Atropelamento na Suíça é terceiro acidente bizarro de Alonso desde 2015

Fernando Alonso somou mais um acidente bizarro na carreira. Após as batidas em Barcelona 2015 e Melbourne 2016, o atropelamento na Suíça é mais um

Prestes a voltar ao Mundial de Fórmula 1 no ano em que completa 40 anos – e após duas temporadas de ausência -, Fernando Alonso está em preparação com a Alpine/Renault desde o ano passado. Mas o bicampeão mundial precisou interromper os preparativos momentaneamente, porque sofreu um acidente enquanto pedalava na Suíça, na última quinta-feira. Mais um acidente bizarro na conta do espanhol, o terceiro desde 2015.

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Alonso foi atropelado por um carro de passeio na cidade de Lugano, bem perto da fronteira com a Itália, durante a tarde. O ciclismo faz parte da vida de Fernando, que, além de entusiasta, usa o esporte para se preparar fisicamente para as pistas. A polícia investiga o que causou o acidente, mas Alonso, felizmente, não teve lesões que colocassem sua vida ou carreira em risco.

Sofreu, sim, uma fratura na mandíbula e a perda de alguns dentes, o que indica um impacto importante contra o rosto. Alonso precisou passar por procedimento cirúrgico de reparação na fratura ainda na noite de quinta-feira, horas após o acidente, mas na sexta já estava no Twitter afirmando que estava bem e que logo seguiria a preparação para a temporada.

O médico Julio Acero, presidente da Sociedade Europeia de Cirurgia Crânio-Maxilofacial afirmou que a lesão em questão é, de fato, branda. “Uma vez que o osso é colocado de volta no lugar, a recuperação é rápida. É possível que ele possa fazer exercícios moderados sem impacto direto. Em quatro semanas, a fratura já pode estar curada”, disse à rede de TV espanhola Cadena Cope. O médico ainda garantiu que o ato de colocar o capacete não será problema.

(Foto: Reprodução)
Alonso teve fratura confirmada (Foto: Reprodução)

Se Alonso puder retomar a atividade física nas próximas semanas – a mesma emissora afirma que o plano é retomar os exercícios no fim desta semana -, o caminho para participar normalmente da pré-temporada, que começa em 12 de março, está adiantado. Para o começo da temporada, duas semanas depois, quase certo. Muito menos pior do que poderia ser e nada perto do acidente de Robert Kubica em 2011, por exemplo, que praticamente encerrou a trajetória do polonês na Fórmula 1 e quase custou a vida.

Fato é que Alonso se tornou vítima frequente de acidentes absurdos. E aqui nem se fala de acidentes normais para pilotos de corrida. O espanhol já teve sua cota de batidas em treinos para as 500 Milhas de Indianápolis, além da quebra de motor que custou a chance de vencer a prova em 2017. Nem mesmo a capotagem cinematográfica no Dakar 2020 – que nem sequer interrompeu sua especial. Mas de batidas bizarras.

Além do atropelamento com a bicicleta, Alonso passou por dois acidentes impressionantes em seus últimos anos de Fórmula 1, com a McLaren, antes de tirar o biênio sabático.

Fernando Alonso nos testes de pré-temporada em 2015 (Foto: Pirelli)

Acidente bizarro #1: Barcelona, 2015

Após deixar a Ferrari no fim de 2014, quando a equipe italiana passava por reformulação completa na área diretiva, Alonso foi anunciado com pompa pela McLaren. A Honda, parceira das glórias dos anos 1980 e 1990 retornava à Fórmula 1 e estaria a seu lado. Para guiar os carros da McLaren empurrados pela fábrica japonesa, o time teria Alonso e Jenson Button, dois campeões mundiais.

É claro que a história, após o início com altas expectativas, terminou indo pelo ralo. E logo no começo as pistas de que as coisas não daria certo estavam postas. Logo nos testes coletivos da pré-temporada de 2015, em Barcelona, ficou rapidamente óbvio que o motor da Honda era terrível.

