Opinião GP: Fórmula 1 e Grosjean têm muito a agradecer: a Bianchi e à existência do halo

O GP do Bahrein deu uma forte demonstração de que todos os esforços para ampliar a segurança dos pilotos nunca é demais. Apesar de criticado de início, o halo se revelou fundamental para a sobrevivência de Romain Grosjean no assustador acidente no Bahrein. O francês também deu sorte, mas os sistemas de proteção do carro funcionaram bem

“Introduziram o halo depois do acidente do meu filho e o halo salvou a vida de Romain Grosjean. Isso é ótimo. Estou feliz que ele esteja OK”.

A mensagem foi enviada por Christine Bianchi, mãe de Jules, ao jornalista Julien Febreau, do canal francês Plus, minutos após a batida que preocupou o mundo e que, sim, teria matado Romain Grosjean no início do GP do Bahrein deste domingo. Isso é possível concluir diante da cena e dos números: a Haas dividida ao meio, com a parte do cockpit do piloto basicamente carbonizada, depois de um choque a 221 km/h e com impacto de 53 vezes a força da gravidade.

A peça que envolve a cabeça do piloto passava longe da aprovação geral até mesmo pelos pilotos. O muxoxo vinha mais pela questão estética: o halo desfigurava os monopostos. Agora virou unanimidade. Quem for contra é, no mínimo, insano e irresponsável.

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Mas o halo é a evolução de um trabalho intenso feito pela FIA, a Federação Internacional de Automobilismo, e pelos grupos de estudo que a Fórmula 1 veio aprimorando desde aquele GP do Japão de 2014 que nos ceifou a presença de Bianchi. A busca por segurança jamais cessou: na última etapa, houve um erro da direção de prova, que liberou as atividades em uma parte da classificação do GP da Turquia enquanto um trator fazia a remoção do carro de Nicholas Latifi; na prova anterior, havia fiscais trabalhando em uma entrada do safety-car em Ímola no momento em que Lance Stroll passou em alta velocidade perto deles. Michael Masi teve de dar algumas várias explicações nos últimos dias. E no fim, acabou reconhecimento o equívoco, comprometendo-se a revisar protocolos.

O halo é, basicamente, a continuação do cockpit revestido de fibra de carbono. O habitáculo era basicamente indestrutível. Veio, no entanto, o acidente fatal de Anthoine Hubert na corrida de abertura da F2 na Bélgica no ano passado, e com ele uma investigação profunda para que os chassis reforçassem a estrutura. O que foi feito para a nova temporada.

O grave acidente de Jules Bianchi, durante o GP do Japão de 2014, acelerou os estudos e a introdução do halo na Fórmula 1 e nas categorias de base (Foto: Reprodução)

Não é a primeira vez que o halo se revelou eficiente, mas talvez agora tenha sido o argumento definitivo – é bom dizer que Grosjean também foi capaz de deixar o cockpit sem grandes problemas, mesmo em uma situação limite. Só que o acidente deste domingo também mostrou o quanto ainda é preciso avançar em termos de segurança, apesar de todos os esforços ao longo do tempo. A verdade é que nada é realmente o suficiente. No caso do que houve em Sakhir, é imperativo saber por qual razão o guard-rail não suportou o impacto. Ainda, é preciso entender a dinâmica da batida para compreender o que pode ser feito nos carros, afinal, não é aceitável que um F1 sofra um rompimento do tanque de combustível, sem contar a explosão, que remeteu aos assustadores acidentes dos anos 1970.

Grosjean também deu sorte. Não ter desmaiado ou perdido os sentidos foi imprescindível por sua sobrevida. O francês resistiu por 27 segundos às fortes chamas e saiu por conta própria do carro, logo sendo auxiliado pelo delegado-médico Ian Roberts. Para se ter uma ideia do que passou o piloto, a viseira do capacete derreteu. Portanto, ter algumas queimaduras leves e nenhuma fratura como consequência é nada. Romain provavelmente não vai voltar a guiar um carro de corrida neste ano e há de se despedir da Fórmula 1 com essa cena. Não pode, de forma alguma, lamentar.

A Fórmula 1 volta a acelerar no próximo fim de semana, também no Bahrein, para o aguardado GP no anel externo do circuito de Sakhir.

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