FIA esfria rumores sobre corrida da F1 em Madri e diz que “ninguém recebeu projeto”

Na última semana, os rumores de uma nova etapa da Fórmula 1 em solo espanhol, dessa vez na capital Madri, ganharam força na imprensa local. De acordo com o diário espanhol El Mundo, a etapa do país, a tradicional pista de Barcelona, que recebe o GP da Espanha todos os anos e já foi palco da pré-temporada da F1, está com seus dias contados na categoria.

Mais de 40 anos depois de receber uma etapa da F1 pela última vez, em Jarama, a capital espanhola se prepara para realizar a corrida nas ruas situadas ao redor do Centro de Convenções IFEMA [Instituição de Feiras de Madri] e de Valdebebas, um empreendimento urbano situado nas proximidades do Aeroporto de Barajas — e que hospeda também o centro de treinamento do Real Madrid.

A empreitada foi capitaneada por José Vicente de los Mozos, presidente do Comitê Executivo do IFEMA, em conjunto com a Presidente da Comunidade de Madri, Isabel Díaz Ayuso, e o prefeito da cidade, José Luis Martínez-Almeida. A expectativa é de que todo o investimento na corrida seja feito com capital privado, ou seja, sem uso de dinheiro público.

A certeza, porém, ainda está longe. Carmelo Sanz de Barros, presidente da Federação Espanhola de Automoblismo (RACE) e integrante da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), declarou que adoraria ver uma corrida da F1 na capital do país, mas que muita coisa deve ser feita antes de qualquer mudança.

“Há um claro processo de fazer a corrida em andamento, mas não acredito que devemos acompanhar baseados no que lemos. A federação espanhola é onde o processo começa porque onde uma competição quer acontecer em um país, precisa visitá-lo. Então, a Federação recebeu o projeto para ser analisado, estudado e trabalhado? Não, não recebeu. Esse passo especial ainda não aconteceu”, afirmou o dirigente.

“Então, quando considerarem esse projeto e for válido, e se interessarem, levam para quem? Para a FIA, pois precisam homologar. Se estão falando de uma pista com trechos urbanos, a primeira coisa a ser feita é homologar e se certificar. Logo, ninguém recebeu nada ainda, assim como a FIA. Ninguém na entidade tem trabalhado nesse projeto que está na imprensa há alguns dias”, completou.

Sanz de Barros ainda desmentiu qualquer tipo de saída da pista de Barcelona do calendário e atribuiu esse rumor a questões políticas.

“Li muito sobre Madri roubar [a F1] de Barcelona e uma tentativa de destruir Montmelo ou coisas assim. Definitivamente, acho que não é o correto. Provavelmente foi influenciado sobre uma situação política que vivemos, de escolher uma ou outra”, pontuou.

Com a temporada encerrada, a Fórmula 1 retorna apenas no ano que vem, no dia 2 de março, com a estreia do campeonato no GP do Bahrein.

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