Cassidy vê ruína de Wehrlein em Xangai e vai jogar com regulamento por título da Fórmula E

Abandono de Pascal Wehrlein em incidente absolutamente infeliz com Sam Bird no eP de Xangai 2 fez Nick Cassidy abrir vantagem na liderança da Fórmula E. A partir de agora, neozelandês pode jogar com regulamento debaixo do braço para garantir título inédito

António Félix da Costa conquistou uma vitória dominante e simbólica neste domingo (26), na corrida 2 da Fórmula E no eP de Xangai, confirmando uma recuperação que já se ensaiava há muito tempo no campeonato. Com dois triunfos — e outro retirado pela direção de prova em Misano —, o português se igualou aos maiores vencedores da temporada e deixou um recado muito importante para a Porsche. Mas o principal vencedor do dia foi, inevitavelmente, Nick Cassidy — que, pela primeira vez, vê o título inédito muito perto.

Quarto colocado em Xangai 2, Cassidy manteve a pegada de pontuar em todas as corridas da temporada que conseguiu terminar. Um equilíbrio absurdo, conquistado com uma sequência praticamente interminável de pilotagens sóbrias, que lhe dá o favoritismo do campeonato há algum tempo. No entanto, ser favorito não significa ser campeão, e a diferença para o segundo lugar nunca havia trazido conforto. Pelo menos até agora.

Em mais um dia controlado, Cassidy se manteve entre os primeiros do início ao fim e, de camarote, viu o vice-líder Pascal Wehrlein passar por um momento trágico. Acertado por Sam Bird em lance sem absolutamente nenhuma culpa, o alemão teve o pneu traseiro esquerdo furado, precisou ir aos boxes e abandonou qualquer chance de pontuar.

Com 167 pontos no Mundial de Pilotos, Cassidy abriu 25 tentos para Wehrlein — o equivalente a uma corrida. É uma distância reversível? Claro que é, principalmente em uma categoria tão equilibrada como a Fórmula E. Porém, o fato é o seguinte: para sonhar com o título, qualquer outro piloto vai precisar que o neozelandês sofra com problemas, algo que só aconteceu em duas de 12 corridas em 2024.

Em meio a tantas histórias, Cassidy foi o grande vencedor em Xangai (Foto: Fórmula E)

Em São Paulo e Misano 1, Cassidy sofreu com danos e abandonou, o que não rendeu pontos no campeonato. Nas outras dez provas, Nick foi ao top-10 em absolutamente todas — e com direito a oito pódios. O pior resultado foi um oitavo lugar. Portanto, ainda que matematicamente uma reviravolta seja possível, a tendência é de que o piloto mais regular do grid passe a correr cada vez menos riscos. Agora, Nick não precisa mais vencer — a manutenção da gordura será a prioridade.

Xangai trouxe o primeiro episódio dessa nova fase. Cassidy tinha energia suficiente para atacar Norman Nato e buscar um pódio, mas preferiu se segurar no quarto lugar e somou 12 importantíssimos tentos na batalha pelo título. Enquanto Wehrlein, Evans, Jake Dennis e Oliver Rowland vão precisar se digladiar pelas vitórias, o neozelanês tem a faca e o queijo na mão para entregar resultados consistentes — o que já vem fazendo — e conquistar o título se arriscando bem menos.

A história contada pelo eP de Xangai 2, entretanto, não foi apenas sobre o sonho de Cassidy, que pode se tornar campeão mundial pela primeira vez. Em um fato inédito em toda a temporada, nenhum dos pilotos envolvidos na batalha pela taça integraram o pódio. Da Costa, Jake Hughes e Norman Nato, os três primeiros, se cruzam em uma história em comum: precisam provar algo às suas equipes.

Da Costa confirmou recuperação com mais uma vitória em 2024 (Foto: Porsche)

Da Costa, questionado na primeira fase da temporada, chegou a ver a Porsche trabalhando com Nico Müller em teste privado, mas respondeu. Venceu em Misano — em triunfo retirado pela direção de prova —, repetiu o primeiro lugar em Berlim e voltou ao posto mais alto do pódio em Xangai. Nas últimas sete disputas, o português cruzou em primeiro em três. Não é qualquer coisa: a recuperação está confirmada.

Hughes, por sua vez, passou por um momento inesperado em 2024. Com a lesão de Bird em Mônaco, a McLaren convocou Taylor Barnard e viu o novato superar o inglês em todas as três provas que participou: Monte Carlo e as duas de Berlim. Não que o emprego de Jake tenha ficado imediatamente ameaçado, mas não é positivo para a imagem do piloto ser consistentemente vencido por um novato de 19 anos.

Enfim, o britânico foi ao primeiro pódio na Fórmula E, algo que já poderia ter acontecido antes. Se o trabalho de regeneração de energia tem sido o principal ponto baixo de Hughes na categoria até agora, Xangai contou uma história completamente diferente. Não foi apenas o primeiro top-3 do inglês, mas também sua melhor apresentação desde que desembarcou na modalidade.

Wehrlein até foi ao pódio na corrida 1, mas viu situação do campeonato se complicar no domingo (Foto: Fórmula E)

Por fim, Nato. Companheiro do atual campeão mundial, o francês não conseguiu acompanhar o ritmo de Dennis em nenhum momento da temporada, e sua permanência chegou a ser colocada em xeque pelo próprio chefe da Andretti, Roger Griffiths — e o risco segue real. O desabafo após o terceiro lugar deu o tom do alívio sentido pelo piloto na China, e a esperança do ex-Nissan é de que as quatro corridas finais contem uma história diferente — e que a continuidade na equipe seja assegurada para 2025.

Agora, a Fórmula E parte para uma pausa de um mês e só retorna com a rodada dupla do eP de Portland, entre os dias 28 e 30 de junho. Todas as sessões de pista terão transmissão AO VIVO e COM IMAGENS nos canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube e no Kwai.

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2
▶️ Conheça o canal do GRANDE PRÊMIO na Twitch clicando aqui!

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Formula E direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.