Verstappen lucra em luta da Ferrari em Áustria que caminha para 100% de aproveitamento

Max Verstappen foi capaz de se defender bem das Ferrari na primeira volta e, depois, apenas controlou o ritmo para garantir o posto de honra do grid no GP da Áustria. Enquanto isso, Charles Leclerc e Carlos Sainz se embrenharam em uma disputa caseira que só ajudou o holandês. O sinal positivo é que taurinos e italianos têm desempenhos semelhantes. Outro ponto é que apenas um dos lados sabe o que fazer

Exceção feita a Interlagos/2021, as demais corridas sprint da Fórmula 1 contribuíram pouco para o espetáculo – mais uma vez, a categoria não precisa desse artificio e, sim, é necessário certo respeito às tradições deste esporte, mesmo em um momento de culto a novos fãs e dramas superficiais. Dito isso, a sprint da Áustria obedeceu à regra e não entregou nada de muito excepcional, embora tenha deixado claro o clima esquisito que ainda reina nos boxes ferraristas e o quanto Max Verstappen pode se aproveitar desse bate-cabeça. O holandês se livrou rapidamente dos dois oponentes e tratou de gerenciar ritmo e pneus para cruzar na frente neste sábado (9). O desempenho ainda garante ao campeão do mundo o direito de largar da posição de honra do grid no GP da Áustria. Aproveitamento de quase 100% até aqui e que, diante do cenário que se desenha em Maranello, pode ser completo no domingo.

O caso é que Red Bull e Ferrari confirmaram ter performances muito semelhantes – ambas começaram a prova com pneus médios em uma diferença de voltas em torno de 0s2. A questão é que Verstappen teve a vida facilitada muito em função da disputa interna entre Charles Leclerc e Carlos Sainz na parte inicial da sprint. Depois de partir bem da pole, o dono do carro #1 se defendeu do monegasco e, em seguida, do espanhol. A partir daí, ganhou ritmo e jamais foi incomodado. “Instruímos Max a realmente pisar no acelerador nas primeiras voltas para que ele conseguisse uma liderança suficiente para que a Ferrari não tivesse chance de usar o DRS”, contou Christian Horner, o chefe da Red Bull.

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Enquanto isso, Sainz travava dura batalha contra o colega ferrarista. A briga foi tão intensa que possivelmente comprometeu qualquer estratégia ou tentativa tardia de pegar o líder. “No duelo com Carlos certamente perdi algum tempo para Max. Nunca saberemos se eu poderia alcançá-lo de outra forma. Mas realmente não acho que teria sido suficiente porque Max estava administrando seus pneus”, afirmou Charles, que quis afastar também qualquer pressão por ordens de equipe, embora não esconda tanto a insatisfação. “Não sou eu quem decide sobre nossas regras de conduta. Quem faz isso é Mattia”, destacou.

De outro lado, Sainz se colocou como alguém que quer mais desse campeonato. E questionado sobre se a equipe deve evitar a briga entre os dois pilotos para se concentrar somente na Red Bull, o espanhol foi na direção oposta a do companheiro. “O importante é saber que nós dois estamos na luta e vamos tentar tudo para superar Max”, falou.

“Larguei bem e tive uma briga com Verstappen na curva três. Depois, com Charles também na curva três. Foi divertido e uma boa corrida. Mas provavelmente superaqueci meus pneus um pouco e tive de deixar Charles se afastar no fim”, completou Carlos, que abre a segunda fila do grid neste domingo.

Carlos Sainz e Charles Leclerc se envolveram em pega interessante (Foto: AFP)

Diante de um eventual duelo ferrarista e do equilíbrio técnico entre as duas ponteiras, a corrida no traçado que leva a marca dos energéticos tende a ser mais tensa e nervosa do que a sprint. As forças se equivalem. Enquanto a F1-75 vai bem nos trechos de alta velocidade e em reta, o RB18 está acertado também para um gerenciamento inteligente dos pneus, curvas de baixa, em função da excelente configuração aerodinâmica.  

Então, pelo lado austríaco, a confiança é alto e se justifica. Verstappen soube aquecer bem os pneus na largada e foi cuidadoso ao longo das 23 voltas. Isso pode fazer enorme diferença para os 71 giros da prova de amanhã. “Foi uma corrida decente. Tivemos uma boa largada no início e depois disso estávamos muito próximos. Foi bom, foi como uma prova sprint, bem constante”, falou o holandês.  

“Nas primeiras voltas [as Ferrari] também estavam lutando entre si, então tive uma pequena diferença. Depois disso, acho que tivemos um ritmo bastante semelhante. Acho que amanhã será uma batalha interessante novamente. A corrida vai ser muito mais longa e complicada com os pneus”, acrescentou.

De fato, a estratégia será um dos pontos principais em um asfalto nem tão gentil assim. Esse é o fator mais caro à Ferrari. “Em termos de ritmo puro, a boa notícia é que nossos carros estavam muito próximos do de Max”, disse o diretor-esportivo da Ferrari, Laurent Mekies. “Sabíamos que estávamos perto e é positivo pensar nisso para amanhã, estar mais o menos no mesmo ritmo. A corrida é longa, não são 100 km, mas vamos ter ritmo para brigar”, garantiu.

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A questão aqui é só entender como a Ferrari vai agir com seus dois pilotos. Enquanto Leclerc pressiona por uma decisão do time a seu favor, Sainz defende o jogo o aberto. O problema é o quanto Verstappen pode capitalizar em cima disso em um circuito que domina e vem aproveitando cada chance. E para tornar o cenário ainda mais confuso, Sergio Pérez foi capaz de escalar o pelotão até o quinto posto. Ou seja, há mais um elemento de preocupação aí.

Sobre tática, a Pirelli prevê uma corrida de apenas um pit-stop, no esquema médio-duro. “Hoje, as equipes conseguiram obter alguns dados úteis sobre os pneus médios durante o sprint: boas informações para a corrida de amanhã, que parece ser uma parada, com médio-duro”, explicou Mario Isola, chefão da fabricante italiana.

Por fim, veio de Horner a frase que resume bem o sábado e que coloca a Ferrari na berlinda. “Trata-se de vencer. Você não precisa estar 20 segundos à frente para isso.”

GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e EM TEMPO REAL todas as atividades do fim de semana do GP da Áustria. No domingo, a largada está marcada para as 10h (de Brasília, GMT-3).

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