Pourchaire aprende jogo da F2 e tem faca e queijo na mão para exorcizar erros de 2022
Pontos e pódios podem contar mais do que vitórias num campeonato tão disputado e imprevisível como a Fórmula 2. Théo Pourchaire aprendeu a jogar esse jogo, e é por isso que vai para a final dependendo apenas de si para ser campeão
Quando falou com exclusividade ao GRANDE PRÊMIO antes da final da temporada 2023 da Fórmula 2, que acontece no próximo final de semana, em Abu Dhabi, Théo Pourchaire sorriu ao ser indagado se teria, em seu terceiro ano na categoria, enfim “aprendido a jogar o jogo”. A questão girava em torno do fato de ter vencido apenas uma vez no atual campeonato, porém chegar com uma vantagem de 25 pontos em 39 possíveis para a decisão.
De fato, Pourchaire entendeu que numa competição em que uma rodada pode ser o suficiente para bagunçar toda a ordem de forças na tabela, vencer era bônus. O mais importante seria buscar o máximo de tentos possíveis, e de preferência sempre entre os três primeiros colocados.
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Foi exatamente o que o francês da ART conseguiu. Contando com a única vitória de 2023, na rodada de abertura, no Bahrein, foram dez pódios ao todo. Destes, seis segundos lugares. A pior colocação dentro da zona de pontos obtida por Théo foi na sprint de Mônaco, quando cruzou a linha de chegada em oitavo, marcando um pontinho.
“Estou dando o meu melhor, e se não conseguir vencer por algum motivo, tento buscar o melhor resultado possível”, disse Pourchaire ao GP. E ele tem cumprido à risca, ainda que admita, claro, que sinta “falta da sensação de vencer”.
O jovem de 20 anos, em suma, nem precisa disso para ser campeão. Ainda que Vesti vença as duas corridas que serão disputadas em Yas Marina, Pourchaire teria de ficar fora do top-3 para ter de começar a fazer contas. É favorito absoluto. Qualquer coisa fora disso seria surpreendente, sem desmerecer as cinco vitórias do dinamarquês da Prema.
Pourchaire, portanto, chega com a faca e o queijo na mão para exorcizar não apenas o vice-campeonato de 2022, quando perdeu para Felipe Drugovich com uma rodada de antecedência, mas também os erros que o impediram de ao menos tentar dificultar a vida do brasileiro. É verdade que 2023 também não passou totalmente ileso quanto a isso — na sprint de Jedá, fez uma barbeiragem sem tamanho ao calcular mal uma ultrapassagem, atropelando Oliver Bearman. Até o companheiro de equipe, Victor Martins, disse na ocasião que Théo “precisava ser mais calmo”.
Só que a lição foi muito bem aprendida. Dali em diante, voltou a sair zerado de uma rodada apenas na Holanda (etapa, aliás, que teve apenas a corrida 2, já que a sprint não aconteceu por conta da chuva torrencial). É por isso que lidera com méritos, e se de fato terminar com o título, será impossível dizer que não venceu o melhor piloto de 2023.
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