Retrospectiva 2022: Impulsionada por Bottas, Alfa Romeo vive melhor ano na F1

A Alfa Romeo terminou a temporada de 2022 da Fórmula 1 na sexta posição no Mundial de Construtores mesmo após ano de altos e baixos, com começo forte e apagão na reta final

Saber capitalizar suas oportunidades é essencial no mundo do esporte. Aproveitar um contra-ataque quando faltam quatro minutos em um jogo de quartas-de-final da Copa Mundo é um exemplo recente e latente para o brasileiro. O mesmo vale para a Fórmula 1 e muito especificamente para o 2022 da Alfa Romeo.

A equipe italiana não tem um craque histórico como Luka Modrić, mas fez valer a experiência de cinco anos de Valtteri Bottas na Mercedes para conquistar seu melhor resultado na F1 desde seu retorno em 2018. O suado sexto lugar no Mundial de Construtores, empatado com a Aston Martin, só foi possível por conta de um começo de 2022 muito forte e inspirado do finlandês.

Com a introdução do novo regulamento técnico, o meio do pelotão chegou completamente embolado para a prova de abertura no Bahrein. E a Alfa Romeo tinha uma vantagem apontada por todos desde a pré-temporada: o C42 era o único carro que estava no limite de peso mínimo estabelecido pela categoria.

Alfa Romeo começou o ano com o carro mais leve do grid (Foto: Eric Calduch/GRANDE PRÊMIO)

Foi assim que a equipe chegou em Sakhir com o quarto melhor carro do grid. E seus pilotos souberam extrair o potencial do carro, terminando o GP do Bahrein com pontos duplos. Bottas foi o sexto na primeira prova com a equipe italiana, enquanto Guanyu Zhou conquistou um pontinho em sua estreia na Fórmula 1.

Ao mesmo tempo que a corrida inicial mostrou o potencial do carro, a segunda etapa na Arábia Saudita trouxe um problema que acompanharia a Alfa Romeo ao longo de 2022: a confiabilidade. Valtteri acabou abandonando a prova em Jedá quando estava na zona de pontuação e Zhou, em período de adaptação, foi o 11º.

Bottas emendou uma sequência então que acabou sendo essencial para o resultado final da equipe italiana, pontuando em seis das sete corridas seguintes, com um quinto lugar em Ímola como melhor resultado. O finlandês não negava: a saída da Mercedes lhe tinha feito muito bem.

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Valtteri Bottas terminou em quinto em Ímola (Foto: Alfa Romeo)

“É a temporada que mais gostei até agora. Realmente, estou mais leve e curtindo a Fórmula 1 ao máximo, agora. Em termos de corrida, é bem divertido, o meio do pelotão traz táticas diferentes, você pode ganhar muitas posições com uma boa decisão, é completamente diferente”, disse Bottas em agosto.

O fato de ter um contrato longo e poder focar apenas na pista também ajudou Valtteri. Ao mesmo tempo, o veterano de 33 anos tentava passar instruções para Zhou, que até levou um oitavo lugar no Canadá, mas teve o 2022 marcado mesmo pelo force acidente no GP da Inglaterra, quando capotou e teve sua vida salva pelo halo.

Aquela corrida inclusive foi um divisor de águas para a equipe italiana. Naquele momento, Alpine e McLaren já haviam se distanciado na briga pela quarta colocação, e a briga do time de Hinwil passava a ser cada vez mais com a insurgente Aston Martin. E aí veio um verdadeiro ‘apagão’ da Alfa Romeo. A equipe só conquistou um ponto em dez corridas a partir da prova em Silverstone. O único tento veio com Zhou no GP da Itália. Ao mesmo tempo, foram oito abandonos nesse período, a maior parte por conta de problemas mecânicos.

Guanyu Zhou pontuou em Monza (Foto: AFP)

A vantagem para a Aston Martin, que era de 51 pontos a 16 antes do GP da Inglaterra, caiu para apenas dois pontos a três corridas do final. Mas Bottas apareceu no momento decisivo. Seja pelo talento do finlandês, pela altitude do Autódromo Hermanos Rodríguez ou pela sorte, a Alfa Romeo deu um jeito de melhorar seu desempenho nas provas finais.

Um décimo lugar de Valtteri no México e um nono lugar em Interlagos, resultado bem celebrado pelo ex-piloto da Mercedes, foram o suficiente para escapar com o sexto lugar no Mundial de Construtores no critério de desempate.

Um 2022 que começou muito forte, teve uma queda abrupta e terminou de forma feliz para os principais personagens do time italiano. Bottas saiu em alta após anos na sombra de Lewis Hamilton na Mercedes e se mostrou capaz de ser piloto principal na Fórmula 1.

Alfa Romeo teve em 2022 seu melhor resultado no retorno à F1 (Foto: Florent Gooden / DPPI)

Guanyu Zhou esteve longe de brilhar no ano de estreia e o fato do carro ter piorado ao longo do ano conforme se adaptava não ajudou. Mas o trabalho do chinês foi bom o suficiente para receber elogios constantes do companheiro de equipe e lhe garantir mais um ano na categoria.

Por fim, Frédéric Vasseur, chefe da Alfa Romeo nas últimas seis temporadas, fechou o ano com muito crédito. Não à toa, o francês fechou agora com a Ferrari para 2023. E, para efeito de comparação, a temporada dos dois times italianos foi relativamente semelhante: começo muito promissor, problemas de confiabilidade, apagão na segunda metade do ano e uma leve ressurreição no final de 2022. 

Vasseur terá muito mais olhos voltados para si em 2023, e seu objetivo vai ser exatamente evitar uma repetição do que aconteceu nesta temporada.

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