Como pôquer e outras atividades ajudam na preparação dos pilotos da Fórmula 1

O desempenho dos pilotos da Fórmula 1 está também ligado aos métodos de preparação, que envolvem atividades que podem ir do triatlo ao pôquer

Ser um piloto de alto nível no automobilismo e, principalmente, na Fórmula 1, exige muito mais do que boa técnica e dedicação para estudar as nuances dos carros e das pistas. Para atingir o melhor nível possível, os atletas precisam se dedicar para aprimorar suas funções físicas e mentais. E uma das atividades comuns no grid é o pôquer.

Não faltam exemplos de pilotos na história que fazem o possível para terem a melhor versão de si mesmo nas pistas. Jenson Button, por exemplo, era adepto do triatlo enquanto corria na F1 e no auge era também conhecido por ter apenas 6% de gordura corporal.

Já o polêmico Adrian Sutil era adepto das aulas de piano para manter a concentração em dia e ajudar a aprimorar os reflexos — e esses são apenas alguns dos vários exemplos de pilotos que fogem da zona de conforto para aprimorar suas habilidades. Assim , com base nas atividades extracurriculares, recordamos o que os pilotos fazem para atingir o pico no âmbito físico e psicológico.

Adrian Sutil tocava piano entre as coridas (Foto: Sauber)

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Pôquer para aumentar concentração e apurar a tomada de decisão

Considerado oficialmente pelo Ministério do Esporte como esporte da mente, o pôquer é uma modalidade em que se joga com o cérebro e, para tal, é um dos melhores exercícios desportivos que trabalham a capacidade neurológica. Estima-se que em uma única mão de pôquer o jogador tenha de tomar pelo menos 100 decisões. É um jogo em que a ação acontece o tempo todo, mesmo quando o competidor decide desistir da mão — já que nessas horas ele tem de estar atento às tendências dos adversários para as futuras jogadas.

Assim, todo jogo psicológico e as constantes tomadas de decisão tornam o pôquer tão atrativo para leigos e entusiastas. Além disso, é também uma modalidade em que um competidor amador pode perfeitamente encaixar uma boa sequência de resultados e vencer torneios profissionais de alto nível — como foi o caso de Roberly Felício, brasileiro recreativo na modalidade que em 2018 fez história ao vencer uma competição na World Series of Poker e faturar aproximadamente US$ 1 milhão — atualmente mais de R$ 5 milhões.

Como não poderia ser diferente por se tratar de um esporte tão atrativo e popular, os jogos de pôquer estão na vida de vários pilotos e isso não é de hoje. Quando ainda estavam na Fórmula 1, pilotos como Giancarlo Fisichella e Jarno Trulli praticavam a modalidade nas horas livres.

“O pôquer sempre esteve presente na minha vida de competidor. É um dos momentos em que você joga com outras pessoas do seu time, conhece a vida deles e cria um entrosamento melhor com todos”, disse Fisichella em entrevista para o jornal Gazzetta Dello Sport, na época em que corria pela Force India.

Giancarlo Fisichella jogava pôquer nos tempos de F1 (Foto: Reprodução)

Já comprovado cientificamente como uma modalidade que aguça a capacidade neurológica do competidor, o pôquer pode trazer muitos benefícios que eventualmente ajudam no trabalho dos pilotos. O médico Stephen Simpson é um dos maiores estudiosos dos benefícios do pôquer à mente humana e afirma que a prática dessa modalidade é vantajosa para o cérebro em diversas maneiras.

“Quando praticamos novas atividades, novos caminhos para os neurônios são criados. Todo esse processo é saudável para a mielina, o que é positivo para o cérebro. Quanto mais jogamos pôquer, mais mielina é criada”, comentou.

Na prática, para o quê exatamente serve tal benefício apontado por Simpson? Bom, basicamente significa que o cérebro mais apurado através da presença de mielinas mais saudáveis gera maior capacidade de concentração na realização de tarefas — portanto, resultando em vantagem para o piloto.

Daniel Ricciardo é exemplo de preparação física (Foto: Renault)

Exercícios de alta intensidade

“Correr na Fórmula 1 faz com que você tenha de suportar uma alta carga de força G no seu corpo todo. Durante a corrida, o seu corpo fica todo estático por duas horas e o desgaste físico é extremo. Você precisa estar muito condicionado da cabeça aos pés”, disse o piloto da Renault Daniel Ricciardo.

Ricciardo, assim como muitos pilotos da Fórmula 1, fazem uso de um programa de treinamento físico extremamente exigente e que não cessa mesmo durante as férias da categoria ao final das temporadas.

No início do ano, antes do campeonato começar, o piloto australiano abriu as portas da sua fazenda na Austrália para o site Men’sHealth, que acompanhou de perto um pouco da rotina do atleta em busca do seu melhor condicionamento físico possível.

“São constantes sessões de treinamento, principalmente de exercícios de alta intensidade (HIT). Eles são fundamentais para você suportar todo desgaste físico durante uma corrida completa”, afirmou o piloto.

FERNANDO ALONSO; AMAZON;
Fernando Alonso treina pesado (Foto: Divulgação)

Em 2017, o site Business Insider realizou uma reportagem exclusiva com a equipe McLaren sobre como o time realizava o seu programa de treinamento com os pilotos. Na época, Fernando Alonso estava no time.

“Condicionamento é fundamental em todos os sentidos. Um piloto de Fórmula 1 sem resistência não consegue atingir o seu ápice”, afirmou o espanhol em entrevista para o site.

Assim como Ricciardo, Alonso também é adepto aos treinamentos de alta intensidade — principalmente ciclismo em longa duração. Para o espanhol, esse tipo de condicionamento é o ideal para aguentar situações complicadas e algumas vezes extremas que os pilotos precisam superar.

O mesmo também acontece com o jovem Mick Schumacher. Ainda na Fórmula 2, o filho do maior vencedor de títulos da história da categoria já adota um programa de treinamento compatível com os pilotos da Fórmula 1 e procura se preparar o máximo possível.

Seja para aprimorar a capacidade mental por meio de outras atividades ou com os treinamentos de alta exigência, os pilotos da Fórmula 1 são muitas vezes exemplo de profissionalismo e, consequentemente, de dedicação fora das pistas.

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