GUIA 2025: Bearman chega à Haas embalado, mas desafio nº 1 é cair nas graças de Ocon

Ano passado, sempre que a janela se abria, a Haas não pensava duas vezes e usava Kevin Magnussen de fiel escudeiro de Nico Hülkenberg para garantir ao menos pontos, e vice-versa. Mas será que essa dinâmica vai funcionar com o novato Oliver Bearman e o difícil Esteban Ocon?

Sem dúvida, Oliver Bearman é o piloto mais sortudo que já assumiu o posto de reserva na história recente da Fórmula 1. Quem poderia imaginar que o garoto de apenas 18 anos teria não uma, nem duas, mas três oportunidades diferentes em uma única temporada para correr na principal categoria do automobilismo mundial, e uma delas pela Ferrari? Pois foi exatamente o que aconteceu, sendo que o passaporte para a F1 certamente foi carimbado no instante em que foi convocado para substituir Carlos Sainz, acometido de uma apendicite, na Arábia Saudita no ano passado.

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Depois, na Haas, não comprometeu, e passou a ser questão de tempo até entrar de vez no lugar do contestado Kevin Magnussen. Foi, sem dúvida, a perfeita realização do conto de fadas, só que a história real pode trazer a partir de agora, com o início para valer da temporada 2025, um antagonista que não tem o histórico dos mais amistosos com colegas de time.

Primeiro, aos fatos: Esteban Ocon é um bom piloto, experiente, e foi uma adição mais que urgente após a Haas se ver sem o consistente Nico Hülkenberg, que dividirá a Sauber com o brasileiro Gabriel Bortoleto. Das opções disponíveis no mercado na ocasião, ele era o melhor, considerando que a esquadra norte-americana em nenhum momento foi vista como alternativa para o candidato mais forte daquele momento, Sainz.

Esteban Ocon vai criar problema com Bearman na Haas? (Foto: Haas)

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Mas a passagem de Ocon pela Alpine evidenciou a tinhosa característica de não ser lá o parceiro mais agradável do mundo com o piloto que está na garagem ao lado. Ele já havia tido atritos com Pascal Wehrlein quando correram na Manor, em 2016, com troca de farpas depois da disputa roda a roda em Abu Dhabi. Depois, já na Force India, bateu cabeça com Sergio Pérez, novamente criando um clima bélico a ponto de a equipe proibir pegas entre os dois nas corridas.

Veio, então, Fernando Alonso, e o começo do casamento até foi bom, só que não demorou para a sombra do velho Esteban aparecer. A relação entre os dois azedou de vez no GP de São Paulo de 2022, quando, na corrida sprint, os dois se tocaram, e o bicampeão — que também é carne de pescoço — ironizou pelo rádio ao agradecer Ocon pelo incidente.

Com Pierre Gasly, rival desde os tempos de kart, todos já sabiam que seria questão de tempo até a bomba estourar, por mais que o social media da Alpine se esforçasse em manter a imagem de ‘paz e amor’ alimentada. Mas a catapultada no GP de Mônaco do ano passado ao forçar ultrapassagem sobre Gasly ainda na primeira volta foi a gota d’água para a cúpula em Enstone. Somente um poderia ficar, e, dessa vez, o time preteriu Ocon.

Oliver Bearman impressionou em todas as chances que teve na F1 em 2024 (Foto: Haas)

Foi, claro, uma demissão doída, e por mais que a Alpine esteja longe de ser santa, é um retrospecto que imediatamente traz para a Haas uma dor de cabeça antecipada, principalmente porque Bearman não era exatamente do tipo de tirar o pé para dividir curvas na Fórmula 2, sempre de forma limpa. É, sem dúvida, dos estreantes que mais chamam a atenção, e o fato de já ter alguma quilometragem no currículo é razão bastante para deixar Ocon alerta.

Do lado de Bearman, a única coisa que ele deve ter em mente é evoluir, pois já mostrou em 2024 que merecia a vaga entre os ditos 20 melhores pilotos do mundo. A Haas chega em 2025 com boa perspectiva, já que conseguiu voltar aos trilhos graças à acertada escolha de Ayao Komatsu para assumir a chefia do time no lugar do midiático Guenther Steiner. Muito mais estratégico, soube trabalhar a dinâmica entre Magnussen e Hülkenberg para conquistar pontos que foram cruciais no Mundial de Construtores.

Agora, faz-se necessária uma análise aqui, pois desde o começo da temporada, ficou evidente que era das mãos do alemão que viriam as maiores oportunidades de resultados dentro do top-10. Em vários momentos oportunos, Magnussen foi usado como um fiel escudeiro para assegurar o carro de Nico na zona de pontos, ainda que passasse do limite sabendo que o destino final seria punição e pontos na superlicença.

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Será que é possível imaginar essa mesma dinâmica dentro da Haas com uma dupla completamente nova formada por um jovem ainda inexperiente e um piloto com fama de encrenqueiro? Se Bearman começar a andar na frente de Ocon nas classificações, como o francês vai encarar a mínima sugestão de ter de se sacrificar em nome do time?

De certa forma, o melhor para a Haas é que os dois façam o dever de casa para que esse tipo de plano nem sequer chegue a ser cogitado. Carro para isso, ao menos em 2024, ela mostrou ter.

Fórmula 1 abre a temporada 2025 entre os dias 13 e 16 de março, no GP da Austrália, em Melbourne. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades AO VIVO E EM TEMPO REAL. O TL1 está marcado para a noite ainda da quinta-feira (13), a partir das 22h30. O TL2 começa já depois da 0h e, portanto, na madrugada da sexta-feira (14), às 2h. Depois, a situação se repete com o TL3 realizado às 22h30 da sexta-feira, enquanto a classificação define o grid de largada começando às 2h do sábado (15). Por fim, a largada está marcada para a 1h do domingo (16). Tanto classificação quanto corrida terão transmissão do GP em SEGUNDA TELA no YouTube, em parceria com a Voz do Esporte. O Briefing chega para comentar na GPTV após o fim de cada dia de atividades.

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