5 coisas que aprendemos no eP de Mônaco, 8ª etapa da Fórmula E 2024

O eP de Mônaco brindou os fãs da Fórmula E com mais uma corrida cheia de movimentações, mas sem briga efetiva pela vitória graças ao domínio estupendo da Jaguar. Por outro lado, a Andretti vai jogando fora a chance de brigar pelo título. Confira cinco coisas que aprendemos em Monte Carlo

A passagem da Fórmula E por Mônaco trouxe uma boa corrida, muito movimentada, mas aquém das expectativas para um lugar que já hospedou excelentes espetáculos da categoria. As ultrapassagens não foram problema mais uma vez, porém, nunca pela vitória. A Jaguar controlou o ritmo do jeito que quis e completou um 1-2 dominante com Mitch Evans à frente e Nick Cassidy logo atrás.

Enquanto uma das postulantes ao título brilhou, outra segue vivendo os mesmos problemas. A Andretti não consegue se entender em ritmo de classificação e depende exclusivamente das recuperações de Jake Dennis. Na caótica pista de Mônaco, entretanto, isso não foi possível, e o ‘prêmio’ foi uma batida que arruinou qualquer chance de pontuar.

Ainda pior que a Andretti, a Envision permanece em um calvário dos mais impressionantes para um time que levantou a taça no ano passado e saiu zerada mais uma vez. Sam Bird, por sua vez, quebrou o punho e parece ter esgotado a sorte desde que venceu no Brasil, enquanto Jehan Daruvala deixou de cumprir uma regra básica e dá indicações de que ainda não está pronto para ser titular na categoria.

Diante deste cenário, o GRANDE PRÊMIO aponta cinco coisas que aprendemos na oitava etapa da temporada da Fórmula E em 2024, em Mônaco:

A Jaguar teve o melhor desempenho da temporada em Mônaco e venceu com sobras (Foto: Fórmula E)

Jaguar tem a melhor dupla do grid

Não só por questão de nível, mas também por parceria e amizade. Mitch Evans e Nick Cassidy não demonstram um pingo de vaidade até o momento, se ajudam e são vitais para a liderança da Jaguar no Mundial de Equipes. Os dois novamente trabalharam juntos em Mônaco: enquanto Evans ocupava a ponta, Cassidy segurava o pelotão para que o companheiro fizesse as ativações do modo ataque. Depois, Mitch abriu passagem para Nick e desempenhou o mesmo papel, até ter a liderança restituída pelo companheiro.

O trabalho em conjunto foi tão eficaz que impediu qualquer briga pela vitória, o que prejudicou de certa forma o espetáculo em Mônaco. Por isso, vale um adendo: o modo ataque precisa, urgentemente, deixar de ser um estorvo para os pilotos. Ao menos, o Gen3 Evo do ano que vem promete uma mudança nesse quesito, com uma tração integral que será ativada durante a potência extra e promete um carro bem melhor de controlar. A ver.

Classificações da Andretti vão custar título

Jake Dennis fez corridas sensacionais na temporada e, até desembarcar em Mônaco, terminou à frente da posição em que largou em todas as provas de 2024. A questão é que, em uma categoria tão equilibrada, nem sempre é possível escalar o pelotão como inglês fez duas vezes em Misano. Dito e feito: em Monte Carlo, Jake precisou ser absurdamente agressivo e até viu o plano dar certo por parte da prova, até encontrar seu fim em uma batida que custou a asa dianteira.

Andretti precisa resolver os problemas nas classificações se quiser sonhar (Foto: Andretti)

A culpa, certamente, não é do atual campeão. Enquanto Pascal Wehrlein tem três poles na temporada — inclusive a de Mônaco — com o mesmo carro, a Andretti não se encontra nas classificações e faz Dennis largar lá atrás quase sempre: em Mônaco, foi o 18º no grid. É verdade que a equipe americana tem um grande piloto na garagem, mas não vai conseguir buscar o título sem resolver os problemas de classificação — porque, assim como em Mônaco, não vai ser possível ganhar 12 ou 15 posições em todas as corridas.

Envision faz temporada vergonhosa

Vergonha pode ser uma palavra forte, mas é difícil não descrever a temporada 2023/24 da Envision desta forma. Campeã do Mundial de Equipes no ano passado, o time verde não pontua desde o Japão, quando fez míseros dois tentos. No mesmo espaço, a Jaguar — que é sua fornecedora, o que significa que corre com o mesmo carro — somou 72. A distância para a ERT, que anda com um trem de força absolutamente deficitário, é de 18 pontos, enquanto a desvantagem para a McLaren, que está à frente, é de 22.

É isso mesmo. A atual campeã está mais próxima de uma das piores equipes do grid do que do modesto sétimo lugar, e se arrisca a perder a posição em breve: a ERT fez 20 pontos nas últimas três provas e a ABT Cupra somou 13, enquanto a Envision zerou em todas. É inexplicável a falta de performance, de sorte, de ritmo, de tudo.

Nada explica o ano terrível da Envision em 2024. Mônaco foi só mais um capítulo (Foto: Fórmula E)

Sorte de Sam Bird acabou no Brasil

É bom que fique claro: a vitória de Bird no eP de São Paulo não teve nada a ver com sorte, mas com um misto de inteligência, velocidade e arrojo que lhe deu um triunfo absolutamente merecido. Mas o fato é que, depois da corrida do Brasil, o inglês vive uma maré de azar incrível. Depois de viver muitos problemas em Tóquio e em Misano, quando somou o único ponto das últimas quatro corridas, Sam simplesmente quebrou o punho em um acidente na Sainte Devote e precisou abandonar o fim de semana, sendo substituído pelo novato Taylor Barnard.

A McLaren, que não foi bem na corrida, mostrou que tinha mais ritmo no treinos livres e poderia almejar algo na prova monegasca, mas ficou sem seu principal piloto para a etapa e precisou recorrer às pressas aos serviços de alguém que nunca havia disputado uma corrida sequer na categoria. Quanto a Bird, a sorte parece ter virado as costas, e o inglês se vê às voltas com problemas em todas as corridas desde que venceu.

Daruvala não está pronto para a Fórmula E

Na análise do desempenho de um piloto novato, é sempre bom tomar cuidado e entender que, principalmente na Fórmula E, os desafios são muitos novos em relação a competidores que já ocupam o grid há muito mais tempo. Ainda assim, Jake Hughes e Sacha Fenestraz fizeram temporadas de estreia absurdamente melhores que Daruvala em 2023 e mostraram que é possível fazer barulho no primeiro ano de competição.

Daruvala tem sérias dificuldades de competir na Fórmula E (Foto: Fórmula E)

A questão, aqui, não se resume a desempenho. Daruvala tem um carro que o permite brigar regularmente por pontos, e a temporada de Maximilian Günther — que já até venceu — deixa isso claro, mas o indiano simplesmente não consegue competir. Em cima disso, o buraco fica ainda mais fundo quando se percebe que Jehan deixou de cumprir uma regra das mais básicas da Fórmula E, que é ativar o modo ataque duas vezes em cada corrida.

Por algum motivo, o piloto não o fez, o que resultou em uma punição pesada que o jogou para a última posição. É, de fato, um ano terrivelmente ruim e que deixa sérias dúvidas sobre se o titular da Maserati merece uma vaga no grid para o ano que vem.

A próxima etapa da Fórmula E, que abre a segunda metade da temporada 2023/24, acontece entre os dias 11 e 12 de maio, na rodada dupla do eP de Berlim. O GRANDE PRÊMIO transmite todas as atividades de pista AO VIVO COM IMAGENS.

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