Aleix Espargaró brilha com Aprilia e sai da Argentina com tamanho que merece

Quem poderia imaginar que a Aprilia, logo ela, sairia da terceira etapa da temporada 2022 da MotoGP na liderança do Mundial de Pilotos. Em um roteiro digno de Oscar, Aleix Espargaró colocou a casa de Noele no rol dos vencedores justamente no dia em que completou 200 corridas na classe rainha do Mundial de Motovelocidade

BASTIANINI ESTÁ CERTO: LIDERANÇA DA MOTOGP AINDA NÃO IMPORTA

Domingo, 3 de abril de 2022: o dia de glória de Aleix Espargaró na MotoGP. Depois de 200 largadas, o catalão de Granollers, enfim, conseguiu um lugar não só no rol dos vencedores da classe rainha, mas também entre aqueles que venceram no Mundial de Motovelocidade, considerando todas as categorias.

Aos 32 anos, o irmão em Pol entrou no campeonato deste ano como o único entre os 24 titulares do grid da MotoGP sem sequer um única vitória no Mundial de Motovelocidade. Esta estatística sempre pesou na valorização de Aleix no mercado de pilotos. Muita gente simplesmente não via nele um piloto bom o bastante, um piloto que merecia um lugar em uma equipe de fábrica ou em sequer no grid.

CLASSIFICAÇÃO MOTOGP
Aleix Espargaró fecha fim de semana histórico na ponta da MotoGP

Aleix Espargaró (Foto: Divulgação/MotoGP)

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2

Mas a história não é bem assim. O mais velho dos Espargaró raramente teve nas mãos uma moto que lhe permitisse vencer. A exceção foi a Suzuki, mas não em 100% do tempo, já que parte da estadia na equipe foi dedicada a evolução da GSX-RR.

Com a Aprilia, foi uma história de muito, muito trabalho. A RS-GP passou anos como a lanterna do campeonato, sendo, inclusive, rejeitada por diversos pilotos, gente que chegou a recusar a chance de subir para a MotoGP só para não correr com a casa de Noale. Foi assim com Marco Bezzecchi, Fabio Di Giannantonio e Joe Roberts, por exemplo.

Mas a chegada de Massimo Rivola mudou a história da equipe. Vindo da Ferrari e da Fórmula 1, o italiano conseguiu colocar ordem na casa, direcionar os recursos para os lugares certos e liberar Romano Albesiano para focar apenas na performance da moto. E, assim, a Aprilia saiu do outro lado.

Por cinco anos, Aleix tem sido o ponto de estabilidade da equipe, o único piloto que ficou em meio a muitas ― e às vezes até inexplicáveis ― trocas (e até contratações) na equipe. Espargaró disse ontem que sente como pai da RS-GP. E ele é isso mesmo. Ele a pegou pela mão e guiou por todos os desafios rumo ao topo da MotoGP.

“A verdade é que, depois de tanto trabalho, a vitória chegou ao final da minha carreira esportiva. Obviamente, sei que me restam anos de carreira, mas não muitos, pois tenho32 anos”, disse Aleix. “No final, o resumo é que, se você trabalha bem, os resultados chegam. Sincera e humildemente, acho que mereço”, comentou.

“Ganhar sempre é ganhar. Liderar o campeonato é bom com a moto que for, mas ser capaz de fazer isso com uma marca nova como a Aprilia e liderando um projeto há muitos anos, acho que faz com que o orgulho seja em dobro. Por isso, estou muito contente”, frisou.

Aleix lembrou, contudo, que o caminho não foi nada fácil e que chegou até mesmo a pensar em desistir, já que não se sentia satisfeito com os resultados e caia com frequência.

“Foi muito difícil. De fato, teve um ponto de inflexão há alguns anos, em que, junto com a minha mulher, que é o maior apoio da minha vida e tudo que eu consigo é graças a ela, a estabilidade que ela me dá é enorme. Eu disse a Laura que eu não era feliz, que fazia 18º a cada corrida, que estava me machucando, caia 20 e tantas vezes… Vamos fazer outra coisa”, relatou. “Falei com a Aprilia. Aí chegou Massimo Rivola e as coisas mudaram muito em Noale. Mas se tem uma coisa certa é que eu nunca joguei a toalha, sempre acreditei, sempre trabalhei e quando estava no circuito, por pior que fossem os resultados, acho que sempre mostrei para toda a Aprilia que eles nunca tiveram um piloto que trabalhasse mais do que eu”, seguiu.

“No fim, estou muito feliz por termos conseguido. Somos vencedores de um GP. Somos líderes do Mundial. Lembro de muitas entrevistas que diziam que o sonho de ser campeão era impossível. Bom, talvez não seja. Estamos trabalhando e conseguindo muitas coisas boas”, encerrou.

Em Termas de Río Hondo, Aleix entalhou o nome na história da MotoGP e Aprilia. Hoje, todos os 24 pilotos do grid tem vitórias no Mundial. E ele, enfim, tem o tamanho que merece.

MotoGP volta à pista na semana que vem, em Austin, para o GP das Américas, agendado para o dia 10 de abril. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades da abertura do Mundial de Motovelocidade 2022.

VEJA TAMBÉM
VÍDEO: Aleix Espargaró vai às lágrimas após vencer pela primeira vez na MotoGP
# Aleix Espargaró revela pressão do filho no GP da Argentina: ‘Traga troféu para casa’

MARC MÁRQUEZ VÊ SORTE VIRAR NA INDONÉSIA E COMEÇA 2022 DA MOTOGP NO CONTRAPÉ
Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da MotoGP direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.