Em 22 de fevereiro de 2015, Alonso escapou da pista poucos minutos antes do fim do dia de testes, bateu no muro interno da curva três e ricocheteou na zebra. O piloto demorou quase dez minutos para sair do carro e, pouco mais tarde, foi transportado para um hospital de helicóptero após movimentação intensa no paddock. A informação posterior foi que tudo que seguiu a batida fora causado pela perda de sentidos de Fernando.

Diferente de atualmente, quando a ‘F1TV’ transmite a pré-temporada em imagens, os testes não contavam com grande aporte audiovisual em 2015. Por isso, o acidente não foi visto e o mistério sobre o motivo de Alonso ter ficado absolutamente desorientado cresceu.

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O primeiro motivo ventilado como razão para aquele estranho acidente fora uma descarga elétrica que teria desligado o piloto momentaneamente – a tese era ajudada pelo fato do carro estar se mostrando tão problemático naqueles primeiros dias. Como naturalmente aconteceu, um erro humano também foi cogitado. No dia seguinte, a McLaren divulgou uma nota se explicando.

“Nossos dados indicam que o acidente foi causado pelos ventos fortes e imprevisíveis naquela parte do circuito, o que afetou outros pilotos. Podemos categoricamente afirmar que não há evidência que indica que o carro de Fernando tenha sofrido uma falha mecânica de qualquer tipo. Também podemos confirmar que não houve perda de pressão aerodinâmica. Finalmente, também nos certificamos de que nenhuma descarga elétrica ou irregularidade de qualquer tipo ocorreu com o ERS do carro, antes, durante ou depois do incidente”, comunicou.

Os ventos que ganharam a culpa não eram somente os causados pelas condições climáticas, mas teve quem apontasse o efeito da passagem de Nico Rosberg como causa da rajada criminosa. Até hoje há quem discuta o que realmente aconteceu, mas nem sequer o próprio Alonso sabe explicar, visto que, por causa da concussão pós-trauma, não tem grande memória do incidente.

Após três dias de hospital, o piloto foi liberado e recebeu permissão para continuar a recuperação em casa e foi barrado de participar da etapa de abertura do campeonato, no fim de semana de 13-15 de março, na Austrália. Kevin Magnussen serviu de substituto num fim de semana melancólico para o time inglês.

O carro de Fernando Alonso após o acidente no GP da Austrália de 2016 (Foto: Pirelli)

#2: Austrália, 2016

Sem participar da corrida de Melbourne em 2015, Alonso retornou um ano depois e viveu novo dissabor. Na 16ª volta do GP da Austrália realizado em 20 de março, Alonso atrasou a freada para ganhar espaço por fora na briga contra Esteban Gutiérrez, mas o mexicano não deixou espaço suficiente.

A roda dianteira direita da McLaren tocou o pneu traseiro esquerdo do mexicano, o que quebrou a suspensão e engatilhou o bólido. O carro bateu contra o muro e foi se arrastando até a entrada da curva, quando capotou pela área de briga até a barreira de proteção posterior. Como o carro parou de ponta-cabeça, Fernando rastejou por baixo e saiu imediatamente, embora estivesse claramente com dores.

“Você está voando e capotando, vê o céu, o chão, o céu de novo e não sabe exatamente onde está, mas quer parar. Quando o carro parou, eu saí rapidamente. Minha mãe estava vendo a TV, então eu tinha que sair rápido”, falou após a corrida.

Por meio do Instagram, ainda fez piada: “Sei que hoje gastei uma das vidas que me faltavam”. Apontou os padrões de segurança da Fórmula 1 como os responsáveis por salvar sua vida.

A investigação da FIA apontou que Alonso se chocou contra o muro com 45 vezes a força da gravidade – impacto de 46G – e a uma velocidade de 305 km/h.

Alonso foi checado no centro médico da pista e liberado, mas, duas semanas depois, na chegada ao Bahrein, foi barrado pela junta médica da FIA. Segundo os doutores, tinha pequenas fraturas de costela do lado esquerdo do corpo. Caso voltasse a ter impacto na ocasião, o perigo era que o pulmão sofresse danos.

Stoffel Vandoorne substituiu Alonso e até marcou ponto antes do espanhol retornar, na China.

O acidente na Suíça é mais um para a conta das esquisitices que o bicampeão tem vivido nos últimos anos com tantos acidentes bizarros.

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