De Vries sai da F1 sem deixar saudades e amplia carência de pilotos na AlphaTauri

Nyck de Vries deixa a F1 após somente 11 corridas, sendo dez delas como titular da AlphaTauri. É um novo golpe em uma equipe que não consegue se renovar e que, agora, apela para um resgatado Daniel Ricciardo

Nyck de Vries está de saída da F1. Nesta terça-feira (11), a AlphaTauri confirmou a demissão do holandês e o resgate de Daniel Ricciardo com efeito imediato, já para o GP da Hungria do fim de semana de 23 de julho. E a decisão não surpreendeu em nada quem acompanha de perto a temporada e, principalmente, os hábitos e decisões de Helmut Marko.

Se a Red Bull ficou conhecida como ‘moedor de carne’ pelas escolhas em relação a Pierre Gasly e Alexander Albon, na AlphaTauri, desde os tempos de Toro Rosso, o negócio sempre foi muito pior. Mais dinâmico, chamemos assim.

O time, na figura de Marko, que é quem sempre escalou tudo por lá, nunca teve pudor de mexer nas estruturas. E de forma drástica, rápida. A grande questão é que, mesmo antes de De Vries chegar, já havia um problema claro na falta de pilotos disponíveis para trocas. E agora, depois de um começo de ano realmente bem fraco do holandês, isso só está pior.

Acontece que a AlphaTauri sempre foi o ‘time B’ da Red Bull. Em outras palavras, a porta de entrada ideal para a garotada do programa de jovens do time austríaco, com pressão menor por resultados, sem a necessidade de vencer a todo custo, enfim, quase um ponto intermediário entre a F2 e a F1 A’.

Mas já há alguns anos isso não tem dado certo. Depois de uma safra muito rica em pilotos que revelou quase que de uma vez só na Red Bull Max Verstappen, Carlos Sainz e Pierre Gasly, a fonte secou. E, desde que o francês foi promovido para a F1, os taurinos penam para encontrar seu novo ás.

Nyck De Vries deixa AlphaTauri após dez corridas e sem destaques positivos (Foto: Red Bull Content Pool)

A escolha por De Vries foi bastante controversa, afinal, tratava-se de alguém que completaria 28 anos em fevereiro deste ano e, por mais que tivesse títulos de F2 e Fórmula E na carreira, nunca teve desempenhos de encher os olhos. A exceção foi o GP da Itália de 2022, quando foi chamado às pressas para substituir Albon — que estava com apendicite — e beliscou um grande nono lugar com a capenga Williams. Aquilo foi decisivo para a decisão de Marko.

Só que, por mais controversa que fosse, não foi inédita, bombástica ou coisa do tipo. É que, depois de Gasly, sem ninguém verdadeiramente pronto da Red Bull em F2 e F3, a saída foi expandir os horizontes. Em outras palavras: mudar completamente a filosofia da AlphaTauri. E quase que implodir o programa de jovens.

De Pierre para cá, a AlphaTauri/Toro Rosso fechou com o veterano do WEC Brendon Hartley, repatriou Albon que nem estava mais no programa, subiu Yuki Tsunoda com uma forcinha considerável da Honda, tentou De Vries e agora vai de Ricciardo, que acabou de completar 34 anos. É o dobro da idade que tinha Verstappen quando chegou em Faenza. Quer prova maior de como o time perdeu a filosofia?

Daniel Ricciardo, Red Bull, F1 2023, Formula 1 Testing At Silverstone
Daniel Ricciardo está de volta na vaga de De Vries. E expõe carências (Foto: Red Bull Content Pool)

Recentemente, Marko admitiu que Christian Horner queria Mick Schumacher e não De Vries ao lado de Tsunoda em 2023. Talvez fosse um pouco melhor? Talvez, mas é outro que não passa perto de ser fora da curva e também não fazia parte do programa de jovens. A solução não está ali, não.

A Red Bull, ao tirar De Vries da AlphaTauri e puxar Ricciardo de volta, prepara terreno para o time principal em 2024, mas admite também que falhou de novo em suas escalações. E isso em 2023 tem peso ainda maior, visto que os austríacos investiram em um sexteto de peso na F2 com nomes como Zane Maloney, Isack Hadjar e Enzo Fittipaldi. E até agora, ninguém se provou pronto para subir.

De Vries deixa o grid como um erro, sim, mas não foi o primeiro e nem parece o último a ser cometido pela AlphaTauri. Para o holandês, que tem, sim, seu valor enquanto piloto, é seguir a vida em uma Indy ou Fórmula E da vida. O mundo é mais amplo do que a F1 faz parecer.

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