento da moto pausado são notícias ruins, mas o quarteto de pilotos é bom o suficiente para amenizar turbulência
O vice-campeonato da KTM no campeonato entre as fabricantes ficou em segundo plano em 2024 após o encerramento em Barcelona e o próximo campeonato vai começar sob muitas dúvidas acerca da continuidade do projeto na MotoGP num futuro bem breve. O noticiário em torno da montadora austríca é mais do que negativo neste fim de temporada.
Foram duas levas de demissões em massa na fábrica, quase 800 funcionários demitidos e, segundo a publicação austríaca Der Standard, a KTM deve para 1.630 credores, incluindo quase 180 bancos, totalizando um montante de € 796 milhões (aproximadamente R$ 5,07 bilhões).
O Grupo Pierer Mobility anunciou que a montadora entrou em processo de autoadministração para evitar a falência por conta da grave crise financeira, cogitando até a possibilidade de pausar a fabricação das motos de rua nos primeiros dois meses de 2025.
No que tange à competição no Mundial de Motovelocidade, a Autosport publicou que a direção da KTM optou por paralisar o desenvolvimento da equipe na MotoGP para 2025, mantendo, assim, o projeto esportivo da marca vivo. Apesar do caótico cenário, o baile segue. Brad Binder e Pedro Acosta formam a dupla titular na fábrica, além de Maverick Viñales e Enea Bastianini na cliente Tech3.

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“Tudo está confirmado para 2025. Em Barcelona, me reuni com Pit Beirer [diretor da KTM] e Carmelo Ezpeleta [diretor-executivo da Dorna]: existe um plano e ele será respeitado”, garantiu o chefe da Tech3, Hervé Poncharal em entrevista ao site italiano GPOne. “De acordo com a informação que eu recebi, o departamento de corridas não será afetado pelas dificuldades financeiras do Grupo Pierer”.
Ao menos, a boa notícia da montadora austríaca está em Acosta, principal destaque na primeira perna do campeonato, dando sufoco em nomes como Marc Márquez, entre outros, porém, faltando fôlego na reta final. Foram cinco pódios nas vinte corridas principais e um sexto lugar entre os pilotos.
Binder manteve a regularidade com presença constante na zona de pontos e fechou a temporada em uma excelente quinta colocação. Viñales e Bastianini trazem de Aprilia e Ducati, respectivamente, a experiência suficiente para trazer bons resultados no campeonato e, quem sabe, dar fôlego às equipes em meio à crise.
Ainda há David Alonso, campeão com sobras da Moto3 e tratado como uma joia prestes a ganhar seu espaço na KTM. O colombiano é um um projeto para o futuro e roubou para si o recorde de vitórias que era de Marc por quase dez anos, com 14 triunfos em uma única temporada e, mantendo este crescimento na Moto2 em 2024, passa a ser uma alternativa em Mattighofen.
A MotoGP volta a acelerar entre 5 e 7 de fevereiro de 2025 para os primeiros testes de pré-temporada, em Sepang, na Malásia. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.
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