Por que Fórmula 1 ignora por completo o anúncio da chegada da GM como montadora

A notícia da semana no esporte a motor foi o anúncio, na manhã desta terça-feira (14), de registro da GM junto à FIA para virar fabricante de motores na F1 a partir de 2028. É, afinal, uma das gigantes da indústria automotiva comunicando total comprometimento com a principal categoria. Histórico, hein? Para a Fórmula 1, não.

É que a F1 simplesmente achou viável ignorar por completo, em seu site oficial e nas redes sociais, o anúncio da gigante americana. Aliás, compatriota da categoria, gerida já há alguns anos pelo grupo Liberty Media, que pregava, entre outras coisas, a entrada de novas companhias que pudessem fornecer motores. Aparentemente, a GM não faz parte desses planos.

O ponto é que, ao ignorar o anúncio da GM, a F1 apenas reforça a posição firme de não querer dar espaço algum para a Andretti se criar. A General Motors, no fim das contas, já avisou que só quer saber da equipe americana, enquanto a categoria segue se recusando a aceitar o que seria o 11º time.

A postura da categoria, aliás, é diametralmente oposta ao que rolou quando, meses atrás, a Ford fez anúncio semelhante, mas com a Red Bull. Ali, a categoria lotou as redes sociais, divulgou e até fez análise no site oficial. Stefano Domenicali, tão duro nos posicionamentos sobre a Andretti, foi à TV exaltar a chegada da nova montadora. Foi algo tratado como histórico, um novo capítulo da F1 e tudo mais. De maneira justíssima, diga-se.

A confirmação do registro da GM junto à FIA tem toda cara de cartada final da Andretti em busca da 11ª vaga para 2025 ou 2026. O time americano vem esgotando os recursos para estar no grid e, agora, vai além do que já seria uma excelente parceria técnica com GM/Cadillac. O plano segue claro: o time seria cliente nos primeiros anos, eventualmente de Honda ou Renault, enquanto se tornaria equipe de fábrica em 2028, ao lado da GM. É o cenário mais próximo da perfeição para a F1 aceitar.

Cada vez mais, a F1 deixa evidente que não quer uma equipe extra, mesmo que todas as garantias – e até mais do que isso – sejam dadas. Lado financeiro? A Andretti tem. Estrutura técnica? A Andretti garante. E até uma parceira do tamanho da GM, agora pelo lado de fornecedora. Não falta mais nada, sejamos justos.

Ainda, há uma birra grande aí, quase que em tom de vingança, afinal, a própria F1 procurou a GM semanas atrás para saber se a montadora forneceria motores para equipes que já estivessem no grid. A resposta foi categórica: entra com a Andretti ou nada.

Andretti e GM prometeram que pressionariam o Liberty Media e a F1 na semana do GP de Las Vegas, e o anúncio desta terça-feira (14) é uma bomba que a categoria tem de desarmar. Simplesmente ignorá-lo, certamente, não é a melhor resposta. Faltam posicionamentos convincentes que expliquem, de uma vez por todas, o que há de errado com Andretti-GM e o que faz com que as duas gigantes sejam barradas do clubinho da F1.

O GRANDE PRÊMIO tentou contato com a categoria para, primeiramente, saber as impressões sobre importante anúncio e, dada a ausência completa de informação, o porquê de ter sido ignorado. Até o fechamento desta reportagem, o GP não teve resposta.

O GP de Las Vegas, penúltima etapa da temporada 2023, acontece neste final de semana, de 17 a 19 de novembro. E o GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades.

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