Pérez embala, muda de status na Red Bull e vive ‘final de campeonato’ em Miami
Sergio Pérez venceu a segunda em quatro corridas na F1 2023, manteve o 100% em pistas de rua no ano e, principalmente, parece ter mudado de status dentro da Red Bull. O mexicano está sendo levado a sério, e vencer o GP de Miami, no próximo fim de semana, é fundamental
Enfrentar Max Verstappen tem sido uma das tarefas mais árduas da F1 atual e, dentro da Red Bull, parece quase ser uma façanha. É que, desde a reta final da passagem de Daniel Ricciardo pelo time austríaco, nenhum companheiro sequer tem feito cócegas ao domínio imposto por Max lá dentro. É isso que Sergio Pérez tenta mudar desesperadamente.
O próprio Ricciardo deixou a equipe porque entendeu que Verstappen já estava no comando e que seria difícil de tirá-lo daquela condição. Aí vieram Pierre Gasly, Alex Albon, o próprio Pérez. E ninguém minimamente incomodou Max no posto de líder do time.
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O início de temporada 2023, porém, apresenta justamente isso: uma versão estranhamente irritada de Verstappen, incomodado com algumas coisas, entre elas, os resultados de pista. Sim, o holandês lidera o campeonato, mas ver Pérez com duas vitórias nas primeiras quatro corridas, certamente, não estava nos planos do bicampeão do mundo.
Checo, ainda que por talvez um raro e curto período, mexeu com os brios de Max. Ao vencer as duas corridas em pistas de rua do ano até aqui, na Arábia Saudita e agora no Azerbaijão, se firmar como o rei dos circuitos urbanos e se apresentar como um postulante real, o mexicano entrou na cabeça de Verstappen.
Agora depende mais de Pérez do que de Verstappen saber por quanto tempo ele vai permanecer na mente do companheiro. É que a próxima corrida é o GP de Miami, na rua. No fim do mês, depois de Ímola? Mônaco, rua também. Não tem o que dizer: são duas finais de campeonato que Checo tem para jogar em poucas semanas.
É fato que para ser campeão Sergio vai precisar vencer nos traçados permanentes, algo que nunca fez na F1 – triunfou no Bahrein, sim, mas no anel externo dele, mas talvez a missão fique mais fácil se Verstappen ficar fora da casinha. Com uma Red Bull muito mais forte que o resto, a batalha torna-se um duelo e levar a melhor no psicológico também é fundamental. E é evidente que vencer todas em ruas vai tirar Max do sério.
A fórmula para ter qualquer chance de ao menos batalhar com Max por essa taça passa por desbravar novas pistas e talvez a missão fique menos impossível levando em suas especialidades, sim, mas há também que se destacar o seguinte: para triunfar sempre, Pérez terá de mostrar um nível que simplesmente nunca apareceu na F1, a verdade é essa. O mexicano sempre foi muito bom piloto, mas para vencer 6 de 6 nas ruas vai ter de ser elite. Não parece tão provável assim, nessa parte.
No entanto, tem algo que Checo parece já ter conquistado e que também, até outro dia, parecia improvável: o respeito dentro da Red Bull. É verdade que o jeito de Helmut Marko demonstrar isso é sendo grosseiro, mas tanto o consultor quanto Christian Horner já tratam o mexicano como postulante ao título e, principalmente, como alguém capaz. Até isso era difícil de ser visto ali.
“A briga de momento é entre os dois, ainda há uma distância para o resto. Mas faltam 19 corridas, 5 sprints ainda. É muita coisa para acontecer em muito circuito diferente, mas acho que a briga entre os dois vai ser cheia de reviravoltas. Confiabilidade vai ser fator chave, então, trabalharemos nisso e sabemos que os outros times terão grandes atualizações, nós temos nossos esforços nisso reduzidos pela punição”, afirmou Horner, liberando a briga interna.
O jogo mudou, isso é um fato. Pérez não tinha nenhuma vitória nas primeiras cinco etapas de 2021 e 2022. Em 2023, tem duas em quatro, é outro cenário. Enquanto Verstappen sai por aí irritado, peitando rivais, se queixando, o mexicano faz seu trabalho. E pode sonhar.
E para esse sonho ter algum fundo de realidade? Bom, é simples, ao menos no papel: é vencer ao menos mais duas vezes em maio e entrar de vez na cabeça de Verstappen, tirá-lo completamente da zona de conforto, algo que até Lewis Hamilton sofreu para conseguir em 2021. Miami é a primeira final de campeonato que Pérez tem pela frente e aí vamos ver se o mexicano pode ser o que Nico Rosberg foi para Hamilton em 2016, tanto do ponto de vista técnico quanto do lado mental, trazendo a equipe com ele.
A Fórmula 1 faz longa viagem e já retorna no fim de semana, entre os dias 5 e 7 de maio, com o GP de Miami, primeira de três etapas do ano nos Estados Unidos.
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